sexta-feira, 31 de julho de 2009

Vem e ajuda

Repara, além das rosas do teu horto,
Onde a luz do teu sonho brilha e mora,
Os romeiros que seguem, vida a fora,
Padecendo aflição e desconforto.

Infortunados náufragos sem porto,
Tristes, rogando a paz de nova aurora,
Levam consigo a dor que clama e chora
Sob as chagas do peito quase morto...

Não te detenhas!...
Vem, socorre e ajuda
A multidão que passa, inquieta e muda,
Implorando-te amor, consolo e abrigo!

Reparte o pão que te enriquece a mesa,
Estendendo o teu horto de beleza,
E o Mestre Amado habitará contigo.


Francisco C. Xavier - do livro "Auta de Souza"

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Enquanto é hoje

"Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações." - Paulo. (HEBREU 5, 3:15.)

Encarecer a oportunidade de regeneração espiritual na vida física nunca será argumento fastidioso nos círculos de educação religiosa.

O corpo denso, de alguma forma, representa o molde utilizado pela compaixão divina, em nosso favor, em grande número de reencarnações, para reajustar nossos hábitos e aprimora-los.

A carne, sob muitos aspectos, é barro vivo de sublime cerâmica, onde o Oleiro Celeste nos conduz muitas vezes, à mesma forma, ao calor da luta, a fim de aperfeiçoar-nos o veículo sutil de manifestação do espírito eterno; entretanto, quase sempre, estragamos a oportunidade, encaminhando-nos para a inutilidade ou para a ruína.

Dentro do assunto, porém, a palavra de Paulo é valiosa e oportuna. Enquanto puderes escutar ou perceber a palavra Hoje, com a audição ou com a reflexão, no campo fisiológico, vale-te do tempo para registrar as sugestões divinas e concretizá-las em tua marcha.

Para o homem brutalizado a morte não traz grandes diferenças. A ignorância passa o dia na impulsividade e a noite na inconsciência, até que o tempo e o esforço individual operem o desgaste das sombras, clareando-lhe o caminho.

Aqui, todavia, nos referimos à criatura medianamente esclarecida.

Todos os pequenos maus hábitos, aparentemente inexpressivos, devem ser muito bem extirpados pelos seus portadores que, desde a Terra, já disponham de algum conhecimento da vida espiritual, porque um dos maiores tormentos para a alma desencarnada, de algum modo instruída sobre os caminhos que se desdobram além da morte, é sentir, nos círculos de matéria sublimada, flores e trevas, luz e lama dentro de si mesma.


Livro: Vinha de Luz
Psicografia: Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Sobre o amor

A cada momento, cada um de nós está passando pelo processo de Ser e de se tornar.

Como as pessoas, os nossos relacionamentos também mudam.

E ainda há muito a aprender sobre AmoR...

terça-feira, 28 de julho de 2009

Reverenciando a bondade

Muitos se deixaram vencer. Não lutaram quanto deviam para alcançar a paz que almejavam. Empolgaram-se com a tristeza que os visitou e a acolheram submissos.

Acreditaram-se sem oportunidade de triunfo, deixando-se marcar pelo insucesso. Recuaram nas primeiras tentativas da luta necessária. Você conhece, porém, os meios eficazes para triunfar.

Você dispõe, como todos, da bondade que é inata nos corações. Utilize-a em favor de você mesmo e esparze-a onde se encontre. A bondade é moeda que enriquece a vida e é mensagem delicada que todos escutam e identificam.

Divulgue-a com todos os esforços por onde passe, com quem esteja. A bondade não faz ruído: acalma quem a conduz, quem a recebe, e fica luminosa qual estrela brilhante na noite...

Compare a bondade ao amor. Este é vida e aquela é o caminho luminoso para a vida.

Recorde o ensinamento de Jesus: "Bom é o Pai"... e avance para os Cimos onde o amor de Nosso Pai semeou a majestade da Sua grandeza, cultivando, na bondade que se dilata na Terra como bênção santificante, o programa de perfeição que nos foi destinado desde o princípio dos tempos...

Divaldo Franco

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Irmã coragem

Deus te abençoe a Fé por onde fores,
Adornando-te de luzes renascentes,
Nos sonhos e esperanças que acalentes,
A suprimir pesares e amargores.

Deus te engrandeça em tudo quanto intentes.
Embora suportando as próprias dores,
No intuito de amparar os sofredores,
Os cansados, os tristes e os doentes.

Irmão coragem, alma de alegria,
Sempre servindo e amando, dia a dia,
Enaltecendo as provas benfazejas.

Sê grata à vida e à luta, chora e canta,
Jesus te inspira a estrada clara e santa
Mensageira do A mor, Bendita Sejas ! ...


Espírito: JESUS GONÇALVES
Médium: Francisco Cândido Xavier
Livro: "Estradas e Destinos"

domingo, 26 de julho de 2009

Quando você estiver pronto

Quando você estiver pronto para fazer uma coisa nova, de maneira nova, você fará.
Há sempre alguém à espera da pessoa na qual você está se transformando.
Talvez, você ainda não esteja pronto para reconhece-la.

sábado, 25 de julho de 2009

Caravana e mensagem

A luta é áspera, constrangedora.

Ainda assim, somos aquela caravana do Cristo que deve prosseguir, estrada afora, conduzindo a mensagem que nos cabe entregar.


Espírito: BATUÍRA
Médium: Francisco Cândido Xavier
Livro: "Mais Luz"

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Porta Estreita

"Porfiai por entrar pela porta
estreita, porque eu vos digo que
muitos procurarão
entrar, e não poderão."
- Jesus. (LUCAS, 13:24.)


Antes da reencarnação necessária ao progresso, a alma estima na "porta estreita" a sua oportunidade gloriosa nos círculos carnais.

Reconhece a necessidade do sofrimento purificador. Anseia pelo sacrifício que redime. Exalta o obstáculo que ensina. Compreende a dificuldade que enriquece a mente e não pede outra coisa que não seja a lição, nem espera senão a luz do entendimento que a elevará nos caminhos infinitos da vida.

Obtém o vaso frágil de carne, em que se mergulha para o serviço de retificação e aperfeiçoamento.

Reconquistando, porém, a oportunidade da existência terrestre, volta a procurar as "portas largas" por onde transitam as multidões.

Fugindo à dificuldade, empenha-se pelo menor esforço.

Temendo o sacrifício, exige a vantagem pessoal. Longe de servir aos semelhantes, reclama os serviços dos outros para si.

E, no sono doentio do passado, atravessa os campos de evolução, sem algo realizar de útil, menosprezando os compromissos assumidos.

Em geral, quase todos os homens somente acordam quando a enfermidade lhes requisita o corpo às transformações da morte.

"Ah! se fosse possível voltar!..." - pensam todos.

Com que aflição acariciam o desejo de tornar a viver no mundo, a fim de aprenderem a humildade, a paciência e a fé!... com que transporte de júbilo se devotariam então à felicidade dos outros! ...

Mas... é tarde. Rogaram a "porta estreita" e receberam-na, entretanto, recuaram no instante do serviço justo. E porque se acomodaram muito bem nas "portas largas", volvem a integrar as fileiras ansiosas daqueles que procuram entrar, de novo, e não conseguem.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Vinha de Luz.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Mediunidade em Exercício

Nenhum médium é orientador-mor da casa espírita. Ele não é infalível e os espíritos que se expressam por seu intermédio ainda não são conhecedores da verdade integral.

Não deve, portando, o medianeiro extrapolar de suas funções,tanto quanto possível evitando se imiscuir nos assuntos de ordem administrativa,e nem colocar a sua mediunidade a serviço da curiosidade dos dirigentes que desejam abordar o Mundo Espiritual na solução dos impasses que surgem.

A mediunidade deve ser um fator de crescimento para o grupo, não centralizando decisões e transferindo responsabilidades.

Os Espíritos Amigos não se envolvem nas questões que competem aos integrantes da equipe cabe-lhes desenvolver o bom senso, dialogando fraternalmente na exposição transparente de suas idéias.

As orientações espirituais neste sentido,quando acontecem,são sempre de ordem geral, e , da parte dos espíritos esclarecidos,jamais descem a detalhes onde o excesso de palavras anula a ação.

Não se deve marginalizar a opinião do medianeiro em assuntos administrativos, mas, por outro lado, dele não deve ser a última palavra.

Imaginemos a casa espírita onde nada se fizesse sem que o médium, guindado à condição de oráculo, fosse consultado...A mediunidade é assessoria espiritual a que se deve recorrer quando estritamente necessário,sob pena de banalização.

Os Espíritos Superiores não existem para substituir o esforço humano, e a mediunidade não tem a função de isentar o homem das experiências que necessite vivenciar.

Espíritos desencarnados dominadores estimam controlar o grupo em suas decisões, desde , é evidente, que encontrem no instrumento mediúnico a ressonância indispensável.

Médiuns personalistas, com extrema facilidade concedem passividade aos espíritos centralizadores.Associam-se em seus propósitos,assumindo grave responsabilidade pela manipulação psicológica do grupo..

Neste sentido, seria mesmo interessante que o medianeiro, evitando ser manipulado por dirigentes inescrupulosos, por outro lado se eximisse de aceitar qualquer cargo de direção, limitando-se a cumprir com a sua tarefa de médium.

Muitos medianeiros se perdem quando aceitam, de encarnados e desencarnados, as sugestões que lhes excitam a vaidade, induzido-os a pretender posição de liderança no movimento, ou esta ou aquela condição de relevo no templo espírita.

A sintonia com o Mundo Espiritual Superior carece de ser acalentada; se o medianeiro interessado em melhores contatos psíquicos não conceder espaço mental para as idéias que deseja intermediar, as suas faculdades não se verticalizarão...

A influência do trabalho do médium no grupo a que se vincule acontecerá naturalmente, desde, é claro, que as suas conseqüências morais se façam sentir.

Quando sincero, o medianeiro irradiará as suas vibrações convincentes que, através do exemplo nobre, terminarão por se impor sem que, na maioria das vezes, as palavras articuladas sejam necessárias. Nenhum discurso mais eloqüente do que o da própria conduta!

Que medianeiro algum pretenda o poder, revivendo as experiências infelizes do pretérito quando, em outra roupagem física, estimava a presença de vassalos aos seus pés.


Livro: Conversando com os Médiuns.
Espírito: Odilon Fernandes.
Médium: Carlos A. Baccelli.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Oração diante da palavra

Senhor! Deste-me a palavra por semente de luz.Auxilia-me a cultivá-la.Não me permitas envolvê-la na sombra que projeto.Ensina-me a falar para que se faça o melhor.

Ajuda-me a lembrar o que deve ser dito e a lavar da memória tudo aquilo que a tua bondade espera se lance noesquecimento.

Onde a irritação me procure, induze-me ao silêncio, e, onde lavre o incêndio da incompreensão ou do ódio, dá que eupronuncie a frase calmante que possa apagar o fogo da ira.

Em qualquer conversação, inspira-me o conceito certo que se ajuste à edificação do bem, no momento exato, e faze-mevigilante para que o mal não me use, em louvor da perturbação.

Não me deixes emudecer, diante da verdade, mas conserva-me em tua prudência, a fim de que eu saiba dosar a verdade, em amor, para que a compaixão e a esperança não esmoreçam junto de mim.

Traze-me o coração ao raciocínio, sincero sem aspereza, brando sem preguiça, fraterno sem exigência e deixa, Senhor, que a minha palavra te obedeça a vontade, hoje e sempre.


Médium: Francisco Cândido Xavier
Livro: "Caminho Espírita"

terça-feira, 21 de julho de 2009

Onde você se encontra

"Você não consegue mudar o que não consegue encarar".
(James Baldwin)

Por isso, onde quer que você se encontre, é exatamente onde precisa estar, neste momento.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Melindres

Não permita que suscetibilidades lhe conturbem o coração. Dê aos outros a liberdade de pensar tanto quanto você é livre para pensar como deseja.

Cada pessoa vê os problemas da vida em ângulo diferente. Muita vez, uma opinião diversa da sua, pode ser de grande auxílio em sua experiência ou negócio, se você se dispuser a estudá-la.

Melindres arrasam as melhores plantações de amizade.Quem reclama agrava as dificuldades.

Não cultive ressentimentos. Melindrar-se é um modo de perder as melhores situações.

Não se aborreça, coopere. Quem vive de se ferir acaba na condição de espinheiro.


Médium: Francisco Cândido Xavier
Livro: "Sinal Verde"

domingo, 19 de julho de 2009

Viva como as flores

Em um antigo mosteiro budista, um jovem monge questiona o mestre: "Mestre, como faço para não me aborrecer? Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes, muitas são indiferentes. Sinto ódio das mentirosas e sofro com as que caluniam."

"Pois viva como as flores," orientou o mestre. "E como é viver como as flores?" Perguntou o discípulo.

"Repare nas flores," falou o mestre, apontando os lírios que cresciam no jardim. "Elas nascem no esterco, entretanto, são puras e perfumadas. Extraem, do adubo malcheiroso, tudo que lhes é útil e saudável... mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas.

É justo inquietar-se com as próprias imperfeições, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros o perturbem. Os defeitos deles são deles e não seus. Se não são seus, não há razão para aborrecimento.

Exercite, pois, a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora. Isso é viver como as flores." Numa simples orientação, sem dúvida, uma grande e nobre lição de bem-viver.

Mas, para viver como as flores, é preciso, ainda, observar outras características que elas nos oferecem como exemplo. Importante notar que nem todas as flores têm facilidades, mas todas têm algo em comum: florescem onde foram plantadas.

Seja em terreno hostil, em meio a pedregulhos ou em jardins tecnicamente bem cuidados, as flores surgem para perfumar e embelezar a vida. Existem as flores-heroínas, que precisam lutar com valentia por um lugar ao sol.

São aquelas que surgem em minúsculas frinchas, abertas em calçadas ou muros de concreto. Precisam encontrar, com firmeza e determinação, um espaço para brotar, crescer e florescer.

Há flores, cujas sementes ficam sob o solo escaldante do deserto por muitos anos, esperando que um dia as gotas da chuva tornem possível emergir...

E, então, surgem, por poucos dias, só para espalhar seu perfume e lançar ao solo novas sementes, que germinarão e florescerão ao seu tempo.

Em campos cobertos de neve, há flores esperando que o sol da primavera derreta o gelo para despertar de sua letargia e colorir a paisagem, em exuberância de cores e perfumes. Ah! Como as flores sabem executar com maestria a missão que o Criador lhes confia!

Existem, ainda, flores resignadas, que se imolam na tentativa de tornar menos tristes as cerimônias fúnebres dos seres humanos... enfeitando coroas sem vida. Viver como as flores, portanto, é muito mais do que saber retirar vida, beleza e perfume, do estrume...

É mais do que florescer em desertos áridos e em terrenos inóspitos...

É mais do que buscar um lugar ao sol, estando numa cova escura sob o concreto espesso...

É mais do que suportar a poda e responder com mais vida e mais exuberância...

...Viver como as flores, é entender e executar a missão que cabe a você, a mais bela e valorosa criatura de Deus, para quem todas as flores foram criadas...

Pense nisso! As flores são uma das mais belas e delicadas formas de expressão do divino artista da natureza. Parece mesmo que o Criador as projetou e as colocou no mundo para nos falar da grandeza do seu amor por nós, e também como lições silenciosas a nos mostrar como florescer e frutificar, apesar de todos os obstáculos da caminhada...

Pense nisso, e imite as flores!

sábado, 18 de julho de 2009

Examina-Te

“Nada faças por contenda ou por
vanglória, mas por humildade”
Paulo (Filipenses 2:3)


O serviço de Jesus é infinito. Na sua órbita, há lugar para todas as criaturas e para todas as idéias sadias em sua expressão substancial.

Se, na ordem divina, cada árvore produz segundo a sua espécie, no trabalho cristão, cada discípulo contribuirá conforme sua posição evolutiva.

A experiência humana não é uma estação de prazer. O homem permanece em função de aprendizado e, nesta tarefa, é razoável que saiba valorizar a oportunidade de aprender, facilitando o mesmo ensejo aos semelhantes.

O apóstolo Paulo compreendeu esta verdade, afirmando que nada deveremos fazer por espírito de contenda e vanglória, mas, sim, por ato de humildade.

Quando praticares alguma ação que ultrapasse o quadro das obrigações diárias, examina os móveis que a determinaram. Se resultou do desejo injusto de supremacia, se obedeceu somente à disputa desnecessária, cuida do teu coração para que o caminho te seja menos ingrato. Mas se atendeste ao dever, ainda que hajas sido interpretado como rigorista e exigente, incompreensivo e infiel, recebe as observações indébitas e passa adiante.

Continua trabalhando em teu ministério, recordando que, por servir aos outros, com humildade, sem contendas e vanglórias, Jesus foi tido por imprudente e rebelde, traidor da lei e inimigo do povo, recebendo com a cruz a coroa gloriosa.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Caminho, Verdade e Vida.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Obsessão na Mediunidade

Escolho à educação e ao exercício da mediunidade, a obsessão é vérmina a corroer o organismo emocional e físico da criatura humana.

Somente ocorre a parasitose obsessiva quando existe o devedor que se lhe torna maleável, na área da consciência culpada, que sente necessidade de recuperação.

Conservando a matriz da inferioridade moral no cerne do ser, o espírito devedor faculta a vinculação psíquica da sua antiga vítima, que se lhe torna, então, cruel cobardor, passando à posição de verduto alucinado.

Estabelecida a sintonia, o vingador ensandecido passa a administrar, por usurpação, s energias que absorve e lhe sustentam o campo vibratório no qual se movimenta.

A obsessão é obstáculo à correta educação da mediunidade e ao exercício edificante, face à instabilidade e insegurança de que se faz portadora.

A síndrome obsessiva, no entanto, revela a presença da faculdade mediúnica naquele que sofre o constrangimento espiritual dos maus espíritos, pois estes somente a exercem como expressão da ignorância e loucura de que se fazem objeto, infelizes que também o são nos propósitos que alimentam e nas ações que executam.

A desorientação mediúnica, em razão de uma prática irregular, faculta obsessões por fascinação e subjugação a longo prazo, de recuperação difícil, quando não irreversível...

Nesse sentido, a parasitose obsessiva pode, após demorado curso, dar lugar à distonia nervosa, o que facilita a instalação da loucura em suas variadas manifestações.

No princípio, a obsessão pode ser confundida com alguma dessas manifestações psicopatológicas, tais a neurose, a psicose, e, às vezes, a esquizofrenia...

É necessário muito cuidado para uma diagnose exalta nessa área, pois que a fronteira entre uma dessas perturbações mentais e a interferência espiritual deletéria é muito sutil.

Não é, porém, a mediunidade que responde pela eclosão do fenômeno obsessivo.

Aliás, através do cultivo correto das faculdades mediúnicas é que se dispõe de um dos antídotos eficazes para esse flagelo, porquanto por meio delas se manifestam os perseguidores desencarnados, que se desvelam e vêm esgrimir as falsas razões nas quais se apóiam , buscando justificar a insânia.

Será, todavia, a transformação pessoal e moral do paciente que lhe concederá a recuperação da saúde mental, libertando-o do cobrador desnaturado.

O processo de reequilíbrio, porém, é lento, exigindo altas doses de paciência e de amor por parte do enfermo, como daqueles que lhe compartilham a experiência afetiva, social, familiar.

Sujeita a recidivas, como é compreensível, gera desconforto e desânimo, levando, desse modo, os que nela se encontram incursos ao abandono da terapia refazente, à desistência da luta, entregando-se, sem qualquer resistência, e deixando-se consumir.

Não se manifesta, entretanto, a alienação por obsessão exclusivamente no exercício da mediunidade, sendo comum a sua ocorrência em pessoas totalmente desinformadas e desconhecedoras dos mecanismos da sensibilidade psíquica...

Iniciando-se o processo com sutileza ou irrompendo com violência, torna-se o indivíduo, após corrigida a desarmonia, portador de faculdades mediúnicas que jaziam em latência, graças às quais aquela se pôde manifestar.

Seja, porém, qual for o processo através de cujo mecanismo se apresente, a obsessão resulta da identificação moral de litigantes que se encontram na mesma faixa vibratória, necessitados de reeducação, amor e elevação.

A mediunidade constitui abençoado meio para evitar, corrigir e sanar os processos obsessivos, quandoexercida religiosamente, isto é, com unção, com espírito de caridade, voltada para a edificação do “Reino de Deus” nas mentes e nos corações.

Nenhum médium, todavia, ou melhor dizendo, pessoa alguma está indene a padecer de agressões obsessivas, cabendo a todos a manutenção dos hábitos salutares, da vigilância moral e da oração mediante as ações enobrecidas, graças aos quais se adquirem resistências e defesas para o enfrentamento com as mentes doentias e perversas que pululam na erraticidade inferior e se opõem ao progresso do homem, portanto, da humanidade.

Esse comércio psíquico pernicioso, o da obsessão, é muito mais expressivo entre os homens e os espíritos desencarnados doentes do que se supõe, merecendo o estudo e a atenção daqueles que se interessam por equacionar os graves problemas que perturbam a economia emocional e moral da sociedade.

A obsessão, no exercício da mediunidade, é alerta que não pode ser desconhecido, constituindo chamamento à responsabilidade e ao dever.

Mesmo Jesus, o Médium Superior e Irretocável, viu-se a braços com obsessores, obsediados e tentações promovidas por mentes perversas do além-túmulo, para as quais a Sua foi sempre a atitude de amor, energia e caridade, encaminhando-os ao Pai, de Quem procedem todas as mercês e dádivas.


Espírito: Vianna de Carvalho
Médium: Divaldo P. Franco – Médiuns e Mediunidades.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Mistificações na Mediunidade

O exercício da mediunidade correta impõe disciplinas que não podem ser desconsideradas, seriedade e honradez que lhe conferem firmeza de propósitos com elevada qualidade para o ministério.

Porque independente dos requisitos morais do intermediário, este há de elevar-se espiritualmente, a fim de atrair as entidades respeitáveis que o podem promover, auxiliando-o na execução do delicado programa a que se deve ajustar.

Pelo fato de radicar-se no organismo, o seu uso há que ser controlado e posto em regime de regularidade, evitando-se o abuso da função, que lhe desgasta as forças mantenedoras, como a ausência da ação, que lhe obstrui mais amplas aptidões que somente se desenvolvem através de equilibrada aplicação.

Face à sintonia psíquica responsável pela atração daqueles que se comunicam, a questão da moralidade do médium é de relevante importância, preponderando, inclusive, sobre os requisitos culturais, porquanto estes últimos podem constituir-lhe uma provocação, jamais um impedimento, enquanto a primeira favorece a união com os espíritos de igual nível evolutivo.

Embora os cuidados que o exercício da mediunidade exige, nenhum sensitivo está isento de ser veículo de burla, de mistificação.

Esta pode, portanto, ter várias procedências:

a) dos espíritos que se comunicam, denunciando a sua inferioridade e demonstrando falhas no comportamento do medianeiro, que lhes ensejou a farsa; às vezes, apesar das qualidades morais relevantes do médium, este pode ser vítima de embuste, que é permitido pelos seus instrutores desencarnados com o fim de pôr-lhe à prova a humildade, a vigilância e o equilíbrio;

b)involuntariamente, quando o próprio espírito do médium não logra ser um fiel intérprete da mensagem, por encontrar-se em aturdimento, com estafa, desgaste e desajustado emocionalmente;

c) inconscientemente, em razão da liberação dos arquivos da memória – animismo – ou por captação telepática direta ou indireta;

d) por fim, quando se sentindo sem a presença dos comunicantes e sem valor moral para explicar a ocorrência, apela para a mistificação consciente e infeliz, derrapando no gravame moral significativo.

Eis por que o médium se deve preservar dos abusos, não exorbitando das energias que lhe permitem a ação da faculdade, porquanto esta, à semelhança de outra qualquer, sofre as alternâncias do cansaço e do repouso, dá boa da má utilização.

A prática mediúnica impõe, como condições ético-morais, o idealismo e a dedicação desinteressada de quaisquer recompensas, pois que o mercantilismo e a simonia transformam-na em campo de exploração perniciosa.

Não se beneficiando com as retribuições que são encaminhadas aos médiuns, os espíritos nobres os deixam à própria sorte, sendo assim substituídos pelos interesseiros e vãos, que passam ao comércio das forças psíquicas em processo de vampirismo cruel, terminando por aproximar-se da casa mental do irresponsável, em conúbio danoso.

Outras vezes, sentindo-se obrigado a atender o consulente que lhe compra o honorário, o sensitivo assume a responsabilidade da mensagem, mistificando em consciência, na crença de que ao outro está enganando, sem dar-se conta das conseqüências funestas que o gesto lhe acarreta e que se apresentarão no momento próprio.

A venda, porém, da mediunidade, não se dá, exclusivamente, mediante a moeda de contado, mas, também, através dos presentes de alto preço, da bajulação chula, do destaque vão com que se busca distinguir os médiuns, exaltando-lhes o orgulho e a vacuidade.

É austera e irretocável a recomendação de Jesus quanto ao “dar de graça o que de graça se recebe”, valorizando-se o conteúdo da concessão superior, honrando-a com carinho e respeito, em razão da sua procedência, quanto do seu destino.

A mistificação mediúnica de qualquer natureza tem muito a ver com o caráter moral do médium, que, consciente ou não, é responsável pelas ocorrências normais e paranormais da sua existência.

A mediunidade é para ser exercida com responsabilidade e pureza de sentimentos, não se lhe permitindo macular com as enganosas paixões inferiores da condição humana das criaturas.

Com a sua vulgarização e a multiplicação dos médiuns , estes, desejando valorizar-se e dar brilho especial às suas faculdades, apelam para superstições e exotismos do agrado das pessoas frívolas e ignorantes, que os incorporam às suas ações, caindo, desse modo, em mistificações da forma, através dos processos escusos com os quais visam impressionar os incautos.

A prática mediúnica dispensa todo e qualquer rito, indumentária, práxis, condição por estribar-se em valores metafísicos que as formas exteriores não podem alcançar.

O mau uso da faculdade mediúnica pode entorpecê-la e até mesmo fazê-la desaparecer, tornando-se, para o seu portador, um verdadeiro prejuízo, uma rude provação.

Algumas vezes, como advertência, interrompe-se-lhe o fluxo medianímico, e os espíritos superiores, por afeição ao médium, permitem que ele o perceba, a fim de mais adestrar-se, buscando descobrir a falha que propiciou a suspensão e restaurando o equilíbrio; outras vezes, é-lhe concedida com o objetivo de facultar-lhe algum repouso e refazimento.

A mistificação é um dos graves escolhos à mediunidade, todavia, fácil de se evitar, como de se identificar.

A convivência com o médium dará ao observador a dimensão dos seus valores morais, e será por estes que se poderá medir a qualidade e as resistências mediúnicas do mesmo, a possibilidade dele ser vítima ou responsável por mistificações.


Espírito: Vianna de Carvalho
Médium: Divaldo P. Franco – Médiuns e Mediunidades.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Nada é por acaso

Repare: Nada é por acaso.
Nós nos colocamos em uma espécie de “trilha”,
que sempre esteve aí,
o tempo todo,
à sua espera.
Você elegeu seu destino.
A vida que você tem que viver é essa mesma.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Dissipando sombras

Concentremos nossas forças no propósito de amar os nossos inimigos, segundo os preceitos do Cristo, para que assombras se mostrem dissipadas.

Francisco Cândido Xavier
Livro: "Mais Luz"

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Educandário de luz

Ninguém se reconheceria fora da paciência e do amor que Jesus nos legou, se todos freqüentássemos a universidade da beneficência, cujos institutos de orientação funcionam, quase sempre nas áreas da retaguarda.

Aí, nos recintos da penúria, as lições são administradas, ao vivo, através das aulas inumeráveis do sofrimento.

Tanto quanto possas e, mais demoradamente nos dias de aflição, quando tudo te pareça convite ao desalento, procura experiência e compreensão nessa escola bendita, alicerçada em necessidades e lágrimas.

Se contratempos te ferem nos assuntos humanos, visita os irmãos enfermos, segregados no hospital, a fim de que possas aprender a valorizar a saúde que te permite trabalhar e renovar a esperança.

Quando te atormente a fome de sucesso nos temas afetivos e a ventura do coração se te afigure tardia, toma contato com aqueles companheiros que habitam furnas abandonadas, para quem a solidão se fez o prato de cada dia.

Ante os empeços da profissão com que o mundo te honra a existência, consagra alguns minutos a escutar o relatório dos pais de família, entregues ao desespero por lhes escassearem recursos à própria subsistência.

E, se experimentas dissabores, perante os filhos que te enriquecem a a alma de esperança e carinho, à face das tribulações que lhes gravam a vida, observa aqueles outros pequeninos que caminham nas trilhas do mundo, sem tutela de pai ou mãe que os resguarde, atirados à noite da criminalidade e da ignorância.

Matricula-te no educandário da caridade e guardarás a força da paciência.

Enriquece de cultura os dotes que te enfeitam a personalidade e realiza na terra os nobres ideais afetivos que te povoam os pensamentos, no entanto, se queres que a felicidade venha morar efetivamente contigo, auxilia igualmente a construir a felicidade dos outros.

Nosso encontro com aqueles que sofrem dificuldades e provações maiores que as nossas será sempre, em qualquer lugar, o nosso mais belo e mais duradouro encontro com Deus.


Emmanuel
Mensagem retirada do livro "Paz e Renovação" Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

domingo, 12 de julho de 2009

Um Amigo de Verdade

Você tem um amigo de verdade? Existem muitos amigos por aí, mas os amigos verdadeiros ainda são uma raridade.

Um dia desses, enquanto alguns amigos conversavam de forma descontraída, podia-se observar que um deles, em especial, trazia no rosto um semblante calmo, e sua serenidade espalhava um hálito de paz no ambiente.

Logo mais, aquele jovem senhor deixava o recinto para atender alguns compromissos e, com a alma dorida, falava-nos de algumas dificuldades que estava enfrentando. Qual espinho cravado no peito, a calúnia feita por um falso amigo lhe fustigava a alma.

E apesar de ter o coração dilacerado, ele conseguia exalar perfume ao seu redor, poupando os demais companheiros do seu infortúnio. Falava-nos, com certa tristeza, mas sem rancor, que um amigo maledicente havia espalhado inverdades a seu respeito.

“Logo mais estarei com ele e sei que irá me abraçar. E mesmo sabendo o que ele diz de mim pelas costas, retribuirei o abraço sem nada dizer.”

Dizia-nos aquele homem nobre. Não negava que a atitude do amigo o incomodava, mas, em momento algum se deixou levar pelo ódio, pela mágoa ou pelo desejo de vingança. Quem não gostaria de ter um amigo assim?

Sem dúvida, ter amigos de verdade é o que todos desejamos, mas nem sempre nos propomos a ser amigos verdadeiros.

Perdoar um amigo significa dar-lhe uma prova de amizade, pois quando cometemos algum deslize desejamos que, pelo menos os amigos, nos entendam e nos estendam a mão. Mas, infelizmente, nem sempre agimos com os amigos da maneira que gostaríamos que eles agissem conosco.

E, no momento que ouvíamos aquele amigo de verdade mostrar tamanha compreensão para com o seu caluniador, lembramo-nos de Jesus.

Quando Judas chegou, trazendo os guardas romanos para prendê-lo, Jesus dirigiu seu olhar compassivo ao traidor e lhe perguntou: “a que vieste amigo?”. Jesus não só perdoou o amigo infeliz, como também compreendeu a sua miséria moral.

Em outro momento, quando Pedro negou que o conhecia, pela terceira vez, e se desesperou ao perceber que Jesus o observava sereno, por entre as grades da prisão, o mestre o consola: “Pedro, os homens são mais frágeis que verdadeiramente maus.”.

Certamente um afago que Pedro jamais esqueceria... Um amigo de verdade, diante dos maus passos dos amigos, age com compaixão, com piedade, com tolerância, com benevolência...

São amigos assim que fazem falta no mundo... Um amigo que olhe nos olhos, sem nada pra esconder... Um amigo que defenda o seu amigo ausente diante de comentários maldosos... Um amigo que não tenha medo de dizer que é amigo...

Que não sinta vergonha de admitir que está com saudades... Que ligue tarde da noite só pra saber se o amigo está bem, porque teve um sonho ruim com ele e quer se certificar de que foi apenas um sonho...

Por tudo isso, vale a pena pensar um pouco sobre esse tesouro que se chama amizade. E é sempre bom lembrar que não se consegue construir amizades sólidas em bases falsas e mentirosas.

Se você acha bom ter um amigo de verdade, lembre-se de que não se pode só desejar amigos assim, é preciso ser um amigo verdadeiro.

Amigos são como flores nobres semeadas ao longo do nosso caminho, para que possamos aspirar perfume em todas as estações.

sábado, 11 de julho de 2009

Dois vasos

Quando estavam prontos para se deitarem o monge Liu-Pei meio que chateado, mostra ao sábio Kwan-Kun que está aborrecido por não poder ajudar da forma que gostaria que fosse:

- Fico muito triste, pois não consigo proporcionar algo de maravilhoso que me pudesse satisfazer.

Ao que o sábio respondeu: - Caro Liu-Pei, acaso você não se lembra da história dos dois vasos? - Conta-nos a história que certa vez um camponês tinha dois vasos, que ele utilizava todos os dias para buscar água a certa distância da sua moradia.

- Quando retornava da mina com os vasos cheios de água, pelo caminho, um dos vasos que estava rachado, deixava escorrer quase que toda a água que havia pegado na mina.

- Certo dia, procurou o camponês e disse que andava chateado, pois enquanto o outro vaso chegava cheio, ele chegava quase que vazio.

- O camponês pediu a ele que o acompanhasse e andando de sua casa até a mina, mostrou-lhe um belo jardim, cheio de flores, que surgiu justamente pela água que foi derramando próximo da trilha em que eles passavam.

- Assim, querido monge, saiba que todos nós, por mais insignificante que possa parecer o trabalho que estamos fazendo, ele é de vital importância para nós e para os que estão ao nosso redor, basta que façamos com amor.


Fonte: Gotas de Paz

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Relacionamentos

Avançamos no caminho espiritual através dos relacionamentos.

Deepak Chopra escreveu:

"Seja qual for o relacionamento que você atraiu para dentro de sua vida, numa determinada época, ele foi aquilo de que você precisava naquele momento."

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Tarefa Mediúnica Ostensiva

Apenas algumas rápidas palavras em torno da mediunidade, que, de fato, é um assunto inesgotável, A tarefa mediúnica mais intensa, principalmente aquela de contato com o público, em verdade não é uma tarefa para todos os médiuns.

Semelhante atitude medianímica, de caráter público, é penosa, difícil mesmo para os médiuns não amadurecidos o suficiente; é uma tarefa que não depende tanto da mediunidade em si, mas depende da têmpera do médium, do espírito do medianeiro, mas do que, inclusive, dos espíritos que se dispõe a colaborar com ele.

Por esse motivo não podemos, indiscriminadamente incentivar o exercício ostensivo da mediunidade nos médiuns ainda incipientes, nos medianeiros que apenas agora estão iniciando os seus primeiros passos na caminhada que é, deveras, longa.

Antes que o médium se dedique ou se decida por uma tarefa de muitos contatos públicos, é imprescindível que sopese as dificuldades que faceará, porque, de certa forma, esse companheiro não mais se pertencerá; sentir-se-á privado de aspirações pessoais, tendo, ainda, cerceado a sua liberdade no que se refere a tempo, que lhe digam respeito, tanto no campo profissional quanto no campo afetivo...

A tarefa mediúnica ostensiva, aquela que se expõe na cura, na pintura ou, ainda, na oratória, requesita do medianeiro um grau de renúncia e de sacrifício que, infelizmente, nem todos os companheiros, candidatos ao serviço da mediunidade com Jesus, estão em condições de oferecer.

Estas nossas considerações vêm a propósito de muitos irmãos médiuns que anseiam por atividades mais amplas na casa espírita. Louvamos em todos eles a boa vontade e a reta intenção em cooperar coma difusão do Espiritismo, que revive, na atualidade, o Evangelho de Jesus.

Entretanto temos catalogadas centenas e centenas de medianeiros que se propõem em realizar semelhantes atividades e nelas não logram perseverar mais do que algumas reuniões ou alguns poucos meses.

Logo, se retraem, constrangidos por um sem número de problemas e obstáculos. É indispensável, portanto, que o medianeiro, antes de tentar alçar vôos mais longínquos, melhor fortaleza as próprias asas, porque não lhe convirá, de forma alguma, a leviandade, a deserção ao dever, a fulga ao compromisso, sem que esteja arcando com as conseqüências oriundas de suas decisões.

A tarefa mediúnica pode ser comparada a uma escada de infinitos degraus, em que, o médium, que decide escalá-la, precisa ascender, passo a passo, não olvidando que, para tanto, o concurso do tempo é indispensável.

Sintetizando, não bastam os espíritos e não basta a mediunidade; é imprescindível verificar-se a têmpera do médium que se candidata a tarefa mediúnica de natureza ostensiva, expondo-se, publicamente, aqueles que, no medianeiro, quase sempre procura o que o medianeiro por si só não se encontra em condições de oferecer.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Retorno

Auxiliando aos outros para que possam viver com alegria descobriremos para nós a alegria de viver.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Caminhos.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Autoperdão

"Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si mesmo...”. ““... Porque se sois duros, exigentes, inflexíveis, se tendes rigor mesmo por uma ofensa leve, como quereis que Deus esqueça que, cada dia, tendes maior necessidade de indulgência? (Cap. X, item 15)

Nossas reações frente à vida não acontecem em função dos estímulos ou dos acontecimentos exteriores, mas sim em função de como percebemos e julgamos interiormente esses mesmos estímulos e acontecimentos.

Em verdade, captamos a realidade dos fatos com nossas mais íntimas percepções, desencadeando consequentemente peculiares emoções, que serão as bases de nossas condutas e reações comportamentais no futuro.

Portanto, nossa forma de avaliar e reagir frente anos nossos atos e atitudes frente aos outros, conceituando-os como bons ou maus, é determinada por um sistema de autocensura que se encontra estruturado nos "níveis de consciência" da criatura humana.

Toda e qualquer postura que assumimos na vida se prende á maneira como olhamos o mundo fora e dentro de nós, podendo nos levar a uma sensação íntima de realização ou de frustração, de contentamento ou de culpa, de perdão ou de punição, de acordo com nosso "código moral" modelado na intimidade de nosso psiquismo.

Nosso "julgador interno" foi formado sobre as bases de nossos conceitos acumulados nos tempos passados das vidas incontáveis, como também com os pais atuais, com os ensinamentos de professores, com líderes religiosos, com o médico da família, com as autoridades políticas de expressão, com a sociedade enfim.

Também, de forma sutil e quase inconsciente, no contato com informações, ordens, histórias, superstições, preconceitos e tradições assimilados dos adultos com quem convivemos em longos períodos de nossa vida. Portanto, ele, o julgador interno, nem sempre condiz com a realidade perfeita das coisas.

Essa "consciência crítica" que julga e cataloga nossos feitos, auto censurando ou auto-aprovando, influencia a criatura a agir da mesma maneira que os adultos agiram sobre ela quando criança, punindo-a, quando não se comportava da maneira como aprendeu ser justa e correta, ou dando toda uma sensação de aprovação e reconforto, quando ela agia dentro das propostas que assimilou como sendo certas e decentes.

A gênese do não-perdão a si mesmo está baseada no tipo de informações e mensagens que acumulamos através das diversas fases de evolução de nossa existência de almas imortais.

Podemos experimentar culpa e condenação, perdão e liberdade de acordo com os nossos valores, crenças, normas e regras vigentes, podendo variar de indivíduo para indivíduo, conforme seu país, sexos, raça, classe social, formação familiar e fé religiosa.

Entendemos assim que, para atingir o autoperdão, é necessário que a criatura reexamine suas crenças profundas, sob a natureza do seu próprio ser, estudando as leis da Vida Maior, bem como as raízes de sua educação da infância atual.

Uma das grandes fontes de auto-agressão vem da busca apressada de uma perfeição absoluta, como se todos devêssemos ser deuses ou deusas de um momento para outro.

Aliás, a exigência de perfeição é considerada a pior inimiga da criatura, pois a leva a uma constante hostilidade contra si mesma, exigindo-lhe capacidades e habilidades ainda não adquiridas por ela.

Se padrões muito severos de censura foram estabelecidos por pais perfeccionistas à criança, ou se lhe foi imposto um senso de justiça implacável, entre regulamentos disciplinadores e rígidos, provavelmente ela se tornará um adulto inflexível e irredutível para com os outros e consigo mesmo.

Quando sempre esperamos perfeição em tudo e confrontamos o lado "inadequado" de nossa natureza humana, sentir-nos-emos fatalmente diminuídos e envolvidos por uma aura de fracasso.

Não tomar consciência de nossas limitações é como se admitíssemos que os outros e nós mesmos devêssemos ser oniscientes e todo-poderosos.

Afirmam as criaturas: "Recrimino por ter sido tão ingênuo naquela situação..." "Tenho raiva de mim mesmo por ter aceitado tão facilmente aquelas mentiras..."; "Deveria ter previsto estes problemas atuais"; "Não consigo perdoar-me, pois pensei que ele mudaria...".

São maneiras de expressarmos nossa culpa e o não-perdão a nós mesmos – exigências desmedidas atribuídas a pessoas perfeccionistas. Os viciados em perfeição acham que podem fazer tudo sempre melhor e, portanto, rejeitam quase tudo o que os outros fazem ou fizeram.

Não aceitam suas limitações e não enxergam a "perfeição em potencial", que existe dentro deles mesmos, perdendo assim a oportunidade de crescimento pessoal e de desenvolvimento natural, gradativo e constante, que é a técnica das leis do universo.

A desestima a nós próprios nasce quando nós não nos aceitamos como somos. Somente a auto-aceitação leva a criatura a sentir uma plena segurança frente aos fatos e às ocorrências do seu cotidiano, ainda que os indivíduos a seu redor não a aceitem e nem entendam suas melhores intenções.

O perdão concede a paz de espírito, mas essa concessão nos escapará da alma se estivermos presos ao desejo de dirigir os passos de alguém, não aceitando o seu propósito de viver.

Deveremos compreender que cada um de nós está cumprindo um destino só seu, e que as atividades e modos das outras pessoas ajustam-se somente a elas mesmas.

Estabelecer padrões de comportamento e modelos idealizados para os nossos semelhantes é puro desrespeito e incompreensão frente ao mecanismo da evolução espiritual.

Admitir e aceitar os outros como eles são nos permite que eles nos admitam e nos aceitem como somos. Perdoar-nos resulta no amor a nós mesmos - o pré-requisito para alcançarmos a plenitude do "bem-viver".

Perdoar-nos é não importar-nos com o que fomos, pois a renovação está no instante presente e o que importa é como somos agora e quais são as determinações atuais para o nosso progresso espiritual.

Perdoar-nos é conviver com a mais nítida realidade, não se distraindo com as ilusões de que os outros e nós mesmos "deveríamos ser" algo que imaginamos ou fantasiamos.

Perdoar-nos é compreender que os que nos cercam são reflexos de nós mesmos, criações nossas que materializamos com nossos pensamentos e convicções íntimas.

O texto em estudo - "perdoar aos inimigos é pedir perdão a si mesmo" - quer dizer: enquanto nós não nos libertarmos da necessidade de castigar e punir ao próximo, não estaremos recebendo a dádiva da compreensão para o autoperdão. "... porque se sois duros, exigentes, inflexíveis, se tendes rigor mesmo por uma ofensa leve...", como haveremos de criar oportunidades novas para que o "Divino Processo da Vida" nos fecunde a alma com a plenitude do Amor a fim de que possamos perdoar- nos?

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Trajetória desafiadora

Filhos da Alma:

Que Jesus nos abençoe.

Repetimos a trajetória do Cristianismo primitivo. O solo que espera ensementação, ainda necessita de adubo e de arroteamento.

Não estranhemos as dificuldades e os desafios.

Jesus, que representa a estrela de primeira grandeza da Terra, não transitou por estradas asfaltadas, nem sorveu o precioso licor da amizade e do respeito. Sofreu perseguições sem nome, vivendo testemunhos indescritíveis.

Por isso, Ele nos disse: No mundo somente tereis aflições.

Que sejamos afligidos, mas que não nos tornemos afligentes, impondo-nos a carga dos testemunhos, que conduzamos com elevação ao calvário libertador.

Vendo-vos, filhos da alma, reencetando a jornada que ficou interrompida no passado, em face do desequilíbrio e das lamentáveis posturas humanas, alegramo-nos, porque palmilhais a estrada da redenção com entusiasmo, com amor.

Vivei o Evangelho conforme a interpretação da Doutrina Espírita, e exultai.

Vossas dores são nossas dores, vossas ansiedades e sofrimentos íntimos são nossos, meus filhos.

Jesus compartilha, antecipando as inefáveis alegrias do amanhã ditoso, após vencido o portal do túmulo.

Avançai, seareiros da luz!

Nada vos impeça a glorificação do ideal que vibra e que se expande através de vós.

Jesus nos espera, avancemos.

Amigo Jesus:

Tu que és o companheiro daqueles que não têm companheiros, que és o médico dos excluídos da sociedade terrena, enfermos da alma e do corpo, que és o guia do planeta terrestre, que foi atirado no éter cósmico sob Teu comando, recebe a nossa gratidão por estes dias de júbilos e de reflexões.

Aceita a pobreza em que nos encontramos, aguardando a fortuna que ofereces aos que Te servem.

Agradecidos, Senhor, rogamos que nos abençoes e aos irmãos e amigos de retorno às suas tarefas, para que sejam fiéis até o momento da libertação.

Muita paz, meus amigos.

Com o carinho dos espíritos-espíritas aqui presentes, o amigo paternal e humílimo de sempre.

Bezerra.

(Mensagem psicofônica recebida por Divaldo Pereira Franco, no encerramento do Curso promovido pelo CEI, no Castelo de Wégimont (Bélgica), no dia 7 de junho de 2009, em seguida à 13ª. Reunião Ordinária do CEI.

domingo, 5 de julho de 2009

Mediunidade Espírita

A mediunidade espírita é a que se alicerça em Jesus e Allan Kardec. A mediunidade é uma faculdade psíquica que independe de rótulo religioso - encontraremos a sua presença na origem de quase todas as crenças.

Os grandes iniciados de todas as religiões eram intérpretes dos espíritos que os inspiravam. Os profetas eram missionários da mediunidade sobre a terra. Os apóstolos, na festa de pentecostes, ficaram mediunizados. Os santos reverenciados pela igreja Católica possuíam o dom de curar, a clarividência, efeitos físicos; caíam em transe com freqüência.

Todavia com Allan Kardec é que a mediunidade se tornou um intercâmbio consciente entre os Dois Mundos. Estudando os mais diversos dons medianímicos, criando terminologia própria, o codificador devassou o Invisível, tornando natural o diálogo dos vivos com os chamados mortos.

Portanto não existe mediunidade legitimamente exercida, fora dos padrões da Doutrina dos Espíritas. O médium espírita é o que se submete à orientação doutrinária, colocando-se a serviço da Causa e não de si mesmo.

O médium personalista é um médium rebelado contra os princípios que se consubstanciam no “daí de graça o que de graça recebestes.”

Infelizmente, muitos medianeiros promissores acabam por se entregar única e exclusivamente à orientação dos espíritos que se comunicam por seu intermédio - marginalizam os fundamentos básicos de “O Livro dos Médiuns” e adotam uma linha de conduta que conflita com os propósitos do medianeiro bem intencionado.

Há quem busque na mediunidade a satisfação do seu próprio ego; não está movido pela intenção de servir, mas de projetar-se, de ter o seu nome exaltado, de alimentar a vaidade.

O médium presunçoso, mais cedo ou mais tarde, se comprometerá. Sem retaguarda espiritual que lhe garanta o equilíbrio, estará à mercê dos espíritos sem discernimento, que o induzirão a cometer absurdos.

Antes, pois, de cogitar do desenvolvimento mediúnico em si, deve o candidato aos serviços espirituais no campo da mediunidade interessar-se pela sua iluminação no exercício constante da humildade.

Médiuns personalistas são agentes desagregadores; ao invés de somarem esforços, de motivarem os companheiros à prática do bem, inspiram desconfiança e estabelecem a disputa na casa espírita...

Todo médium é um tarefeiro, longe, conforme se imagina, de ser um missionário. Raros são os sensitivos que reencarnam com tarefa definida no campo da mediunidade; para a grande maioria,o trabalho vai se definindo com base no seu devotamento.

Alguns renascem com o compromisso, fazendo jus à supervisão espiritual das Altas Esferas; outros se decidem por ele ao travarem contato com o Espiritismo, atraindo a atenção dos Espíritos Superiores que deles se aproximam na medida exata da confiabilidade que externem...

A idéia de que seja um espírito missionário tem sido obstáculo ao roteiro que o ser encarnado traçou para si mesmo.

Imbuído de tais pensamentos, fascinado quanto às suas próprias possibilidades, foge aos compromissos imediatos, que, então, passa a considerar de natureza inferior, como sejam: o casamento e a constituição da família, o esmero na profissão e a sua participação ativa nos assuntos da comunidade.

Mediunidade é compromisso de trabalho e oportunidade de resgate. Sobretudo, o médium é um espírito com elevados débitos cármicos que necessita se conscientizar de sua necessidade de servir-Se servir incondicionalmente!


Livro: Conversando com os Médiuns
Espírito: Odilon Fernandes
Médium: Carlos A. Baccelli

sábado, 4 de julho de 2009

Definições

O que sentesrevela o rumopara onde te diriges.
O que pensas te apontao lugarem que te encontras.
O que falasindica o que sabes.
O que fazesmostra quem és.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Caminhos.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Oração e Vigilância

O homem respeitoso, que curva o corpo no arado e sulca o seio virgem da terra, ora, porque arando está também orando.

A mulher, que se ergue e, tomando das mãos do pequenino, condu-lo através da experiência do alfabeto, ora, porque ensinar é orar.

O jovem, que renuncia à comodidade do prazer e oferece suas horas ao ministério sacrossanto da enfermagem, ora, porque atender à dor alheia também é orar.

O homem, que empreende a luta pela aquisição honesta do pão que lhe honra a estabilidade doméstica, ora, porque no cumprimento dos deveres morais também se está em prece.

Quem, buscando a fonte generosa, distribui água refrescante, ora, porque matar a sede do aflito é também orar.

Há, entretanto, fora do trabalho, uma forma diferente de orar.

A natureza é um templo, no qual o coração se faz altar, convidando o ser à comunhão com a vida.

Todo aquele que, depois da prece-ação, continua sentindo sede interior de paz, abandone, por momentos, o tumulto do mundo e mergulhe as antenas mentais no oceano de magnificentes cores da Natureza e repita no imo, em murmúrio, a oração dominical, para receber da Divindade alento e força para a jornada na qual, muitas vezes, o coração desfalece enfraquecido, Ouvirá, então, no interlóquio, a voz do Senhor, mantendo com a alma ansiosa um diálogo e colocando uma ponte no abismo que a separa do seu Criador.

A boca, na disputa verbalista, que é tentada ao revide e silencia, humilde, vigia, porque calar uma ofensa é repetir um pequeno curso de vigilância.

A mão que, em se levantando para apontar um ofensor, na via pública, dobra-se reverente, quedando-se caída, vigia, porque não acusar é exercer vigilância em si mesmo.

A alma, que despedaça a cólera aninhada no coração e que antes se dispunha a saltar perigosa sobre o agressor ao seu alcance, vigia, porque perdoar o crime é colocar-se em vigília.

Os dedos nervosos, que ao tomarem da pena para escrever um libelo, no qual, em se defendendo acusam, indo, inadvertidamente, cometer o mesmo erro, mas, no justo momento do revide, espalma a mão sobre o papel alvo, conferindo ao tempo a oportunidade de esclarecimento, vigia, porque não revidar golpe com golpe é exercitar a experiência de vigilância.

Há, ainda, uma vigilância pouco exercitada e recomendada pelo Senhor, que é aquela que convida o crente a conduzir a alma de tal maneira, que se não deixe contaminar pelo veneno do mundo, mesmo quando os fortes elos das tentações se unirem em cadeia vigorosa, ameaçando despedaçar a atividade das boas intenções.

_ “Está alguém entre vós aflito?” – indaga o apóstolo Tiago – “Ore!”.

E o Divino Mestre recomenda: “Vigiai e orai, para não cairdes em tentação”.

Espírito: Vianna de Carvalho
Médium: Divaldo P. Franco – Enfoques Espíritas.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Ninguém é igual a ninguém

Ninguém é igual a ninguém
e ninguém é perfeito.
A vida vai dando coisas com que você consegue lidar,
conforme você vai aprendendo a lidar com elas.
É assim que a vida funciona.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Socorro

Noite escura.

Em local isolado, um rapaz de moto, errando na direção, precipitou-se nas águas de enorme represa.

Alguns populares correram até à casa grande em que morava um negociante que possuía, ali mesmo, um barco magnificamente equipado.

No entanto, ao pedido de socorro, ei-lo que responde secamente:

- Jovens de moto? Estou cansado... Gente louca não tem jeito...

Os amigos anônimos se voltaram no rumo de um pardieiro próximo, ocupado unicamente por uma senhora paralítica.

A doente não vacilou.

Emprestou-lhes pequena lanterna, acesa a querosene.

Alguns instantes mais e o rapaz foi visto, boiando à longa distância.

Dois homens se atiraram às águas e trouxeram-no desmaiado para a terra.

O comerciante, porém, - aquele mesmo que se negara a cooperação,- viera até a orla do lago, simplesmente para ver.

Mas, inclinando-se para o jovem que respirava, a salvo, no socorro improvisado que recebia, começou a gritar em desespero:

- É meu filho!... Ah! meu filho, meu filho!...


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Caminhos.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.