quinta-feira, 30 de abril de 2009

Perante o divino mestre

"Que Mal fez ele? — perguntou Pilatos. Porém cada vez clamavam mais Seja Crucificado!"

Jesus Cristo!...

Condenado sem culpa, vencido e vencedor...

Profundamente amado, violentamente combatido!

De todos os títulos, preferiu o de Mestre, conquanto devesse, nas Provas Supremas, reconhecer-se abandonado pelos discípulos.

De todas as profissões praticou, um dia, a de carpinteiro, ciente de que não teria para a ministração de seus apelos e ensinamentos nem culminâncias de poder terrestre e nem galerias de ouro, mas, sim, pobres barcos talhados em serviço de enxó e a golpes de formão...

Soberano da Eternidade, permitiu se lhe aplicassem a coroa de espinhos, deixando-se alçar num sólio constituído de dois lenhos justapostos, em dois traços distintos...

Ele que se declarou enfeixando o caminho, a verdade e a Vida, deu-se na Estrema Renúncia, em penhor de semelhante revelação, suspenso nas horas derradeiras, sobre o traço vertical que simbolizava a Fé, a erigir-se em Caminho para o Céu, e sobre o traço horizontal, que exprimia o Amor, alimentado a Vida, na direção de todas as criaturas, como a dizer-nos que Ele era, na Cruz, a verdade torturada e silenciosa, entre a Fé e o Amor, a sustentar-se claramente erguida para a justiça Divina, batida e suplicada pelos homens, mas de braços abertos.


Emmanuel

Mensagem retirada do livro "Perante Jesus" Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Imperativos Cristãos

Aprende - humildemente.

Ensina - praticando.

Administra - educando.

Obedece - prestativo.

Ama - edificando.

Teme - a ti mesmo.

Sofre - aproveitando.

Fala - construindo.

Ouve - sem malícia.

Ajuda - elevando.

Ampara - levantando.

Passa - servindo.

Ora - serenamente.

Pede - com juízo.

Espera - trabalhando.

Crê - agindo.

Confia - vigiando.

Recebe - distribuindo.

Atende - com gentileza.

Coopera - sem apego.

Socorre - melhorando.

Examina - salvando.

Esclarece - respeitoso.

Semeia - sem aflição.

Estuda - aperfeiçoando.

Caminha - com todos.

Avança - auxiliando.

Age - no bem geral.

Corrige - com bondade.

Perdoa - sempre.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Agenda Cristã.
Ditado pelo Espírito André Luiz.

terça-feira, 28 de abril de 2009

O Assistido

Diante daqueles a quem socorres, não admitas que a caridade seja prerrogativa unicamente de tua parte.

Enumera os bens que recolhes daqueles a quem amparas.

Habitualmente doamos aos companheiros necessitados algo do que nos sobra, deles recebendo muito do que nos falta.

É preciso não esquecer que da pessoa a quem assistimos obtemos benefícios substanciais, como sejam:

a verificação de nossas próprias vantagens;

o conhecimento das responsabilidades que nos competem, à frente dos outros;

o aviso salutar, com relação aos deveres que nos cabem, na preservação dos bens da vida;

a paciência com os nossos obstáculos e males menores;

o ensinamento da provação com que somos defrontados;

a aquisição de experiência;

as vibrações de simpatia;

o auxílio que recebemos para sustentar mais amplo auxílio aos outros;

o consolo nos sofrimentos que, porventura, nos fustiguem;

o crédito moral que se registra, a nosso favor, na memória dos espíritos encarnados e desencarnados que amparam a criatura em crises e empeços maiores que os nossos.

Serve a benefício dos semelhantes, tanto quanto possas e como possas, em bases da consciência tranqüila, sempre que encontres o próximo baldo de equilíbrio, espoliado de esperança, sedento de paz ou cansado de angústia, nas trilhas do cotidiano, porque a caridade é sempre maior nos dividendos para aquele que dá. Por isso mesmo, temos no Evangelho do Senhor a advertência inesquecível: "mais vale dar que receber."


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Caridade.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

O Bem é a Meta

Surge a Era Nova.

O sol da esperança desbasta as trevas da ignorância.

Pequenos grupos de servidores verdadeiros do Evangelho, no silêncio da renúncia, estão levantando os pilotis sobre os quais será erguida a Era Nova.

Sem alarde, em luta ingente, esses corações convidados constituem segurança para o mundo melhor de amanhã.

Não obstante o vendaval, as ameaças do desequilíbrio e o predomínio aparente das forças da violência, o bem, corno fluido de libertação, penetra todo o organismo terrestre preparando o mundo novo.

Não engrossam as fileiras dos desanimados, nem aplaudem a insensatez dos perversos ou apóiam a estultícia dos vitoriosos da ilusão.

Quem aprendeu a confiar em Jesus põe as suas raízes na verdade. São minoria, não, porém, grupo ao abandono.

Todos os grandes ideais da humanidade surgem em pequeninos núcleos, que se alargam em gerações após gerações.

O Cristianismo restaurado, por sua vez, é a doutrina do amanhã, no enfoque espírita, porque, enquanto a mensagem de Jesus teve de destruir as bases do paganismo para erguer o santuário do amor, o Espiritismo deve apenas erigir, sobre o Cristianismo, o templo luminoso da caridade.

Chamados para este ministério, não duvidam, alegrando-se por ter seus nomes inscritos, como diz o Evangelho, no livro do reino dos céus e serem conhecidos do Senhor.

Nossa Casa tem ação. É hoje reduto festivo, santuário que alberga Espíritos mensageiros da luz, oficina onde se trabalha, escola de educação e hospital de recuperação de vidas.

Com outros Obreiros aqui temos estado, mantendo a chama da verdade acesa - como ocorria com os antigos faróis com a flama ardente, apontando a entrada dos portos e mais tarde dando notícias dos recifes e perigos do mar.

Filhos da alma, nunca desistam de fazer o bem, face ao aparente triunfo do mal em desgoverno, em torno de suas vidas.

Passada a tempestade, a luz volta a fulgir.

A sombra é somente ausência da claridade. Não é real.

Só Deus é Vida; somente o Bem é meta.


Franco, Divaldo Pereira.
Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

domingo, 26 de abril de 2009

Cooperemos Fielmente

"Pois somos cooperadores de Deus."
Paulo (I Coríntios, 3:9.).


O Pai é o Supremo Criador da Vida, mas o homem pode ser fiel cooperador dEle.

Deus visita a criatura pela própria criatura.

Almas cerradas sobre si mesmas declarar-se-ão incapazes de serviços nobres; afirmar-se-ão empobrecidas ou incompetentes.

Há companheiros que atingem o disparate de se proclamarem tão pecadores e tão maus que se sentem inabilitados a qualquer espécie de concurso sadio na obra cristã, como se os devedores e os ignorantes não necessitassem trabalhar na própria melhoria.

As portas da colaboração com o divino amor, porém, permanecem constantemente abertas e qualquer homem de mediana razão pode identificar a chamada para o serviço divino.

Cultivemos o bem, eliminando o mal.

Façamos luz onde a treva domine.

Conduzamos harmonia às zonas em discórdia.

Ajudemos a ignorância com o esclarecimento fraterno.

Seja o amor ao próximo nossa base essencial em toda construção no caminho evolutivo.

Até agora, temos sido pesados à economia da vida.

Filhos perdulários, ante o Orçamento Divino, temos despendido preciosas energias em numerosas existências, desviando-as para o terreno escuro das retificações difíceis ou do cárcere expiatório.

Ao que nos parece, portanto, segundo os conhecimentos que possuímos, por "acréscimo de misericórdia", já é tempo de cooperarmos fielmente com Deus, no desempenho de nossa tarefa humilde.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Vinha de Luz.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

sábado, 25 de abril de 2009

Comércio e Intercâmbio

O Comércio é também uma escola de fraternidade.

Realmente, carecemos da atenção do vendedor, mas o vendedor espera de nós a mesma atitude.

Diante de balconistas fatigados ou irritadiços, reflitamos nas provações que, indubitavelmente, os constrange nas retaguardas da família ou do lar, sem negar-lhes consideração e carinho.

A pessoa que se revela mal-humorada, em seus contatos públicos, provavelmente carrega um fardo pesado de inquietação e doença.

Abrir caminho, à força de encontrões, não é só deselegância, mas igualmente lastimável descortesia.

Dar passagem aos outros, em primeiro lugar, seja no elevador ou no coletivo, é uma forma de expressar entendimento e bondade humana.

Aprender a pedir um favor aos que trabalham em repartições, armazéns, lojas ou bares, é obrigação.

Evitar anedotário chulo ou depreciativo, reconhecendo- se que as palavras criam imagens e as imagens patrocinam ações.

Zombaria ou irritação complicam situações sem resolver os problemas.

Quando se sinta no dever de reclamar, não faça de seu verbo instrumento de agressão.

O erro ou o engano dos outros talvez fossem nossos se estivéssemos nas circunstâncias dos outros.

Afabilidade é caridade no trato pessoal.


Xavier, Francisco Candido.
Da obra: Sinal Verde.
Ditado pelo Espírito André Luiz.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Marcados

Acerca-te dos vencidos para auxiliar. Não creias, porém, que eles sejam apenas os companheiros que tombaram na luta e se encontram caídos na estrada, tomados pelo desalento e o pessimismo.

Concentra a tua atenção e com os olhos do espírito surpreenderás muitos deles ao teu lado, guardando aparência robusta e provocando ruído para esconderem as marcas da infelicidade.

Todavia, é imprescindível amar para ajudar com eficiência.

Alguns são amigos assinalados por desastres e acidentes morais, que o ferrete da Lei divina atingiu, expungindo, recalcados, os pesados débitos...

Outros são irmãos marcados por enfermidades cruéis, que lhes desorganizam o aparelho digestivo, desviando-lhes o tubo excretor...

Vários são companheiros vitimados por heranças físicas,, que os olhos do mundo não alcançam, guardadas em tecidos caros, recuperando o pretérito...

Diversos são os corações solitários, que se reajustam aos impositivos de afeições angustiosas, renovando o panorama da mente enferma...

Outros tantos são espíritos de procedências várias, perturbados por sinais vigorosos que os prostram, no silêncio, aniquilando-lhes a esperança...

Todos eles necessitam de ungüento para as marcas dolorosas, que funcionam como corretivos santificantes.

Quando os encontres, não os atormentes mais com indagações desnecessárias, ferindo-lhes as úlceras com estiletes de curiosidade negativa.

Viajores do tempo, nas estações da Terra, possuímos nossos sinais e marcar que nos dilaceram as fibras íntimas.

Antes que desfaleçam esses marcados, podes fazer algo em benefício deles. Mais tarde surgirá novo dia, oportunidade nova de caminhar e, embora sejas convidado a ajudar, orando, não poderás prever se, de um para outro momento, será convidado pela Lei a carregar mais vigorosa marca...


Franco Divaldo P..
Da obra: Messe de Amor.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis
.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Circuito

Os amigos constituem, por si,
um banco providencial
em que usufruis
a possibilidade
de sacar
os melhores recursos
para a sustentação
da própria vida.

Todos eles são capazes
de funcionar,
proveitosamente,
em teu benefício.

Entretanto,
para que isso aconteça, não
olvides a própria dedicação
e assiduidade nos depósitos.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Caminhos.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Lucrará Fazendo Assim

Reconforte o desesperado. Você não escapará as tentações do desânimo nos círculos de luta.

Levante o caído. Você ignora onde seus pés tropeçaram.

Estenda a mão ao que necessita de apoio. Chegará seu dia de receber cooperação.

Ampare o doente. Sua alma não esta usando um corpo invulnerável.

Esforce-se por entender o companheiro menos esclarecido. Nem sempre você dispõe de recursos para compreender como é indispensável.

Acolha o infortunado. Nem sempre o céu estará inteiramente azul para seus olhos.

Tolere o ignorante e ajude-o. Lembre-se de que há Espíritos Sublimes que nos suportam e socorrem com heróica bondade.

Console o triste. Você não pode relacionar as surpresas da própria sorte.

Auxilie o ofensor com os seus bons pensamentos. Ele nos ensina quão agressivos e desagradáveis somos ao ferir alguém.

Seja benévolo para com os dependentes. Não se esqueça de que o próprio Cristo foi compelido a obedecer.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Agenda Cristã.
Ditado pelo Espírito André Luiz
.

terça-feira, 21 de abril de 2009

À Mãe Cristã

O mundo será feliz
quando a mulher, sem receio,
abrir a porta da casa
aos órfãos do lar alheio.
(Irene Sousa Pinto)

Mãe feliz, aguça o ouvido
ante os que vão sem ninguém...
Cada pequeno esquecido
é teu filhinho também.
(Rita Barém de Melo)

Não olvides que a criança,
no caminho, vida a fora,
vai devolver-te, mais tarde,
o que lhe deres agora.
(Casimiro Cunha)

Mãezinha - planta celeste,
anjo que chora sorrindo -,
teu filho é a flor que puseste
no ramo de um sonho lindo.
(Meimei)


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Pai Nosso.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

A Grande Pergunta

E por que me chamais Senhor,
Senhor, e não fazeis o que eu digo?
- Jesus. (LUCAS, 6:46)


Em lamentável indiferença, muitas pessoas esperam pela morte do corpo, a fim de ouvirem as sublimes palavras do Cristo.

Não se compreende, porém, o motivo de semelhante propósito. O Mestre permanece vivo em seu Evangelho de Amor e Luz.

É desnecessário aguardar ocasiões solenes para que lhe ouçamos os ensinamentos sublimes e claros.

Muitos aprendizes aproximam-se do trabalho santo, mas desejam revelações diretas. Teriam mais fé, asseguram displicentes, se ouvissem o Senhor, de modo pessoal, em suas manifestações divinas. Acreditam-se merecedores de dádivas celestes e acabam considerando que o serviço do Evangelho é grande em demasia para o esforço humano e põem-se à espera de milagres imprevistos, sem perceberem que a preguiça sutilmente se lhes mistura à vaidade, anulando-lhes as forças.

Tais companheiros não sabem ouvir o Mestre Divino em seu verbo imortal. Ignoram que o serviço deles é aquele a que foram chamados, por mais humildes lhes pareçam as atividades a que se ajustam.

Na qualidade de político ou de varredor, num palácio ou numa choupana, o homem da Terra pode fazer o que lhe ensinou Jesus.

É por isso que a oportuna pergunta do Senhor deveria gravar-se de maneira indelével em todos os templos, para que os discípulos, em lhe pronunciando o nome, nunca se esqueçam de atender, sinceramente, às recomendações do seu verbo sublime.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Caminho, Verdade e Vida.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

domingo, 19 de abril de 2009

Insegurança e Medo

O homem é as suas memórias, o somatório das experiências que se lhe armazenam no inconsciente, estabelecendo as linhas do seu comportamento moral, social, educacional.

Essas memórias constituem-lhe o que convém e o que não é lícito realizar.

Concorrem para a libertação ou a submissão aos códigos estabelecidos, que propõem o correto e o errado, o moral, o legal, o conveniente e o prejudicial.

Face a tais impositivos desencadeiam-se, no seu comportamento, as fobias, as ansiedades, as satisfações, o bem ou o mal-estar.

Neste momento social, o medo assume avantajadas proporções, perturbando a liberdade pessoal e comunitária do indivíduo terrestre.

Procurando liberar-se desse terrível algoz, as suas vítimas intentam descobrir-lhe as causas, as raízes que alimentam a sua proliferação. Todavia, estas são facilmente detectáveis. Estão constituídas pela insegurança gerada pela violência; pelo desequilíbrio social vigente; pela fragilidade da vida física - saúde em deterioramento, equilíbrio em dissolução, afetividade sob ameaça; receio de serem desvelados ao público os engodos e erros praticados às escondidas; e, por fim, a presença invisível da morte...

Mais importante do que pensar e repensar as causas do medo é a atitude saudável, ante uma conduta existencial tranqüila, pelo fruir cada momento em plenitude, sem memória do passado - evitando o padrão atemorizante - nem preocupação com o futuro.

A existência humana deve transcorrer dentro de um esquema atemporal, sem passado, sem futuro, num interminável presente.

Não transfiras para depois a execução de tarefas ou decisões nenhumas.

Toma a atitude natural do momento e age conforme as circunstâncias, as possibilidades.

Cada instante, vive-o, totalmente sem aguardar o que virá ou lamentar o que se foi.

Descobrirás que assim agindo, sem constrições, nem pressas ou postergações, te sentirás interiormente livre, pois que somente em liberdade o medo desaparece.

Não aguardes, nem busques a liberdade. Realiza-a na consciência plena que age de forma responsável e tranqüiliza os sentimentos.

O medo desfigura e entorpece a realidade. Agiganta e avoluma insignificâncias, produzindo fantasmas onde apenas suspeitas se apresentam.

É responsável pela ansiedade - medo de perder isto ou aquilo - sem dar-se conta que somente se perde o que se não tem, portanto, o que não faz falta.

A ação consciente, prolongando-se pelo fio das horas, anula o medo, por não facultar a medida do comportamento nas memórias pessoais ou sociais.

Simão Pedro, por medo dos poderosos do seu tempo, negou o Amigo que o amava e a Quem amava.

Judas, por medo que Ele não levasse a cabo os compromissos assumidos, vendeu o Benfeitor.

Os beneficiários das mãos misericordiosas de Jesus, por medo se omitiram, quando Ele foi levado ao sublime holocausto.

Pilatos, por medo, indeciso e pusilânime, lavou as mãos quanto à vida do Justo.

...E Anás, Caifás, a turbamulta, com medo do Homem Livre, resolveram crucificá-lO, através do hediondo e covarde conciliábulo da própria miséria moral, que os caracterizava.

Ele porém, não teve medo. Pensa e busca-O, libertando-te do medo e seguindo-O, em consciência tranqüila, mediante cujo comportamento te sentirás pleno, em harmonia.


Franco, Divaldo Pereira.
Da obra: Momentos de Felicidade.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

sábado, 18 de abril de 2009

Prometer

"Prometendo-lhes liberdade,
sendo eles mesmos servos da
corrupção."
(II Pedro, 2:19.)

É
indispensável desconfiar de todas as promessas de facilidades sobre o mundo.

Jesus, que podia abrir os mais vastos horizontes aos olhos assombrados da criatura, prometeu-lhe a cruz sem a qual não poderia afastar-se da Terra para colocar-se ao seu encontro.

Em toda parte, existem discípulos descuidados que aceitam o logro de aventureiros inconscientes. É que ainda não aprenderam a lição viva do trabalho próprio a que foram chamados para desenvolver atividade particular.

Os fazedores de revoluções e os donos de projetos absurdos prometem maravilhas. Mas, se são vítimas da ambição, servos de propósitos inferiores, escravos de terríveis enganos, como poderão realizar para os outros a liberdade ou a elevação de que se conservam distantes?

Não creias em salvadores que não demonstrem ações que confirmem a salvação de si mesmos.

Deves saber que foste criado para gloriosa ascensão, mas que só é fácil descer. Subir exige trabalho, paciência, perseverança, condições essenciais para o encontro do amor e da sabedoria.

Se alguém te fala em valor das facilidades, não acredites; é possível que o aventureiro esteja descendo. Mas quando te façam ver perspectivas consoladoras, através do suor e do esforço pessoal, aceita os alvitres com alegria. Aquele que compreende o tesouro oculto nos obstáculos, e dele se vale para enriquecer a vida, está subindo e é digno de ser seguido.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Caminho, Verdade e Vida.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Sinais

Sua conversação dirá das diretrizes que você escolheu na vida.

Suas decisões, nas horas graves, identificam a posição real de seu espírito.

Seus gestos, na luta comum, falam de seu clima interior.

Seus impulsos definem a zona mental em que você prefere movimentar-se.

Seus pensamentos revelam suas companhias espirituais.

Suas leituras definem os seus sentimentos.

Seu trato pessoal com os outros esclarece até que ponto você tem progredido.

Suas solicitações lançam luz sobre os seus objetivos.

Suas opiniões revelam o verdadeiro lugar que você ocupa no mundo.

Seus dias são marcas no caminho evolutivo. Não se esqueça de que compactas assembléias de companheiros encarnados e desencarnados conhecem-lhe a personalidade e seguem-lhe a trajetória pelos sinais que você está fazendo.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Agenda Cristã.
Ditado pelo Espírito André Luiz.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Mãe Sozinha

Dizem "mulher da alegria",
Quando ela passa na rua;
A pobre mãe continua,
Os olhos fitos no chão!...
Quanto fel, quanta agonia
Nessa mulher que condenas!...
Ninguém lhe conhece as penas
Cravadas no coração.

Tristeza no desconforto,
Sem palavra que a revele,
Trapos dourados na pele,
Traz a angústia por dever.
Viúva de um vivo morto,
Ei-la que segue sozinha,
Tem ao longe, a pobrezinha,
Um filho quase a morrer.

Já bateu a tanta porta,
Já pediu a tanta gente!...
Dói-lhe a ferida pungente
De ter sido mãe sem lar;
Abatida, semimorta,
Apenas vê no caminho
A febre e a dor do filhinho
Que a morte lhe quer roubar.

Tu que cresceste na estrada,
Desde o berço de ouro e rendas,
Entre mimos e oferendas
De paz, segurança e luz,
Fita essa mãe desolada,
Na penúria que a consome...
Talvez que ela tenha fome
Ao peso da própria cruz.

Não lhe zombes da amargura,
Também foi criança, um dia,
Brincava, estudava e ria,
Rosa ao fulgor da manhã;
Também foi bela e foi pura,
Hoje, nas mágoas que trilha,
Podia ser nossa filha
Assim como é nossa irmã.

Mãe na dor!... Bendita seja!...
Escrava de toda hora,
Honra as lágrimas que chora,
Nas dores por onde vai!...
Sem esposo que a proteja,
Sem arrimo, sem tutela,
Em Deus que sofre com ela
Encontra a Bênção de Pai.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Caridade.
Ditado pelo Espírito Irene de Souza Pinto.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Caridade do Pensamento

Sabemos todos que o pensamento é onda de vida criadora, emitindo forças e atraindo-as, segundo a natureza que lhe é própria.

Fácil entender, à vista disso, que nos movemos todos num oceano de energia mental.

Cada um de nós é um centro de princípios atuantes ou de irradiações que liberamos, consciente ou inconscientemente.

Sem dúvida, a palavra é o veículo natural que nos exprime as idéias e as intenções que nos caracterizem, mas o pensamento, em si, conquanto a força mental seja neutra qual ocorre à eletricidade, é o instrumento genuíno das vibrações benéficas ou negativas que lançamos de nós, sem a apreciação imediata dos outros.

Meditemos nisso, afastemos do campo íntimo qualquer expressão de ressentimento, mágoa, queixa ou ciúme, modalidades do ódio, sempre suscetível de carrear a destruição.

Se tens fé em Deus, já sabes que o amor é a presença da luz que dissolve as trevas.

Cultivemos a caridade do pensamento.

Dá o que possas, em auxílio aos outros, no entanto, envolve de simpatia e compreensão tudo aquilo que dês.

No exercício da compaixão, que é a beneficência da alma, revisa o que sentes, o que desejas, o que acreditas e o que falas, efetuando a triagem dos propósitos mais ocultos que te inspirem, a fim de que se traduzam em bondade e entendimento, porque mais dia menos dia, as nossas manifestações mais íntimas se evidenciam ou se revelam, inelutavelmente, de vez que tudo aquilo que colocarmos, no oceano da vida, para nós voltará.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Paciência.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Convite à Perseverança

"...Mas quem perseverar até o
fim, esse será salvo."
(Mateus: 10-22).


Não asseveres: "é-me impossível fazer!"

Nem redargas: "Não consigo!"

Nunca informes: "sei que é totalmente inútil aceitar."

Nem retruques: "é maior do que as minhas forças."

Para aquele que crê, o impossível é tarefa que somente demora um pouco para ser realizada, já que o possível se pode realizar imediatamente.

Instado a ajudar não te permitas condições, especialmente se fruis o tesouro da possibilidade.

Fácil ser delicado sem esforço, ser amigo sem sacrifício, ser cristão sem auto-doação...

Perseverança nos objetivos elevados, com oferenda de amor, é materialização de fé superior.

Para que seja atuante, a fé deve nutrir-se do poder dos esforços caldeados para as finalidades que parecem inatingíveis.

Todos podem iniciar ministérios...

Tarefas começantes produzem entusiasmos exaltados.

Mede-se, porém, o verdadeiro cristão e, particularmente, o espírita pelo investimento que coloca na bolsa de valores imortalistas a render juros de paz...

Unge-se, portanto, de fé e deixa que resplandeça a tua fidelidade ao lado de quem padece.

Não fosse o sofrimento, ninguém suplicaria socorro.

Não fosse a angústia ninguém se encorajaria a romper os tecidos da alma para exibir exulcerações...

Ninguém se compraz carregando demorada canga, não obstante, confiando em alívio, lenitivo...

Nas cogitações que te cheguem ao plano da razão, interroga como gostarias que fizessem contigo se foras o outro, o sofredor, o necessitado que ora te roga ajuda.

Assim, envolve-te na lã do "Cordeiro de Deus" e persevera ajudando.

Não somente dando o que te sobra mas aquela doação maior que te parece difícil, a quase impossível...

A perseverança dar-te-á paz e plenitude. Insiste na sua execução.


Franco, Divaldo Pereira.
Da obra: Convites da Vida.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Perdoa as Nossas Dívidas, Assim Como Perdoamos aos Nossos Devedores

Quando pronunciamos as palavras “perdoa as nossas dividas, assim como perdoamos aos nossos devedores”, não apenas estamos à espera do benefício para o nosso coração e para a nossa consciência, mas estamos igualmente assumindo o compromisso de desculpar os que nos ofendem.

Todos possuímos a tendência de observar com evasivas os grandes defeitos que existem em nós, reprovando, entretanto, sem exame, pequeninas faltas alheias.

Por isso mesmo Jesus, em nos ensinando a orar, recomendou-nos esquecer qualquer mágoa que alguém nos tenha causado.

Se não oferecermos repouso à mente do próximo, como poderemos aguardar o descanso para os nossos, pensamentos?

Será justo conservar todo o pão, em nossa casa, deixando a fome aniquilar a residência do vizinho?

A paz é também alimento da alma, e, se desejamos tranqüilidade para nós, não nos esqueçamos do entendimento e da harmonia que devemos aos demais.

Quando pedirmos a tolerância do Pai Celeste em nosso favor, lembremo-nos também de ajudar aos outros com a nossa tolerância.

Auxiliemos sempre.

Se o Senhor pode suportar-nos e perdoar-nos, concedendo-nos constantemente novas e abençoadas oportunidades de retificação, aprendamos, igualmente, a espalhar a compreensão e o amor, em benefício dos que nos cercam.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Pai Nosso.
Ditado pelo Espírito Meimei.

domingo, 12 de abril de 2009

Irmãos em Perigo

Os que pretendem transformar o próximo, de um dia para outro, a golpes verbais.

Os que descobrem pareceres inteligentes e bons conselhos para todas as pessoas, distraídos dos problemas que lhes são próprios.

Os que colocam a mente em outro mundo, de maneira absoluta, sem atender aos deveres do mundo em que respiram.

Os que permanecem incessantemente preocupados em se defenderem.

Os que fazem dez projetos maravilhosos por dia sem concretizar nenhum deles em dez anos.

Os que reconhecem a grandeza das verdades divinas, mas que jamais dispõem de tempo para cultivá-las, em favor da própria iluminação.

Os que adiam indefinidamente para amanhã o serviço da compreensão e do amor ao próximo.

Os que se sentem senhores exclusivos de todos os trabalhos no campo da caridade, sem distribuir oportunidades de serviço aos outros.

Os que declaram perdoar a ofensa, mas que nunca conseguem esquecer o mal.

Os que encontram ensejo de se entediarem da vida.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Agenda Cristã.
Ditado pelo Espírito André Luiz.

sábado, 11 de abril de 2009

Divórcio e Lar

Indubitavelmente o divórcio é compreensível e humano, sempre que o casal se encontre à beira da loucura ou da delinqüência.

Quando alguém se aproxima, reconhecidamente, da segregação no cárcere ou no sanatório especializado em terapias da mente, através de irreflexões com que assinala a própria insegurança, é imperioso se lhe estenda recurso adequado ao reequilíbrio.

Feita a ressalva, e atentos que devemos estar aos princípios de causa e efeito que nos orientam nas engrenagens da vida, é razoável se peça aos cônjuges o máximo esforço para que não venham a interromper os compromissos a que se confiaram no tempo. Para que se atenda a isso é justo anotar que, muitas vezes, o matrimônio, à feição de organismo vivo e atuante, adoece por desídia de uma das partes.

Dois seres, em se unindo no casamento, não estão unicamente chamados ao rendimento possível da família humana e ao progresso das boas obras a que se dediquem, mas também e principalmente - e muito principalmente - ao amparo mútuo.

Considerado o problema na formulação exata, que dizer do homem que, a pretexto de negócio e administração, lutas e questões de natureza superficial, deixasse a mulher sem o apoio afetivo em que se comprometeu com ela ao buscá-la, a fim de que lhe compartilhasse a existência?.

E que pensar da mulher que, sob a desculpa de obrigações religiosas e encargos sociais, votos de amparo a causas públicas e contrariedades da parentela, recusasse o apoio sentimental que deve ao companheiro, desde que se decidiu a partilhar-lhe o caminho?.

Dois corações que se entregam um ao outro, desde que se fundem nas mesmas promessas e realizações recíprocas, passam a responder, de maneira profunda, aos impositivos de causa e efeito, dos quais não podem efetivamente escapar.

Todos sabemos que no equilíbrio emocional, entre os parceiros que se responsabilizam pela organização doméstica, depende invariavelmente a felicidade caseira.

Por isso mesmo, no diálogo a que somos habitualmente impelidos, no intercâmbio com os amigos encarnados na Terra, acerca do relacionamento de que carecemos na sustentação da tranqüilidade de uns para com os outros, divórcio e lar constituem temas que não nos será lícito esquecer.

Se te encontras nas ondas pesadas da desarmonia conjugal, evoluindo para o divórcio ou qualquer outra espécie de separação, não menosprezes buscar alguma ilha de silêncio a fim de pensar.

Considera as próprias atitudes e, através de criterioso auto-exame, indague por teu próprio comportamento na área afetiva em que te comprometeste, na garantia da paz e da segurança emotiva da companheira ou do companheiro que elegeste para a jornada humana. E talvez descubras que a causa das perturbações existentes reside em ti mesmo. Feito isso, se trazes a consciência vinculada ao dever, acabarás doando ao coração que espera por teu apoio, a fim de trabalhar e ser feliz, a quota de assistência que se lhe faz naturalmente devida em matéria de alegria e tranqüilidade, amor e compreensão.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Na Era do Espírito.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Viagens

Ambicionas viajar, mudar de ares, viver novas experiências, conhecer outras pessoas...

Sentes-te saturado por fazer as mesmas coisas, repetir os trabalhos habituais, conviver com as criaturas de todos os dias.

A imaginação te desenha cenas empolgantes, enriquecidas de ilusões, convidando-te a conhecer outras terras, passear pelas regiões paradisíacas.

Os lugares onde ainda não estiveste, se te apresentam encantadores, ricos de promessas e de realizações, ensejando-te a felicidade que se te faz escassa, muito distante daquilo que anelas.

Os promotores de turismo apresentam recepcionistas risonhos, vivendo um clima de festa permanente, de verdadeiro encantamento.

Fascinado, acreditas que lá, no lugar onde não estás, tudo são alegrias e brilho, jogos de prazeres e constante renovação de festa.

Se não consegues, de imediato, realizar os projetos que traças, na esperança de fruir essas satisfações, deixas-te dominar pela amargura, pela frustração, tombando em estados depressivos ou de revolta contra tudo e todos.

Retifica, porém, a maneira de encarar a vida.

A dor, a dificuldade e o problema, a alegria e a tristeza, a saúde, a enfermidade e a morte visitam a todos e se apresentam em todos os lugares.

Quem vive lá, no lugar que desejas ardentemente visitar, atormenta-se pelo desejo irreprimível de vir cá, onde te encontras, com idênticas impressões.

Ali se padece de situações iguais às tuas.

Há um fluxo contínuo e crescente destes que vão e daqueles que vêm.

Sorridentes e joviais aqui, comunicativos e ligeiros, lá, são taciturnos e tristes, vivem cansados e deprimidos, qual ocorre contigo e com os indivíduos daqui.

Há festa em toda parte e programações especiais para vender sensações, que deixam ressaibos de insatisfação e dor.

Provocam paixões que se desvanecem, tornando-se cinzas e rescaldo dos incêndios que proporcionam.

Enquanto na Terra, ninguém passa isento de provações.

Cada criatura experimenta e vive sua quota, conforme as suas necessidades evolutivas.

Não te iludas, portanto.

Aqueles que se te fazem modelos de felicidade e beleza, também sofrem muito. Estão, apenas, disfarçados, guindados ao profissionalismo do qual retiram o pão diário, e, às vezes, o veneno com que se matam lentamente.

Não imaginas o que lhes sucede...

Há um lugar ao teu alcance, onde a felicidade te aguarda e nada a perturbará.

Não te exige muito, nem te atormenta. Este reduto maravilhoso é o coração. Põe nele o teu tesouro, conforme propôs Jesus, e aí o desfrutarás.

Se viajares e te alegrares, levarás contigo a verdadeira alegria, e se não puderes sair de onde vives, manterás a mesma bênção sem qualquer conflito.

Já que desejas, porém, viajar, faze-o como uma experiência para dentro, descobrindo o mundo íntimo profundo, e aí fruirás da plenitude que nunca se acabará.


Franco, Divaldo Pereira.
Da obra: Momentos de Coragem.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Quem Lê, Atenda

"Quem lê, atenda.".
Jesus. (MATEUS, 24:15.)

A
ssim como as criaturas, em geral, converteram as produções sagradas da Terra em objeto de perversão dos sentidos, movimento análogo se verifica no mundo, com referência aos frutos do pensamento.

Freqüentemente as mais santas leituras são tomadas à conta de tempero emotivo, destinado às sensações renovadas que condigam com o recreio pernicioso ou com a indiferença pelas obrigações mais justas.

Raríssimos são os leitores que buscam a realidade da vida.

O próprio Evangelho tem sido para os imprevidentes e levianos vasto campo de observações pouco dignas.

Quantos olhos passam por ele, apressados e inquietos, anotando deficiências da letra ou catalogando possíveis equívocos, a fim de espalharem sensacionalismo e perturbação? Alinham, com avidez, as contradições aparentes e tocam a malbaratar, com enorme desprezo pelo trabalho alheio, as plantas tenras e dadivosas da fé renovadora.

A recomendação de Jesus, no entanto, é infinitamente expressiva.

É razoável que a leitura do homem ignorante e animalizado represente conjunto de ignominiosas brincadeiras, mas o espírito de religiosidade precisa penetrar a leitura séria, com real atitude de elevação.

O problema do discípulo do Evangelho não é o de ler para alcançar novidades emotivas ou conhecer a Escritura para transformá-la em arena de esgrima intelectual, mas, o de ler para atender a Deus, cumprindo-lhe a Divina Vontade.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Vinha de Luz.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Nas Conversações

Não se irrite com o interlocutor, se não lhe corresponde à expectativa. Talvez não tenha sido você suficientemente claro na expressão.

Se o interpelado não atende, de pronto, cale as reclamações. É provável que ele seja gago e, se o não for, a descortesia é uma infelicidade em si mesma.

Quando alguém não lhe der a informação solicitada, com a presteza que você desejaria, não se aborreça. Recorde que a surdez pode atacar a todos.

Evite os assuntos desconcertantes para o ouvinte. Todos temos zonas nevrálgicas no destino, sobre as quais precisamos fazer silêncio.

Não pergunte a esmo. Quem muito interroga, muito fere.

Cultive a delicadeza com os empregados de qualquer instituição ou estabelecimento, onde você permaneça de passagem. Sua mente, quase sempre, está despreocupada em semelhantes lugares e ignora os problemas de quem foi chamado a servi-lo.

Seja leal, mas fuja à franqueza descaridosa. A pretexto de ser realista, não pretenda ser mais verdadeiro que Deus, somente de cuja Autoridade Amorosa recebemos as revelações e trabalhos de cada dia.

Se o companheiro lhe fere o ouvido com má resposta, tenha calma e espere o tempo. Possivelmente já respondeu com gentileza noventa e nove vezes a outras pessoas, ou, talvez, acabe de sofrer uma perda importante.

Ajude, conversando. Uma boa palavra auxilia sempre.

Lembre-se de que o mal não merece comentário em tempo algum.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Agenda Cristã.
Ditado pelo Espírito André Luiz.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Conquistando a Paz

Existem tribulações e tribulações.

Para extinguir aquelas que conturbam a vida, comecemos a cooperar na construção da paz onde estivermos.

Necessitamos, porém, conhecer as farpas que entretecem as inquietações que nos predispõem ao desequilíbrio e ao sofrimento.

Vejamos algumas:

a queixa contra alguém;

a reclamação agressiva;

o palavrão desatado pela cólera

a resposta infeliz;

a frase de sarcasmo;

o conceito depreciativo;

o apontamento malicioso;

o gesto de azedume;

a crítica destrutiva;

o grito de desespero;

o pensamento de ódio;

a lamentação do ressentimento;

a atitude violenta;

o riso escarninho;

a fala da irritação;

o cochicho do boato;

o minuto de impaciência;

o parecer injusto;

a pancada verbal da condenação.

Cada espinho invisível a que nos reportamos é comparável à chispa capaz de atear o incêndio da discórdia.

E ganhar a discórdia não aproveita a pessoa alguma.

Tanto quanto possível, aceitemos as tribulações que a vida nos reserve e saibamos usar o amor e a tolerância, a paciência e o espírito de serviço para que estejamos realmente conquistando os valores e bênçãos da paz.

Não esperes que o próximo te solicite cooperação. Colabora voluntariamente, na certeza de que estarás realizando valiosas sementeiras de trabalho e de amor, na construção do futuro melhor.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Paciência.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Mais um Pouco

Quando estiveres à beira da explosão na cólera, cala-te mais um pouco e o silêncio nos poupará enormes desgostos.

Quando fores tentado a examinar as consciências alheias, guarda os princípios do respeito e da fraternidade mais um pouco e a benevolência nos livrará de muitas complicações.

Quando o desânimo impuser a paralisação de tuas forças na tarefa a que foste chamado, prossegue agindo no dever que te cabe, exercitando a resistência mais um pouco e a obra realizada ser-nos-á bênção de luz.

Quando a revolta espicaçar-te o coração, usa a humildade e o entendimento mais um pouco e não sofreremos o remorso de haver ferido corações que devemos proteger e considerar.

Quando a lição oferecer dificuldades à tua mente, compelindo-te à desistência do progresso individual, aplica-te ao problema ou ao ensinamento mais um pouco e a solução será clara resposta à nossa expectativa.

Quando a idéia de repouso sugerir o adiamento da obra que te cabe fazer, persiste com a disciplina mais um pouco e o dever bem cumprido ser-nos-á alegria perene.

Quando o trabalho te parecer monótono e inexpressivo, guarda fidelidade aos compromissos assumidos mais um pouco e o estímulo voltará ao nosso campo de ação.

Quando a enfermidade do corpo trouxer pensamentos de inatividade, procurando imobilizar-te os braços e o coração, persevera com Jesus mais um pouco e prossegue auxiliando aos outros, agindo e servindo como puderes, porque o Divino Médico jamais nos recebe as rogativas em vão.

Em qualquer dificuldade ou impedimento, não te esqueças de usar um pouco mais de paciência, amor, renúncia e boa vontade, em favor de teu próprio bem-estar.

O segredo da vitória, em todos os setores da vida, permanece na arte do aprender, imaginar, esperar e fazer mais um pouco.


Xavier, Francisco Candido.
Da obra: Apostilas da Vida.
Ditado pelo Espírito André Luiz.

domingo, 5 de abril de 2009

Lamentações

Aglutinam-se na massa humana as pessoas desesperadas.

Uma vaga de aflição paira ameaçadora no mundo, carregando os inquietos que perderam a direção de si mesmos, vitimados pelas circunstâncias dolorosas do momento.

A insânia conduz expressivo número de criaturas que estertoram ao sabor do sofrimento, buscando fugir da realidade dos problemas, com a aparência voluptuosa de triunfadores nos patamares dos prazeres alucinantes.

A desordem campeia, e ameaças desumanas transformam-se em torpe conduta nos países do mundo, destroçados por guerras impiedosas em nome de religiões fanatizadoras, de raças asselvajadas, de interesses mesquinhos...

Os governantes da Terra perdem as rédeas da administração e negociam com organizações criminosas, estabelecendo colegiados políticos abomináveis.

A corrupção adquire cidadania, e a imoralidade desfruta de status, perturbando os valores éticos e morais.

Nuvens borrascosas avolumam-se nos céus já escurecidos da humanidade. Tudo anuncia a chegada dos dias apocalípticos, convocando à razão, à renovação dos códigos, à interiorização espiritual.

Como conseqüência do período grave de transição, surgem o pessimismo, a desconfiança, as lamentações. De tal forma se vão arraigando no organismo individual e social, que os temas de conversação perdem os conteúdos ou se apresentam desconcertantes, caracterizados pelas sombras do desconforto, da mágoa, dos irrefreáveis desejos de vingança.

A lamentação grassa e perturba as mentes, impedindo a ação corretora do bem, como se não adiantasse produzir com elevação, laborar com honradez.

Lamentar não é atitude saudável. Pelo contrário, produz deterioração dos conteúdos bons que ainda remanescem em muitas vidas e movimentam-nas, sustentando os ideais de engrandecimento humano.

A lamentação, qual ocorre com a queixa sistemática, é morbo portador de destruição, de desalento e morte.

Antídoto aos males que infestam os dias atuais é ainda o amor, força única portadora de recursos salvadores.

Este é um ciclo que se encerra, dando início a outro, que se irradiará plentificador.

Os períodos de renovação fazem-se preceder por inumeráveis acontecimentos devastadores, nos mais diversos aspectos da natureza. O mesmo ocorre na área moral da humanidade.

Assim, não te desalentes, nem duvides do triunfo do bem. Não fiques, porém, inativo, aguardando que forças atavias operem miraculosamente sem a tua contribuição.

És importante no contato atual face ao que pense e como ajas.

Produze, portanto, com esforço bem direcionado, oferecendo o teu contributo valioso, por menos expressivo te pareça.

Não cedas o passo aos aventureiros da desordem.

Permanece no teu lugar realizando o que podes, deves e te cabe fazer.

Multa falta fazem Jesus e Sua doutrina no mundo.

Fala-se sobre Ele, discute-se-Lhe a mensagem, mas não se vive o ensinamento que dela deflui.

Sê tu quem confia e faz o melhor.

Se cada cristão decidido resolvesse por viver Jesus, a paisagem atual se modificaria, e refloresceria a primavera no planeta em convulsão.

Assim sendo, ama e contribui em favor do progresso, sem lamentação de qualquer natureza, em paz e confiança.


Franco, Divaldo Pereira.
Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

sábado, 4 de abril de 2009

Sinais de Alarme

Há dez sinais vermelhos, no caminho da experiência, indicando queda provável na obsessão:

quando entramos na faixa da impaciência;

quando acreditamos que a nossa dor é a maior;

quando passamos a ver ingratidão nos amigos;

quando imaginamos maldade nas atitudes dos companheiros;

quando comentamos o lado menos feliz dessa ou daquela pessoa;

quando reclamamos apreço e reconhecimento;

quando supomos que o nosso trabalho está sendo excessivo;

quando passamos o dia a exigir esforço alheio, sem prestar o mais leve serviço;

quando pretendemos fugir de nós mesmos, através do álcool ou do entorpecente;

quando julgamos que o dever é apenas dos outros.

Toda vez que um desses sinais venha a surgir no trânsito de nossas idéias, a Lei Divina está presente, recomendando-nos a prudência de amparar-nos no socorro da prece ou na luz do discernimento.


Vieira, Waldo; Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Ideal Espírita.
Ditado pelo Espírito Scheilla.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Acordemos

É sempre fácil
examinar as consciências alheias,
identificar os erros do próximo,
opinar em questões que não nos dizem respeito,
indicar as fraquezas dos semelhantes,
educar os filhos dos vizinhos,
reprovar as deficiências dos companheiros,
corrigir os defeitos dos outros,
aconselhar o caminho reto a quem passa,
receitar paciência a quem sofre
e retificar as más qualidades de quem segue conosco...

Mas enquanto nos distraimos,
em tais incursões a distância de nós mesmos,
não passamos de aprendizes que fogem, levianos, à verdade e à lição.

Enquanto nos ausentamos
do estudo de nossas próprias necessidades,
olvidando a aplicação dos princípios superiores que abraçamos na fé viva,
somos simplesmente
cegos do mundo interior
relegados à treva...

Despertemos, a nós mesmos,
acordemos nossas energias mais profundas
para que o ensinamento do Cristo
não seja para nós uma bênção que passa, sem proveito à nossa vida,
porque o infortúnio maior de todos
para a nossa alma eterna
é aquele que nos
infelicita quando a graça do Alto
passa por nós em vão!...


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Caridade.
Ditado pelo Espírito André Luiz
.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Indicação de Pedro

"Aparte-se do mal, e faça o bem;
busque a paz, e siga-a."
Pedro. (I Pedro, 3:11.)

A
indicação do grande apóstolo, para que tenhamos dias felizes, parece extremamente simples pelo reduzido número de palavras, mas revela um campo imenso de obrigações.

Não é fácil apartar-se do mal, consubstanciado nos desvios inúmeros de nossa alma através de consecutivas reencarnações, e é muito difícil praticar o bem, dentro das nocivas paixões pessoais que nos empolgam a personalidade, cabendo-nos ainda reconhecer que, se nos conservarmos envolvidos na túnica pesada de nossos velhos caprichos, é impossível buscar a paz e segui-la.

Cegaram-nos males numerosos, aos quais nos inclinamos nas sendas evolutivas, e acostumados ao exclusivismo e ao atrito inútil, no desperdício de energias sagradas, ignoramos como procurar a tranqüilidade consoladora. Esta é a situação real da maioria dos encarnados e de grande parte dos desencarnados que se acomodam aos círculos do homem, porque a morte física não soluciona problemas que condizem com o foro íntimo de cada um.

A palavra de Pedro, desse modo, vale por desafio generoso.

Nosso esforço deve convergir para a grande realização.

Dilacere-se-nos o ideal ou fira-se-nos a alma, apartemo-nos do mal e pratiquemos o bem possível, identifiquemos a verdadeira paz e sigamo-la. E tão logo alcancemos as primeiras expressões do sublime serviço, referente à própria edificação, lembremo-nos de que não basta evitar o mal e sim nos afastarmos dele, semeando sempre o bem, e que não vale tão-somente desejar a paz, mas buscá-la e segui-la com toda a persistência de nossa fé.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Vinha de Luz.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

A Tentação do Repouso

Num campo de lavoura, grande quantidade de vermes desejava destruir um velho arado de madeira, muito trabalhador, que lhes perturbava os planos e, em razão disso, certa ocasião se reuniram ao redor dele e começaram a dizer:

- Por que não cuidas de ti? Estás doente e cansado...

- Afinal, todos nós precisamos de algum repouso...

- Liberta-te do jugo terrível do lavrador!

- Pobre máquina! A quantos martírios te submetes!...

O arado escutou... escutou... e acabou acreditando.

Ele, que era tão corajoso, que nem sentia o mais leve incômodo nas mais duras obrigações, começou a queixar-se do frio da chuva, do calor do Sol, da aspereza das pedras e da umidade do chão.

Tanto clamou e chorou, implorando descanso, que o antigo companheiro concedeu-lhe alguns dias de folga, a um canto do milharal.

Quando os vermes o viram parado, aproximaram-se em massa, atacando-o sem compaixão.

Em poucos dias, apodreceram-no, crivando-o de manchas, de feridas e de buracos.

O arado gemia e suspirava pelo socorro do lavrador, sonhando com o regresso às tarefas alegres e iluminadas do campo ...

Mas, era tarde.

Quando o prestimoso amigo voltou para utilizá-lo, era simplesmente um traste inútil.

A história do arado é um aviso para nós todos.

A tentação do repouso é das mais perigosas, porque, depois da ignorância, a preguiça é a fonte escura de todos os males.

Jamais olvidemos que o trabalho é o dom divino que Deus nos confiou para a defesa de nossa alegria e para a conservação de nossa própria saúde.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Pai Nosso.
Ditado pelo Espírito Meimei.