quinta-feira, 27 de agosto de 2009

As aflições do mundo

Em conhecida passagem do Evangelho, Jesus diz a Seus discípulos que no mundo eles terão aflições. Os registros bíblicos confirmam a previsão. Todos os companheiros diretos de Jesus enfrentaram grandes padecimentos.

Apenas João Evangelista não foi martirizado. Evidentemente, houve sensível progresso desde aquela época. Os costumes se refinaram e hoje, na ampla maioria dos países, não se cogita mais de matar alguém por sua fé.

Contudo, o alerta do Cristo permanece atual. A mensagem cristã é a da vida reta e fraterna. O cristão deve ser honrado e solidário. Não basta viver retamente, sendo necessário amparar os irmãos de jornada.

Também não adianta apenas ser generoso com o semelhante. É preciso dar a César o que é de César, no sentido de cumprir rigorosamente os próprios deveres. Ocorre que quem se aprimora, em geral, passa a esperar conduta idêntica dos que o rodeiam.

A criatura rigorosamente honesta anseia por viver em um meio honesto. Ao desenvolver uma sensibilidade mais apurada, anela por beleza e suavidade. Entretanto, o mundo segue em seu próprio ritmo.

Um homem pode apenas ditar a cadência de sua evolução. Quanto aos demais, resta-lhe somente influenciar, mais por exemplos do que por palavras. Afinal, o livre-arbítrio é uma dádiva de Deus aos Seus filhos.

Cada um é livre para decidir os seus caminhos e se vai apressar ou retardar o passo rumo à paz. Bem se vê como é delicada a posição do genuíno cristão no mundo. Ele elege um ideal sublime, esforça-se por vivê-lo e deseja que se expanda, no benefício geral.

Contudo, o mundo não corresponde a contento a esse anseio. O cristão necessita ser o sal da Terra e a luz do Mundo. Justamente por isso, não pode se afastar dos irmãos de jornada. Daí vive honradamente em um mundo corrupto.

Por consequência, experimenta contínuas aflições. Aflige-se pelos filhos que não aproveitam a educação recebida e optam por trilhar estranhos caminhos. Angustia-se pelo esposo ou esposa que não lhe partilha o ideal.

Agasta-se por deslealdades que testemunha na vida profissional. Entristece-se pela falta de honestidade de políticos e dirigentes públicos. Entretanto, se a aflição é esperada, o desânimo não se justifica.

O progresso ocorre com vagar, mas é uma lei da vida. As perfeitas Leis Divinas tratam de colocar tudo em seu lugar, no lento ciclo dos séculos. O relevante é a paz de consciência de quem age retamente.

E a inefável certeza de que transita para fases superiores da existência imortal, na condição de agente do progresso. Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.
Em 27.08.2009.

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