quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Santificado Seja o Teu Nome

O apostolado de Jesus foi uma constante santificação do nome de Deus.

Por isso, o Mestre não se limitou a dizer "Santificado seja o teu nome", na oração dominical.

Procurou, ele mesmo, louvar o Pai Celeste, distribuindo o contentamento e a paz, com todos.

Se ele quisesse, poderia ter permanecido isolado, em algum lugar de sua predileção, para viver em pensamentos sublimes, glorificando o Todo-Poderoso com as suas meditações e com as suas preces, mas o Benfeitor Divino sabia que a mais elevada maneira de santificar a Eterna Bondade é auxiliar os outros, para que os outros também compreendam que Nosso Pai do Céu vive interessado em nossa elevação e em nossa felicidade.

Assim entendendo, Jesus amparou os velhos e as crianças, os necessitados e os doentes, os fracos e os sofredores, amando e ajudando sempre.

Santificando as suas relações com Deus, espalhou a esperança e a caridade na Terra, enriquecendo os homens de fraternidade e alegria.

Tudo o que temos, tudo o que vemos, tudo o que recebemos e sentimos pertence a Deus, Nosso Pai, que tudo engrandece e aperfeiçoa, em nosso benefício. Por essa razão, devemos lembrar que estaremos santificando o nome de Deus sempre que estivermos realizando o melhor que possamos fazer.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Pai Nosso.
Ditado pelo Espírito Meimei.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Oração por Entendimento

Senhor Jesus!

Auxilia-nos a compreender mais, a fim de que possamos servir melhor, já que, somente assim, as bênçãos que nos concedes podem fluir, através de nós, em nosso apoio e em favor de todos aqueles que nos compartilham a existência.

Induze-nos à prática do entendimento que nos fará observar os valores que, porventura, conquistemos, não na condição de propriedade nossa e sim por manancial de recursos que nos compete mobilizar no amparo de quantos ainda não obtiveram as vantagens que os felicitam a vida.

E ajuda-nos, oh! Divino Mestre, a converter as oportunidades de tempo e trabalho com que nos honraste em serviço aos semelhantes, especialmente na doação de nós mesmos, naquilo que sejamos ou naquilo que possamos dispor, de maneira a sermos hoje melhores do que ontem, permanecendo em ti, tanto quanto permaneces em nós, agora e sempre.

Assim seja.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Paciência.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Nosso Pai

Quando acordamos para a razão, descobrimos os traços vivos da Bondade de Deus, por toda parte.

Seu imenso carinho para conosco está no Sol que nos aquece, dando sustento e alegria a todos os seres e a todas as coisas; nas nuvens que fazem a chuva para o contentamento da Natureza; nas águas dos rios e das fontes, que deslizam para o benefício das cidades, dos campos e dos rebanhos; no pão que nos alimenta; na doçura do vento que refresca; na bondade das árvores que nos estendem os galhos dadivosos, em forma de braços ricos de bênçãos; na flor que espalha perfume na atmosfera; na ternura e na segurança de nosso lar; na assistência dos nossos pais, dos nossos irmãos e dos nossos amigos que nos ajudam a vencer as dificuldades do mundo e da vida, e na providência silenciosa, que nos garante a conservação da saúde e da paz espiritual.

Muitos homens de ciência pretendem definir Deus para nós, mas, quando reparamos na proteção do Todo-Poderoso, dispensada aos nossos caminhos e aos nossos trabalhos na Terra, em todos os instantes da vida, somos obrigados a reconhecer que o mais belo nome que podemos dar ao Supremo Senhor é justamente aquele que Jesus nos ensinou em sua divina oração: “Nosso Pai”.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Pai Nosso.
Ditado pelo Espírito Meimei.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Colaboração

Em sua condição de movimento renovador das consciências, a Nova Revelação vem despertar o homem para o lugar determinado que a Providência lhe confere, esclarecendo-o, acima de tudo, de que o egoísmo, filho da ignorância e responsável pelos desvarios da alma, é perigosa ilusão.

Trazendo-nos a chave dos princípios religiosos, vem compelir-nos à observância das leis mais simples da vida, revelando-nos o impositivo de colaboração a que não conseguiremos fugir.

A vida, pródiga de sabedoria em toda parte, demonstra o princípio da cooperação, em todos os seus planos.

O verme enriquece a terra e a terra sustenta o verme.

A fonte auxilia as árvores e as árvores conservam a fonte.

O solo ampara a semente e a semente valoriza o solo.

As águas formam as nuvens e a nuvens alimentam as águas.

A abelha ajuda a fecundação das flores e as flores contribuem com as abelhas no fabrico do mel.

Um pão singelo é gloriosa síntese do trabalho de equipe da natureza. Sem as lides da sementeira, sem as dádivas do Sol, sem as bênçãos da chuva, sem a defesa contra os adversários da lavoura, sem a assistência do homem, sem o concurso do moinho e sem o auxílio do forno, o pão amigo deixaria de existir.

Um casaco inexpressivo é fruto do esforço conjugado do fio, do tear, da agulha e do alfaiate, solucionando o problema da vestidura.

Assim como acontece na esfera das realizações materiais, a Nova Revelação convida-nos, naturalmente, a refletir sobre a função que nos cabe na ordem moral da vida.

Cada criatura é peça significativa na engrenagem do progresso.

Todos possuímos destacadas obrigações no aperfeiçoamento do espírito.

Alma sem trabalho digno é sombra de inércia no concerto da harmonia geral.

Cérebros e corações, mãos e pés, em disponibilidade , palavras ocas e pensamentos estanques constituem congelamento deplorável do serviço da evolução.

A vida é a força divina que marcha para diante.

Obstruir-lhe a passagem, desequilibrar-lhe os movimentos, menoscabar-lhe os dons e olvidar-lhe o valor é criar aflição e sofrimento que se voltarão, agora ou mais tarde, contra nós mesmos.

Precatem-se, portanto, aqueles que julgam encontrar na mensagem do Além o elixir do êxtase preguiçoso e improdutivo.

O mundo espiritual não abriria suas portas para consagrar a ociosidade.

As almas que regressam do túmulo indicam a cada companheiro da Terra a importância da existência na carne, acordando-lhe na consciência não só a responsabilidade de viver, mas também a noção do serviço incessante do bem, como norma de felicidade imperecível.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Roteiro.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

sábado, 27 de dezembro de 2008

O Alimento Espiritual

O professor lutava na escola com um grande problema.

Os alunos começaram a ler muitas histórias de homens maus, de roubos e de crimes e passaram a viver em plena insubordinação.

Queriam imitar aventureiros e malfeitores e, em razão disso, na escola e em casa apresentavam péssimo comportamento.

Alguns pronunciavam palavrões, julgando-se bem-educados, e outros se entregavam a brinquedos de mau gosto, acreditando que assim mostravam superioridade e inteligência.

Esqueciam-se dos bons livros.

Zombavam dos bons conselhos.

O professor, em vista disso, certo dia reuniu todas as classes para a merenda costumeira, apresentando-se uma surpresa esquisita.

Os pratos estavam cheios de coisas impróprias, tais como pães envolvidos em lama, doces com batatas podres, pedaços de maçãs com tomates deteriorados e geléias misturadas com fel e pimenta.

Os meninos revoltados gritavam contra o que viam, mas o velho educador pediu silêncio e, tomando a palavra, disse-lhes:

- Meus filhos, se não podemos dispensar o alimento puro a benefício do corpo, precisamos também de alimento sadio para a nossa alma. O pão garante a nossa energia física, mas a leitura é a fonte de nossa vida espiritual.

Os maus livros, as reportagens infelizes, as difamações e as aventuras criminosas representam substâncias apodrecidas que nós absorvemos, envenenando a vida mental e prejudicando-nos a conduta.

Se gostamos das refeições saborosas que auxiliam a conservação de nossa saúde, procuremos também as páginas que cooperam na defesa de nossa harmonia interior, a fim de nunca fugirmos ao correto procedimento.

Com essa preleção, a hora da merenda foi encerrada.

Os alunos retiraram-se cabisbaixos.

E, pouco a pouco, a vida dos meninos foi sendo retificada, modificando-se para melhor.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Pai Nosso.
Ditado pelo Espírito Meimei.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Efetivamente

Vigiar não é desconfiar. É acender a própria luz, ajudando os que se encontram nas sombras.

Defender não é gritar. É prestar mais intenso serviço às causas e às pessoas.

Ajudar não é impor. É amparar, substancialmente, sem pruridos de personalismo, para que o beneficiado cresça, se ilumine e seja feliz por si mesmo.

Ensinar não é ferir. É orientar o próximo, amorosamente, para o reino da compreensão e da paz.

Renovar não é destruir. É respeitar os fundamentos, restaurando as obras para o bem geral.

Esclarecer não é discutir. É auxiliar, através do espírito de serviço e da boa-vontade, o entendimento daquele que ignora.

Amar não é desejar. É compreender sempre, dar de si mesmo, renunciar ao próprios caprichos e sacrificar-se para que a luz divina do verdadeiro amor resplandeça.

André Luiz
(Mensagem retirada do livro "Agenda Cristã" psicografia de Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Ressonâncias do Natal

Na paisagem fria e sem melhor acolhimento, a única hospedaria à disposição era a gruta modesta onde se guardavam os animais.

Não havia outro lugar que O pudesse receber.

O mundo, repleto de problemas e de vidas inquietas, preocupava-se com os poderosos do momento e reservava distinções apenas para os que se refestelavam no luxo, bem como no prazer.

Aos simples e desataviados sempre se dedicavam a indiferença, o desrespeito, fechando-lhes as portas, dificultando-lhes os passos.

Mas hoje, tudo permanece quase que da mesma forma.

Não obstante, durante aquela noite de céu transparente e estrelado, entre os animais domésticos, em uma pequena baia, usada como berço acolhedor, nasceu Jesus, que transformou a estrebaria num cenário de luzes inapagáveis que prosseguem projetando claridade na noite demorada dos séculos, em quase dois mil anos...

Inaugurando a era da humildade e da renúncia, Jesus elegeu a simplicidade, a fim de ensinar engrandecimento íntimo como condição única para a felicidade real.

O Seu reino, que então se instalou naquela noite de harmonias cósmicas, permanece ensejando oportunidades de redenção a todos quantos se resolvam abrigar nas suas dependências.

E o Seu nascimento modesto continua produzindo ressonâncias históricas, antes jamais previstas.
Homens e mulheres, que tomaram contato com Sua notícia e mensagem, transformaram-se, mudando-se-lhes o roteiro de vida e o comportamento, convertendo-se, a partir de então, em luzeiros que apontam rumos felizes para a Humanidade.

Guerreiros triunfadores passaram pelo mundo desde aquela época, inumeráveis.

Governantes poderosos estabeleceram reinos e impérios, que pareciam preparados para a eternidade, e ruíram dolorosamente.

Artistas e técnicos, de rara beleza e profundo conhecimento, criaram formas e aparelhagens sofisticadas para tornarem a Terra melhor, e desapareceram.

Ditadores indomáveis e aristocratas incomuns surgiram no proscênio terrestre, envergando posição, orgulho e superioridade, que o túmulo silenciou.

...Estiveram, por algum tempo, deixando suas pegadas fortes, que tornaram alguns odiados, outros rechaçados e sob o desprezo das gerações posteriores.

Jesus, porém, foi diferente.

Incompreendido, o Cantor do Amor aceitou a cruz, para não anuir com o crime, e abraçou a morte para não se mancomunar com os mortos.

Por isso, ressurgiu, em triunfo e grandeza, permanecendo o Ser mais perfeito que jamais esteve na Terra, como modelo que Deus nos ofereceu para Guia.

Quando a Humanidade experimenta dores superlativas, quando a miséria sócio-econômica assassina milhões de vidas que estertoram ao abandono; quando enfermidades cruéis demonstram a fragilidade orgânica das criaturas; quando a violência enlouquece e mata; quando os tóxicos arruínam largas faixas da juventude mundial, ao lado de outros males que atestam a falência do materialismo, ressurge a figura impoluta de Jesus, convidando à reflexão, ao amor e à paz, enquanto as ressonâncias do Seu Natal falam em silêncio: Ele, que tem salvo vidas incontáveis, pede para que tentes fazer algo, amando e libertando do erro pelo menos uma pessoa.

Lembrando-te dEle, na noite de Natal, reparte bondade, insculpe-O no coração e na mente, a fim de que jamais te separes dEle.


Franco, Divaldo Pereira.
Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Jesus no Lar

O culto do Evangelho no Lar aperfeiçoa o homem.

O homem aperfeiçoado ilumina a família.

A família iluminada melhora a comunidade.

A comunidade melhorada eleva a nação.

O homem evangelizado adquire compreensão e amor.

A família iluminada conquista entendimento e harmonia.

A comunidade melhorada produz trabalho e fraternidade.

A nação elevada orienta-se no direito, na justiça e no bem.

Espiritismo sem Evangelho é fenômeno ou raciocínio.

O fenômeno deslumbra. O raciocínio indaga.

Descobrir novos campos de luta e pensar em torno deles não expressa tudo.

Imprescindível conhecer o próprio destino.

Não basta, pois, a certeza de que a vida continua infinita, além da morte.

É necessário clarear o caminho.

Do Evangelho no lar, depende o aprimoramento do homem.

Do homem edificado em Jesus Cristo depende a melhoria e a redenção do mundo.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Nosso Livro.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Libertação

A finalidade precípua e mais importante da reencarnação diz respeito ao processo de auto-iluminação do Espírito.

Herdeiro de suas próprias experiências mantém atavismos negativos que o retêm nas paixões perturbadoras, aturdindo-se com freqüência, na busca frenética do prazer e da posse. Como conseqüência, as questões espirituais permanecem-lhe em plano secundário, em conceder-se ensejo de crescimento libertador.

Indispensável que se criem as condições favoráveis ao desenvolvimento dos seus valores éticos e espirituais que não devem ser postergardos. Somente através desse esforço - que é o empenho consciente para o auto-encontro, o denodo para romper com as amarras selvagens da ignorância, da acomodação, da indiferença - que o logro se torna possível.

Há pessoas que detestam a solidão, afirmando que esta lhes produz depressão e angústia, sensação de abandono e de infelicidade.

Outras, no entanto, buscam-na como terapia indispensável ao refazimento das forças exauridas, caminho seguro para o reexame de atitudes, para a reflexão em torno dos acontecimentos da vida.

A solidão, todavia, não é boa nem má. Os valores dela defluentes são sentidos de acordo com o estado de espírito de cada ser.

O silêncio produz em alguns indivíduos melancolia e medo. Parece sugerir-lhes um abismo apavorante, ameaçador.

Em outras pessoas, faculta a paz, o processo de readaptação ao equilíbrio, abrindo espaço para o auto-conhecimento.

O silêncio, no entanto, não é positivo ou negativo. Conforme o estado íntimo de cada um, ele propicia o que se faz necessário à paz, à alegria.

Muitos homens se atiram afanosamnente pela conquista do dinheiro, nele colocando todas as aspirações da vida como sendo a meta única a alcançar. Fazem-se, até mesmo, onzenários.

Inúmeros outros, todavia, não lhe dão maior valor, desperdiçando-o com frivolidade, esbanjando-o sem consideração. Terminam, desse modo, na estroinice, na miséria econômica.

O dinheiro, entretanto, não é essencial ou secundário na vida. Vale pelo que pode adquirir e segundo a consideração de que se reveste transitoriamente.

É indispensável que inicies o processo da tua libertação quanto antes.

Faze um momento habitual de solidão, onde quer que te encontres. Não é necessário que fujas do mundo, porém que consigas um espaço mental e doméstico para exercitares abandono pessoal e aí fazeres silêncio, meditando em paz.

Não digas que o tempo não te faculta ocasião.

Renuncia a alguma tarefa desgastante, a alguma recreação exaustiva, ao tempo que dedicas ao espairecimento saturador e aplica-o à solidão.

Nesse espaço, isola-te e silencia.

Deixa que a meditação refunda os teus valores íntimos e logre libertar-te das paixões escravizantes.

Considera o dinheiro e todos os demais valores como instrumentos para finalidades próximas, cuidando daqueloutros de sabor eterno e plenificador, que se te fazem essenciais para o êxito na tua jornada atual, a tua auto-iluminação libertadora.


Franco, Divaldo Pereira.
Da obra: Momentos de Felicidade.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Jesus em Casa

O lar é o santuário em que a Bondade de Deus te situa. Não olvides a necessidade de Cristo no cenário de amor em que te refugias.

Escolhe alguns minutos por semana e reúne-te com os laços domésticos que te possam acompanhar no cultivo da lição de Jesus.

Quanto seja possível, na mesma noite e no mesmo horário, faze teu circulo íntimo de meditação e de estudo.

Depois da prece com que nos cabe agradecer ao Senhor o pão da alma, abre as páginas do Evangelho e lê, em voz alta, alguns dos seus trechos de verdade e consolo, para o que receberas a inspiração dos Amigos Espirituais que te assistem. Não é necessário a leitura por mais de dez minutos.

Em seguida, na intimidade da palavra livre e sincera, todos os companheiros devem expor suas dúvidas, seus temores e dificuldades sentimentais.

Através da conversação edificante, emissários da Esfera Superior distribuirão idéias e forças, em nome do Cristo, para que horizontes novos iluminem o espírito de cada um.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Família.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Perante os Parentes

"Mas se alguém não tem cuidado dos seus
e principalmente dos da sua família,
negou a fé e é pior do que o infiel."
Paulo. (I Timóteo, 5:8.)


Desempenhar todos os justos deveres para com aqueles que lhe comungam as teias da consangüinidade.

Os parentes são os marcos vivos das primeiras grandes responsabilidades do Espírito encarnado.

Intensificar os recursos de afeto, compreensão e boa-vontade para os afins mais próximos que não lhe compreendam os ideais.

O lar constitui cadinho redentor das almas endividadas.

Dilatar os laços da estima além do círculo da parentela.

A humanidade é a nossa grande família.

Acima de todas as injunções e contingências de cada dia, conservar a fidelidade aos preceitos espíritas cristãos, sendo cônjuge generoso e melhor pai, filho dedicado e companheiro benevolente.

Cada semelhante nosso é degrau de acesso à Vida Superior, se soubermos recebê-lo por verdadeiro irmão.

Melhorar, sem desânimo, os contactos diretos e indiretos com os pais, irmãos, tios, primos e demais parentes, nas lides do mundo, para que a Lei não venha a cobrar-lhe novas e mais enérgicas experiências em encarnações próximas.

O cumprimento do dever, criado por nós mesmos, é lei do mundo interior a que não poderemos fugir.

Imprimir em cada tarefa diária os sinais indeléveis da fé que nutre a vida, iniciando todas as boas obras no âmbito estreito da parentela corpórea.

Temos, na família consangüínea, o teste permanente de nossas relações com a Humanidade.


Vieira, Waldo.
Da obra: Conduta Espírita.
Ditado pelo Espírito André Luiz.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Felicidade Possível

Acreditavas que a felicidade seria semelhante a uma ilha fantástica de prazer constante e paz permanente. Um lugar onde não houvesse preocupação, nem se apresentasse a dor; no qual os sorrisos brilhassem nos lábios, e a beleza engrinaldasse de festa as criaturas.

Uma felicidade feita de fantasias parecia ser a tua busca.

Planejastes a vida, objetivando encontrar esse reino encantado, onde, por fim, descansasses da fadiga, da aflição e fruísses a harmonia.

Passam-se anos, e somas frustrações, anotando desencantos e amarguras, sem anelada conquista.

Lentamente, entregas-te ao desânimo, e sentes que estás discriminado no mundo, quando vês as propagandas apresentadas pela mídia, nas quais desfilam os jovens, belos e jubilosos, desperdiçando saúde, robustez, corpos venusinos e apolíneos, usando cigarros e bebidas famosas, brincando em iates de luxo, ou exibindo-se em desportos da moda, invejáveis, triunfantes...

Crês que eles são felizes...

Não sabes quanto custa, em sacrifício e dor, alcançar o topo da fama e permanecer lá.

Sob quase todos aqueles sorrisos, que são estudados, estão a face da amargura e as marcas do ressaibo, do arrependimento.

Alguns envenenaram a alma dos charcos por onde andaram, antes de serem conhecidos e disputados.

Muitos se entregaram a drogas perturbadoras, que lhes consomem a juventude, qual ocorreu com as multidões de outros, que os anteciparam e desapareceram.

Esquecidos e enfermos, aqueles que foram pessoas-objeto, amargam hoje a miséria a que se acolheram ou foram atirados.

Felicidade, porém, é conquista íntima.

Todos os que se encontram na Terra, nascidos em berços de ouro ou de palha, homenageados ou desprezados, belos ou feios, são feitos do mesmo barro frágil de carne, e experimentam, de uma ou de outra forma, vicissitudes, decepções, doenças e desconforto.

Ninguém, no mundo terreno, vive em regime especial. O que parece, não excede a imagem, a ilusão.

Se desejas ser feliz, vive, cada momento, de forma integral, reunindo as cotas de alegria, de esperança, de sonho, de bênção, num painel plenificador.

As ocorrências de dor são experiências para as de saúde e de paz.

A felicidade não são coisas: é um estado interno, uma emoção.

Abençoa os acidentes de percurso, que denominas como desdita, segue na direção das metas, e verás quantas concessões de felicidade pela frente, aguardando por ti.

Quem avança monte acima, pisa pedregulhos que ferem os pés, mas também flores miúdas e verdejante relva, que teimam em nascer ali colocando beleza no chão.

Reúne essas florezinhas em um ramalhete, toma das pedras pequeninas fazendo colares, e descobrirás que, para a criatura ser feliz, basta amar e saber discernir, nas coisas e nos sucessos da marcha, a vontade de Deus e as necessidades para a evolução.

Franco, Divaldo Pereira.
Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Esmola e Caridade

Escusam-se muitos de não poderem ser caridosos, alegando precariedade de bens, como se a caridade se reduzisse a dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus e proporcionar um teto aos desabrigados.

Além dessa caridade, de ordem material, outra existe - a moral, que não implica o gasto de um centavo sequer e, não obstante, é a mais difícil de ser praticada.

Exemplos? Eis alguns:

Seríamos caridosos se, fazendo bom uso de nossas forças mentais, vibrássemos ou orássemos diariamente em favor de quantos saibamos acharem-se enfermos, tristes ou oprimidos, sem excluir aqueles que porventura se considerem nossos inimigos.

Seríamos caridosos se, em determinadas situações, nos fizéssemos intencionalmente cegos para não vermos o sorriso desdenhoso ou o gesto disprezivo de quem se julgue superior a nós.

Seríamos caridosos se, com sacrifício de nosso valioso tempo, fôssemos capazes de ouvir, sem enfado, o infeliz que nos deseja confiar seus problemas íntimos, embora sabendo de antemão nada podermos fazer por ele, senão dirigir-lhe algumas palavras de carinho e solidariedade.

Seríamos caridosos se, ao revés, soubéssemos fazer-nos momentâneamente surdos quando alguém, habituado a escarnecer de tudo e de todos, nos atingisse com expressões irônicas ou zombeteiras.

Seríamos caridosos se, disciplinando nossa língua, só nos referíssemos ao que existe de bom nos seres e nas coisas, jamais passando adiante notícias que, mesmo sendo verdadeiras, só sirvam para conspurcar a honra ou abalar a reputação alheia.

Seríamos caridosos se, embora as circunstâncias a tal nos induzissem, não suspeitássemos mal de nossos semelhantes, abstendo-nos de expender qualquer juízo apressado e temerário contra eles, mesmo entre os familiares.

Seríamos caridosos se, percebendo em nosso irmão um intento maligno, o aconselhassemos a tempo, mostrando-lhe o erro e despersuadindo o de o levar a efeito.

Seríamos caridosos se, privando-nos, de vez em quando, do prazer de um programa radiofônico ou de T.V. de nosso agrado, visitássemos pessoalmente aqueles que, em leitos hospitalares ou de sua residência, curtem prolongada doença e anseiam por um pouco de atenção e afeto.

Seríamos caridosos se, embora essa atitude pudesse prejudicar nosso interesse pessoal, tomássemos, sempre, a defesa do fraco e do pobre, contra a prepotência do forte e a usura do rico.

Seríamos caridosos se, mantendo permanentemente uma norma de proceder sereno e otimista, procurássemos criar em torno de nós uma atmosfera de paz, tranquilidade e bom humor.

Seríamos caridosos se, vez por outra, endereçássemos uma palavra de aplauso e de estimulo às boas causas e não procurássemos, ao contrário, matar a fé e o entusiasmo daqueles que nelas se acham empenhados.

Seríamos caridosos se deixássemos de postular qualquer benefício ou vantagem, desde que verificássemos haver outros direitos mais legítimos a serem atendidos em primeiro lugar.

Seríamos caridosos se, vendo triunfar aqueles cujos méritos sejam inferiores aos nossos, não os invejássemos e nem lhes desejássemos mal.

Seríamos caridosos se não desdenhássemos nem evitássemos os de má vida, se não temêssemos os salpicos de lama que os cobrem e lhes estendêssemos a nossa mão amiga, ajudando-os a levantar-se e limpar-se.

Seríamos caridosos se, possuindo alguma parcela de poder, não nos deixássemos tomar pela soberba, tratando, os pequeninos de condição, sempre com doçura e urbanidade, ou, em situação inversa, soubéssemos tolerar, sem ódio, as impertinências daqueles que ocupam melhores postos na paisagem social.

Seríamos caridosos se, por sermos mais inteligentes, não nos irritássemos com a inépcia daqueles que nos cercam ou nos servem.

Seríamos caridosos se não guardássemos ressentimento daqueles que nos ofenderam ou prejudicaram, que feriram o nosso orgulho ou roubaram a nossa felicidade, perdoando-lhes de coração.

Seríamos caridosos se reservássemos nosso rigor apenas para nós mesmos, sendo pacientes e tolerantes com as fraquezas e imperfeições daqueles com os quais convivemos, no lar, na oficina de trabalho ou na sociedade.

E assim, dezenas ou centenas de outras circunstâncias poderiam ainda ser lembradas, em que, uma amizade sincera, um gesto fraterno ou uma simples demonstração de simpatia, seriam expressões inequívocas da maior de todas as virtudes.

Nós, porém, quase não nos apercebemos dessas oportunidades que se nos apresentam, a todo instante, para fazermos a caridade.

Porquê?

É porque esse tipo de caridade não transpõe as fronteiras de nosso mundo interior, não transparece, não chama a atenção, nem provoca glorificações.

Nós traímos, empregamos a violência, tratamos ou outros com leviandade, desconfiamos, fazemos comentários de má fé, compartilhamos do erro e da fraude, mostramo-nos intolerantes, alimentamos ódios, praticamos vinganças, fomentamos intrigas, espalhamos inquietações, desencorajamos iniciativas nobres, regozijamo-nos com a impostura, prejudicamos interesses alheios, exploramos os nossos semelhantes, tiranizamos subalternos e familiares, desperdiçamos fortunas no vício e no luxo, transgredimos, enfim, todos os preceitos da Caridade, e, quando cedemos algumas migalhas do que nos sobra ou prestamos algum serviço, raras vezes agimos sob a inspiração do amor ao próximo, via de regra fazemo-lo por mera ostentação, ou por amor a nós mesmos, isto é, tendo em mira o recebimento de recompensas celestiais.

Quão longe estamos de possuir a verdadeira caridade!

Somos, ainda, demasiadamente egoístas e miseravelmente desprovidas de espírito de renúncia para praticá-la.

Mister se faz, porém, que a exercitemos, que aprendamos a dar ou sacrificar algo de nós mesmos em benefício de nossos semelhantes, porque "a caridade é o cumprimento da Lei."


Calligaris, Rodolfo.
Da obra: As Leis morais.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Um Só Senhor

Nenhum servo pode servir a
dois senhores."- Jesus.
(LUCAS, 16:13.)

Se os cristãos de todos os tempos encontraram dolorosas situações de perplexidade nas estradas do mundo, é que, depois dos apóstolos e dos mártires, a maioria tem cooperado na divulgação de falsos sentimentos, com respeito ao Senhor a que devem servir.

Como o Reino do Cristo ainda não é da Terra, não se pode satisfazer a Jesus e ao mundo, a um só tempo. O vício e o dever não se aliam na marcha diária.

Que dizer de um homem que pretenda dirigir dois centros de atividade antagônica, em simultâneo esforço?

Cristo é a linha central de nossas cogitações.

Ele é o Senhor único, depois de Deus, para os filhos da Terra, com direitos inalienáveis, porquanto é a nossa luz do primeiro dia evolutivo e adquiriu-nos para a redenção com os sacrifícios de seu amor.

Somos servos dEle. Precisamos atender-lhe aos interesses sublimes, com humildade. E, para isso, é necessário não fugir do mundo, nem das responsabilidades que nos cercam, mas, sim, transformar a parte de serviço confiada ao nosso esforço, nos círculos de luta, em célula de trabalho do Cristo.

A tarefa primordial do discípulo é, portanto, compreender o caráter transitório da existência carnal, consagrar-se ao Mestre como centro da vida e oferecer aos semelhantes os seus divinos benefícios.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Caminho, Verdade e Vida.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Poesia do Além

Sombra e Luz
Vem a noite,
volta o dia,

Cresce o broto,
nasce a flor,

Vai a dor,
surge a alegria

Dourando a manhã do Amor.
Assim, depois da amargura
Que a vida terrena traz,
A alma encontra na Altura
A luz, a ventura e a paz.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Parnaso de Além-Túmulo - Poesias Mediúnicas.
Ditado pelo Espírito Casimiro Cunha.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Luz em Ti

É um tesouro inigualável, teu somente.

Ninguém dispõe dele em teu lugar.

Nas horas mais difíceis, podes gastá-lo sem preocupação.

Quando alguém te fira, é capaz de revelar-te a grandeza da alma, no brilho do perdão.

No momento em que os seres mais queridos porventura te abandonem, será parte luminosa de tua bênção.

Ante os irmãos infelizes, é o teu cartão de paz e simpatia.

Nos empreendimentos que te digam respeito ao próprio interesse, converte-se em passaporte para a aquisição das vantagens que desejes usufruir.

No relacionamento comum, transforma-se na chave para a formação das amizades fiéis.

Na essência, é um investimento, a teu próprio favor, que realizas sem o menor prejuízo.

Esse tesouro é o teu sorriso, - luz de Deus em ti mesmo, - que nenhuma circunstância pode extinguir e que ninguém consegue arrebatar.

Meimei
(Página do livro "Palavras do Coração", recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier - Edição CEU.)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Importância

Na vida, não vale tanto
o que temos
nem tanto importa
o que somos.

Vale o que realizamos
com aquilo que possuímos
e, acima de tudo, importa
o que fazemos de nós.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Caminhos.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Enquanto...

Busque agir para o bem, enquanto você dispõe de tempo. É perigoso guardar uma cabeça cheia de sonhos, com as mãos desocupadas.

Acenda sua lâmpada, enquanto há claridade em torno de seus passos. Viajor algum fugirá às surpresas da noite.

Ajude o próximo, enquanto as possibilidades permanecem de seu lado. Chegará o momento em que você não prescindirá do auxílio dele.

Utilize o corpo físico para recolher as bênçãos da vida Mais Alta, enquanto suas peças se ajustam harmoniosamente. O vaso que reteve essências sublimes ainda espalha perfume, depois de abandonado.

Dê suas lições sensatamente, na escola da vida, enquanto o livro das provas repousa em suas mãos. Aprender é uma bênção e há milhares de irmãos, não longe de você, aguardando uma bolsa de estudos na reencarnação.

Acerte suas contas com o vizinho, enquanto a hora é favorável. Amanhã, todos os quadros podem surgir transformados.

Ninguém deve ser o profeta da morte e nem imitar a coruja agourenta. Mas, enquanto você guardar oportunidade de amealhar recursos superiores para a vida espiritual, aumente os seus valores próprios e organize tesouros da alma, convicto de que sua viagem para outro gênero de existência é inevitável.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Agenda Cristã.
Ditado pelo Espírito André Luiz.

sábado, 13 de dezembro de 2008

O Burro de Carga

No tempo em que não havia automóveis, na cocheira de famoso palácio real um burro de carga curtia imensa amargura, em vista das pilhérias e remoques dos companheiros de apartamento.

Reparando-lhe o pelo maltratado, as fundas cicatrizes do lombo e a cabeça tristonha e humilde, aproximou-se formoso cavalo árabe, que se fizera detentor de muitos prêmios, e disse, orgulhoso:

- Triste sina a que recebeste! Não Invejas minha posição nas corridas? Sou acariciado por mãos de princesas e elogiado pela palavra dos reis!

- Pudera! - exclamou um potro de fina origem inglesa - como conseguirá um burro entender o brilho das apostas e o gosto da caça?

O infortunado animal recebia os sarcasmos, resignadamente.

Outro soberbo cavalo, de procedência húngara, entrou no assunto e comentou:

- Há dez anos, quando me ausentei de pastagem vizinha, vi este miserável sofrendo rudemente nas mãos de bruto amansador. É tão covarde que não chegava a reagir, nem mesmo com um coice. Não nasceu senão para carga e pancadas. É vergonhoso suportar-lhe a companhia.

Nisto, admirável jumento espanhol acercou-se do grupo, e acentuou sem piedade:

- Lastimo reconhecer neste burro um parente próximo. É animal desonrado, fraco, inútil... Não sabe viver senão sob pesadas disciplinas. Ignora o aprumo da dignidade pessoal e desconhece o amor-próprio. Aceito os deveres que me competem até o justo limite; mas, se me constrangem a ultrapassar as obrigações, recuso-me à obediência, pinoteio e sou capaz de matar.

As observações insultuosas não haviam terminado, quando o rei penetrou o recinto, em companhia do chefe das cavalariças.

- Preciso de um animal para serviço de grande responsabilidade - informou o monarca -, animal dócil e educado, que mereça absoluta confiança.

O empregado perguntou:

Não prefere o árabe, Majestade?

- Não, não - falou o soberano -, é muito altivo e só serve para corridas em festejos oficiais sem maior importância.

- Não quer o potro inglês?

- De modo algum. E’ muito irrequieto e não vai além das extravagâncias da caça.

- Não deseja o húngaro?

- Não, não. É bravio, sem qualquer educação. É apenas um pastor de rebanho.

- O jumento serviria? - insistiu o servidor atencioso.

- De maneira nenhum. É manhoso e não merece confiança.

Decorridos alguns instantes de silêncio, o soberano indagou:

- Onde está o meu burro de carga?

O chefe das cocheiras indicou-o, entre os demais.

O próprio rei puxou-o carinhosamente para fora, mandou ajaezá-lo com as armas resplandecentes de sua Casa e confiou-lhe o filho, ainda criança, para longa viagem.

Assim também acontece na vida. Em todas as ocasiões, temos sempre grande número de amigos, de conhecidos e companheiros, mas somente nos prestam serviços de utilidade real aqueles que já aprenderam a suportar, servir e sofrer, sem cogitar de si mesmos.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Idéias e Ilustrações.
Ditado pelo Espírito Neio Lúcio.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Acidentes

Reflitamos nisto:
se tiveres humildade e calma,
num instante de crise, guarda a certeza
de que conseguirás evitar
longo tempo de remorso e pesar.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Caminhos.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Sugestões de Amigo

"Sabe ele (o Paganismo) muito bem que
está errado, mas isso não o abala,
porquanto a verdadeira fé não lhe está
na alma. O que mais teme á a luz, que dá
vista aos cegos."
(Allan Kardec, E.S.E. Cap. XXIII, Item 14)


Mesmo que você esteja com a razão, escute em silêncio a reprimenda injustificada.
Ouvir para examinar é oportunidade de aprendizado e experiência.

Mesmo que a lição lhe amargure o Espírito, receba como dádiva preciosa.
Antes uma verdade que que magoa, mas salva, do que uma ilusão que agrada e se desvanece.

Mesmo que você seja chamado ao debate em nome da causa que ama, desculpe-se e prossiga na ação.

Muitas palavras exaltam poucas razões.

Mesmo que a dor se constitua parceria única de seus labores evangélicos, prossiga resoluto. O cinzel que fere a pedra, dela arranca a escultura valiosa.

Mesmo que a espada invisível da calúnia abra feridas em seu coração, continue animado. O bem é luz inapagável.

Mesmo que a urna sombria do “eu” apele para que você viva somente para você, arrebente a grilheta e ajude a comunidade naquele que segue a seu lado.

A ostra mais resistente, em solidão, despedaça-se de encontro aos recifes do mar imenso.

Mesmo que a luta pareça inútil, confie no valor da perseverança que sabe agir.
Os pólens de uma única flor são suficientes para multiplicá-la indefinidamente, embelezando a Natureza.

Mesmo que o fel da amargura verta em seus lábios, cada noite, o acre sabor do desespero, desperte, no dia seguinte, abençoando a aurora.

Quem contempla uma noite de vendaval acreditará na impossibilidade de um claro sol na manhã porvindoura. No entanto...

Mesmo que o alarde da maledicência empane a claridade de sua luz, não revide mal por mal.
A árvore ultralada responde à ofensa com produtividade.

Mesmo que seus sonhos formosos de assistência fraternal e socorro cristão se transformem em pesadelos aflitivos nos dias de atividade, siga adiante, confiando intimorato.

Considerado pelos familiares, em Nazaré, como embusteiro e endemoniado, o Mestre prosseguiu no ministério da Verdade, alargando as possibilidades da Boa Nova no vergel desfeito dos corações humanos, para, na cruz, atestar a suprem a vitória do amor como única via de "luz que dá vista aos cegos" e enseja libertação para o Espírito sedento de imortalidade.

Franco, Divaldo Pereira.
Da obra: Glossário Espírita-Cristão..
Ditado pelo Espírito Marco Prisco.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A Mente em Ação

Mais graves que as viroses habituais são aquelas que têm procedência no psiquismo desvairado.

Por ser agente da vida organizada, a mente sadia propicia o desenvolvimento das micropartículas que sustentam com equilíbrio a organização somática, assim como, através de descargas vigorosas, bombardeia os seus centros de atividade, dando curso a desarmonias inumeráveis.

Mentes viciosas e pessimistas geram vírus que se alojam no núcleo das células, e as destruindo se espalham pela corrente sanguínea, dando surgimento a enfermidades soezes.

Além desta funesta realização, interferem na organização imunológica e, afetando-a, facultam a agressão de outros agentes destruidores, que desenvolvem síndromes cruéis e degenerativas.

Além dos vícios que entorpecem os sentimentos relevantes do homem, perturbando-lhe a existência, o tédio e o ciúme, a violência e a queixa, entre outros hábitos perniciosos, são responsáveis pela desestruturação física e emocional da criatura.

O tédio é resultado da ociosidade costumeira da mente acomodada e preguiçosa.

Matriz de muitos infortúnios, responde por neuroses estranhas e depressivas, culminando com o suicídio injustificável e covarde.

Entregue ao tédio, o paciente transfere responsabilidades e ações para os outros, deixam dose sucumbir na amargura, quando não se envenena pela revolta contra todos e tudo.

A mente, entregue ao ciúme, fomenta acontecimentos que gostaria se realizassem, afim de atormentar-se e atormentar, aprisionando ou perseguindo a sua vítima.

Por sua vez, desconecta os centros de equilíbrio, passando à condição de vapor dissolvente da confiança e do amor.

A violência é distúrbio emocional, que remanesce do primitivismo das origens, facultando o combustível do ódio, que se inflama em incêndio infeliz, a devorar o ser que o proporciona.

Quando isto não ocorre, dispara dardos certeiros nas usinas da emoção, que se destrambelha, gerando vírus perigosos que se instalam no organismo desarticulado e o vencem.

A queixa ressuma como desrespeito ao trabalho e aos valores alheios, sempre pronta a censurar e a fiscalizar os outros, lamentando-se, enquanto vapores tóxicos inutilizam os núcleos da ação, que se enferrujam e perdem a finalidade.

Há todo um complexo de hábitos mentais e vícios morais, prejudiciais, que agridem a vida e a desnaturam.

É indispensável que o homem se resolva por utilizar do admirável arsenal de recursos que possui, aplicando os valores edificantes a serviço da sua felicidade.

Vives consoante pensas e almejas. consciente ou inconscientemente.

Conforme dirijas a mente, recolherás os resultados.

Possuis todos os recursos ao alcance da vontade.

Canalizando-a para o bem ou para o mal, fruirás saúde ou doença.

Tem em mente, no entanto, que o teu destino é programado pela tua mente e pelos teus atos, dependendo de ti a direção que lhe concedas.


Franco, Divaldo Pereira.
Da obra: Momentos de Felicidade.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O frio que vem de dentro

Conta-se que seis homens ficaram presos numa caverna por causa de uma avalanche de neve.Teriam que esperar até o amanhecer para receber socorro. Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual eles se aqueciam.

Eles sabiam que se o fogo apagasse todos morreriam de frio antes que o dia clareasse. Chegou a hora de cada um colocar sua lenha na fogueira. Era a única maneira de poderem sobreviver.

O primeiro homem era racista. Ele olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele escura.

Então, raciocinou consigo mesmo: "aquele negro! Jamais darei minha lenha para aquecer um negro". E guardou-a protegendo-a dos olhares dos demais.

O segundo homem era um rico avarento. Estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida.

Olhou ao redor e viu um homem da montanha que trazia sua pobreza no aspecto rude do semblante e nas roupas velhas e remendadas.

Ele calculava o valor da sua lenha e, enquanto sonhava com o seu lucro, pensou: "eu, dar a minha lenha para aquecer um preguiçoso", nem pensar.

O terceiro homem era negro. Seus olhos faiscavam de ressentimento. Não havia qualquer sinal de perdão ou de resignação que o sofrimento ensina.

Seu pensamento era muito prático: "é bem provável que eu precise desta lenha para me defender.

Além disso, eu jamais daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem". E guardou suas lenhas com cuidado.

O quarto homem era um pobre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros os caminhos, os perigos e os segredos da neve.

Este pensou: "esta nevasca pode durar vários dias. Vou guardar minha lenha.”

O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas, nem lhe passou pela cabeça oferecer a lenha que carregava.

Ele estava preocupado demais com suas próprias visões (ou alucinações?) para pensar em ser útil.

O último homem trazia nos vincos da testa e nas palmas calosas das mãos os sinais de uma vida de trabalho.

Seu raciocínio era curto e rápido. "esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém nem mesmo o menor dos gravetos".

Com estes pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e, finalmente apagou.

No alvorecer do dia, quando os homens do socorro chegaram à caverna encontraram seis cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha.

Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de socorro disse: "o frio que os matou não foi o frio de fora, mas o frio de dentro.”

Não deixe que a friagem que vem de dentro mate você. Abra o seu coração e ajude a aquecer aqueles que o rodeiam.

Não permita que as brasas da esperança se apaguem nem que a fogueira do otimismo vire cinzas.

Contribua com seu graveto de amor e aumente a chama da vida onde quer que você esteja.

E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos.(Gálatas 6.9)

Portanto aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, nisso está pecando. (Tiago 4.17)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Saúde Integral

A sofisticação tecnológica da Medicina atual ainda permanece na insustentável tese de que o homem é as células que lhe constituem a organização somática.

Negando, por sistema, a realidade do ser integral, - espírito, perispírito e matéria - detém-se na conceituação ultrapassada, na qual o cérebro gera o pensamento, e a Vida cessa quando se dá o fenômeno da anóxia, alguns minutos depois da parada cardíaca...

Desde Hipócrates, passando por Aécio e Galeno, a visão dualista somente vem encontrando confirmação e respeito, não se podendo mais negar a interação espírito-matéria, mente-corpo, como termos da equação existencial.

Face a essa constatação, convenciona-se que a saúde é mais do que a ausência de doença no organismo, sendo um conjunto de fatores propiciatórios ao bem estar psicológico, econômico e social.

O paradigma da atualidade em torno da saúde leva o médico a examinar o paciente não mais como uma cobaia, ou alguém aflito de quem se deve libertar, mas como portador de muitos problemas que, não raro, a doença exterioriza, mascarando-os nas gêneses profundas do estado patológico.

Volve-se, desse modo, ao antigo sacerdócio médico, graças ao qual ele se torna amigo do paciente, seu confidente, seu companheiro, ajudando-o a drenar as emoções negativas recalcadas, a fim de dar campo à catarse liberativa das angústias e tormentos que sofre, para que, então, nele se instale de volta a saúde.

A saúde integral independe das drogas químicas e dos tratamentos cirúrgicos, não obstante esses sejam ainda valiosos instrumentos para sua aquisição.

Forçoso reconhecer-se que o ser atual é um somatório de experiências próximas e remotas. Tanto lhe constituem fatores degenerativos os conflitos próximos, da atual encarnação, quanto os transatos, das existências pretéritas.

Examinado desse ponto de vista, compreender-se-á a gama larga de fatores predisponentes como preponderantes, para o estabelecimento da enfermidade ou da saúde.

Cumpre que se conscientizem os indivíduos em geral, e os enfermos em particular, que cada criatura é o resultado das realizações morais, espirituais da sua mente, como já observavam os gregos antigos...

A disposição para o otimismo ou para a autodestruição responderá pelos seus futuros comportamentos.

Nesse sentido, o Evangelho de Jesus é um excelente tratado de psicoterapia, cuja aplicação resultará em bem-estar e harmonia.

Toda a mensagem de Jesus é vazada no conhecimento profundo do homem, considerando sua realidade transpessoal, na qual ressaltam o Espírito e sua condição de imortalidade.

Lentamente, face ao volume das aflições que dominam as paisagens humanas, e às enfermidades psicossomáticas de difícil diagnose, que levam a estados lamentáveis, a criatura sente-se convidada à valorização da vida, à descoberta dos seus recursos éticos, auto-estima, ao auto-aprimoramento.

O amor, nesse cometimento, assume papel preponderante, em razão das energias que libera no sistema imunológico, fortalecendo-o, no sistema nervoso simpático e nos glóbulos brancos, fundamentais na luta pela preservação da saúde.

A visualização mental otimista, gerando energias que combatam ou anulem a enfermidade, produz endorfinas que atenuam a dor, auxiliando as células à remissão da doença.

Bombardeios mentais através da visualização, sobre tumores de origem cancerígena, logram alteração profunda no seu desenvolvimento, conseguindo mesmo eliminá-los.

Todavia, se o sentimento de amor acompanha a descarga psíquica da vontade, estimulando as células saudáveis a se manterem em ritmo de equilíbrio enquanto as outras se consomem, a vibração da força transformadora será mais potente e portadora de resultados eficientes.

Nesse aspecto, o querer é imprescindível e o crer essencial, face à continuidade do fluxo mental, sem vacilações, suspeitas e receios que lhe interrompam essa continuidade.

A harmonia mental que decorre da relaxação confiante produz, também, o benéfico estado alfa, quando o cérebro libera ondas do mesmo nome no ritmo de oito a doze ciclos por segundo, ensejando a restauração da saúde, quando se está enfermo, ou a preservação dela, quando se encontra saudável.

Nesse campo, o auto-descobrimento corajoso propicia a eliminação dos mecanismos do ego que levam à fuga da responsabilidade e do respeito por si mesmo, ensejando consciência de quem se é, do que se deve realizar e como se poderá fazê-lo.

A visão junguiana de saúde é conclusiva, convidando a uma revisão de paradigmas na Medicina tradicional e na tecnologia médica atual, redescobrindo os pacientes como pessoas necessitadas de amor, que se auto-punem por ignorância e se auto-destroem por desequilíbrio emocional, mediante pugnas íntimas incessantes...

O amor, que pertencia às áreas da sociologia e da filosofia, além das análises literárias, passa hoje a ser elemento fundamental para os conteúdos do comportamento e da conduta na preservação da sanidade.

Mantendo-se, desse modo, a recomendação do Evangelho sobre o amor a Deus, ao próximo e a si mesmo, na condição de experiência humana, mesmo que se instalem focos infecciosos no corpo ou se expressem distúrbios orgânicos de vária ordem, o paciente se torna terapeuta de si mesmo, auxiliando o médico e este àquele, a fim de que a meta essencial seja lograda - a alegria de viver saudavelmente.

Pode-se, portanto, experimentar saúde integral, mesmo que algum órgão se encontre comprometido, sem que isso altere o ser em profundidade, consciente que o fenômeno biológico da morte somente encerra o ciclo carnal, jamais a Vida.

A visão médica, com paradigmas holísticos em torno da saúde e da doença, faculta a possibilidade de uma perfeita interação corpo-alma, em razão do controle da mente sobre a matéria.

Uma organização fisiopsíquica sadia resulta da perfeita identificação entre o Espírito e o soma, como decorrência das reencarnações anteriores ou das conquistas atuais, preparando a existência em marcha para a plenitude.


Franco, Divaldo Pereira.
Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Sempre o Melhor

Em todos os caminhos da vida, encontraras obstáculos a superar. Se assim não fosse, como provarias a ti mesmo a sinceridade de teus propósitos de renovação?

Aceita as dificuldades com paciência, procurando guardar contigo as lições de que se façam portadoras.

Com todos temos algo de bom para aprender e em tudo temos alguma cousa de útil para assimilar.

Nada acontece por acaso e, embora te pareça o contrario, ate mesmo o mal permanece a serviço do bem.

A resignação tem o poder de anular o impacto do sofrimento.

Se recebes criticas ou injurias, não te aflijas pela resposta verbal aos teus adversários. Muitas vezes, os que nos acusam desejam apenas distrair-nos a atenção do trabalho a que nos dedicamos, fazendo-nos perder preciosos minutos em contendas estéreis.

Centraliza-te no dever a cumprir, refletindo que toda semente exige tempo para germinar.

Toda vitória se fundamenta na perseverança e sem espírito de sacrifício ninguém concretiza os seus ideais.

Busca na oração coragem para superar os percalços exteriores da marcha e humildade para vencer os entraves do teu mundo interior.

Aceita os outros como são a fim de que te aceitem como es, porquanto, de todos os patrimônios da vida, nenhum se compara a paz de quem procurar fazer sempre o melhor, embora consciente de que esse melhor ainda deixe muito a desejar.


Xavier, Francisco Candido;
Baccelli, Carlos A..
Da obra: Brilhe Vossa Luz.
Ditado pelo Espírito André Luiz.

sábado, 6 de dezembro de 2008

A Necessidade do Esforço

Conta-se que, no princípio da vida terrestre, o alimento das criaturas era encontrado como oferta da Divina Providência, em toda parte.

Em troca de tanta bondade, o Pai Celeste rogava aos corações mais esforço no aperfeiçoamento da vida.

O povo, no entanto, observando que tudo lhe vinha de graça, começou a menosprezar o serviço. O mato inútil cresceu tanto, que invadia as casas, onde toda a gente se punha a comer e dormir.

Ninguém desejava aprender a ler.

A ferrugem, o lixo e o mofo apareciam em todos os lugares.

Animais, como os cães que colaboram na vigilância, e aves, como os urubus que auxiliam nas obras de limpeza, eram mais prestativos que os homens.

Vendo que ninguém queria corresponder à confiança divina, o Pai Celestial mandou retirar as facilidades existentes, determinando que os habitantes da Terra se esforçassem na conquista da própria manutenção.

Desde esse tempo, o ar e a água, o Sol e as flores, a claridade das estrelas e o luar continuaram gratuitos para o povo, mas o trabalho forçado da alimentação passou a vigorar como sendo uma lei para todos, porque, lutando para sustentar-se, o homem melhora a terra, limpa a habitação, aprende a ser sábio e garante o progresso.

Deus dá tudo.

O solo, a chuva, o calor, o vento, o adubo e a orientação constituem dádivas dEle à Terra que povoamos e que devemos aprimorar, mas o preparo do pão de cada dia, através do nosso próprio suor e da nossa própria diligência, é obrigação comum a todos nós, a fim de que não olvidemos o nosso divino dever de servir, incessantemente, em busca da Perfeição.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Pai Nosso.
Ditado pelo Espírito Meimei.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Dever e Trabalho

O compromisso de trabalho inclui o dever de associar-se a criatura ao esforço de equipe na obra a realizar.

Obediência digna tem o nome de obrigação cumprida no dicionário da realidade.

Quem executa com alegria as tarefas consideradas menores, espontaneamente se promove as tarefas consideradas maiores.

A câmara fotográfica nos retrata por fora, mas o trabalho nos retrata por dentro.

Quem escarnece da obra que lhe honorifica a existência, desprestigia a si mesmo.

Servir além do próprio dever não é bajular e sim entesourar apoio e experiência, simpatia e cooperação.

Na formação e complementação de qualquer trabalho, é preciso compreender para sermos compreendidos.

Quando o trabalhador converte o trabalho em alegria, o trabalho se transforma na alegria do trabalhador.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Sinal Verde.
Ditado pelo Espírito André Luiz.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Afeições

O amor não é cego.

Vê sempre as pessoas queridas tais quais são e as conhece, na intimidade, mais do que os outros.

Exatamente por dedicar-lhes imenso carinho, recusa-se a registrar-lhes os possíveis defeitos, porquanto sabe amá-las mesmo assim.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Caminhos.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Casamento e Divórcio

Divórcio, edificação adiada, resto a pagar no balanço do espírito devedor. Isso geralmente porque um dos cônjuges, sócio na firma do casamento, veio a esquecer que os direitos na instituição doméstica somam deveres iguais.

A Doutrina Espírita elucida claramente o problema do lar, definindo responsabilidades e entremostrando os remanescentes do trabalho a fazer, segundo os compromissos anteriores em que marido e mulher assinaram contrato de serviço, antes da reencarnação.

Dois espíritos sob o aguilhão do remorso ou tangidos pelas exigências da evolução, ambos portando necessidades e débitos, combinam encontro ou reencontro no matrimônio, convencidos de que união esponsalícia é, sobretudo, programa de obrigações regenerativas.

Reincorporados, porém, na veste física, se deixam embair pelas ilusões de antigos preconceitos da convenção social humana ou pelas hipnoses do desejo e passam ao território da responsabilidade matrimonial, quais sonâmbulos sorridentes, acreditando em felicidade de fantasia como as crianças admitem a solidez dos pequeninos castelos de papelão.

Surgem, no entanto, as realidades que sacodem a consciência.

Esposo e esposa reconhecem para logo que não são os donos exclusivos da empresa. Sogro e sogra, cunhados e tutores consangüíneos são também sócios comanditários, cobrando os juros do capital afetivo que emprestaram, e os filhos vão aparecendo na feição de interessados no ajuste, reclamando cotas de sacrifício.

O tempo que durante o noivado era todo empregado no montante dos sonhos, passa a ser rigorosamente dividido entre deveres e pagamentos, previsões e apreensões, lutas e disciplinas e os cônjuges desprevenidos de conhecimento elevado, começam a experimentar fadiga e desânimo, quanto mais se lhes torna necessária a confiança recíproca para que o estabelecimento doméstico produza rendimento de valores substanciais em favor do mundo e da vida do espírito.

Descobrem, por fim, que amar não é apenas fantasiar, mas acima de tudo, construir. E construir pede não somente plano e esperança, mas também suor e por vezes aflição e lágrimas.

Auxiliemos, na Terra, a compreensão do casamento como sendo um consórcio de realizações e concessões mútuas, cuja falência é preciso evitar.

Divulguemos o princípio da reencarnação e da responsabilidade individual para que os lares formados atendam à missão a que se destinam.

Compreendamos os irmãos que não puderem evitar o divórcio porquanto ignoramos qual seria a nossa conduta em lugar deles, nos obstáculos e sofrimentos com que foram defrontados, mas interpretemos o matrimônio por sociedade venerável de interesses da alma perante Deus.


Waldo Vieira.
Da obra: Sol nas Almas.
Ditado pelo Espírito André Luiz.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O Poder do Amor

Acredita no amor e vive-o plenamente.

Qualquer expressão de afetividade propicia renovação de entusiasmo, de qualidade de vida, de metas felizes em relação ao futuro.

O amor não é somente um meio, porém o fim essencial da vida.

Emanado pelo sentimento que se aprimora, o amor expressa-se, a princípio, asselvajado, instintivo, na área da sensação, e depura-se lentamente, agigantando-se no campo da emoção.

Quando fruído, estimula o organismo e oferece-lhe reações imunológicas, que proporcionam resistência às células para enfrentar os invasores perniciosos, que são com batidos pelos glóbulos brancos vigilantes.

A força do amor levanta as energias alquebradas, e torna-se essencial para a preservação da vida.

Quando diminui, cedendo lugar aos mecanismos de reação pelo ciúme, pelo ressentimento, pelo ódio, favorece a degeneração da energia vital, preservadora do equilíbrio fisiopsíquico, ensejando a instalação de enfermidades variadas, que trabalham pela consumpção dos equipamentos orgânicos...

Situação alguma, por mais constrangedora, ou desafio, por maior que se apresente, nas suas expressões agressivas, merecem que te niveles à violência, abandonando o recurso valioso do amor.

Competir com os não-amáveis é tornar-se pior do que eles, que lamentavelmente ainda não despertaram para a realidade superior da vida.

Amá-los é a alternativa única à tua disposição, que deves utilizar, de forma a não te impregnares das energias deletérias que eles exalam.

Envolvê-los em ondas de afetividade é ato de sabedoria e recurso terapêutico valioso, que lhes modificará a conduta, senão de imediato, com certeza oportunamente.

O amor solucionará todos os teus problemas. Não impedirá, porém, que os tenhas, que sejas agredido, que experimentes incompreensão, mas te facultará permanecer em paz contigo mesmo.

É possível que não lhe vejas a florescência, naquele a quem o ofertas, no entanto, a sociedade do amanhã vê-lo-á enfrutecer e beneficiar as criaturas que virão depois de ti. E isto, sim, é o que importa.

Quando tudo pareça conspirar contra os teus sentimentos de amor, e a desordem aumentar, o crime triunfar, a loucura aturdir as pessoas em volta, ainda aí não duvides do seu poder. Ama com mais vigor e tranqüilidade, porque esta é a tua missão na Terra - mar sempre.

Crucificado, sob superlativa humilhação, Jesus prosseguiu amando e em paz, iniciando uma Era Nova para a Humanidade, que agora lhe tributa razão e amor.


Franco, Divaldo Pereira.
Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Desejos

Desejo é realização antecipada.

Querendo, mentalizamos; mentalizando, agimos; agindo, atraímos; e atraindo, realizamos.

Como você pensa, você crê, e como você crê, será.

Cada um tem hoje o que desejou ontem e terá amanhã o que deseja hoje.

Campo de desejo, no terreno do espírito, é semelhante ao campo de cultura na gleba do mundo, na qual cada lavrador é livre na sementeira e responsável na colheita.

O tempo que o malfeitor gastou para agir em oposição à Lei, é igual ao tempo que o santo despendeu para trabalhar sublimando a vida.

Todo desejo, na essência, é uma entidade tomando a forma correspondente.

A vida é sempre o resultado de nossa própria escolha.

O pensamento é vivo e depois de agir sobre o objeto a que se endereça, reage sobre a criatura que o emitiu, tanto em relação ao bem quanto ao mal.

A sentença de Jesus: "procura e achará" equivale a dizer: "encontrarás o que desejas".


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Sinal Verde.
Ditado pelo Espírito André Luiz.

domingo, 30 de novembro de 2008

Tristeza Perturbadora

Conquanto brilhe o sol da oportunidade feliz, abrindo campo para a ação e para a paz, a sombra teimosa da tristeza envolve-te em injustificável depressão.

Gostarias de arrancar das carnes da alma este espinho cravado que te faz sofrer, e, por não o conseguires, deixas-te abater.

Conjecturas a respeito da alegria, do corpo jovem, dos prazeres convidativos, e lamentas não poder fruir tudo quanto anelas.

A tristeza, porém, é doença que, agasalhada, piora o quadro de qualquer aflição.

A sua sombra densa altera o contorno dos fatos e das coisas, apresentando fantasmas onde existe vida e desencanto no lugar em que está a esperança.

Ela responde pela instalação de males sutis que terminam por desequilibrar o organismo físico e a maquinaria emocional.

Luta contra a tristeza, reeducando-te mentalmente.

Não dês guarida emocional às suas insinuações.

Ninguém é tão ditoso quanto supões ou te fazem crer.

A Terra é o planeta-escola de aprendizes incompletos, inseguros.

A cada um falta algo, que não conseguirá conquistar.

Resultado do próprio passado espiritual, o homem sente sempre a ausência do que malbaratou.
A escassez de agora é conseqüência do desperdício de outrora.

A aspiração tormentosa é prova a que todos estão submetidos, a fim de que valorizem melhor aquilo de que dispõem e a outros falta.

Lamentas não ter algo que vês noutrem, todavia, alguém ambiciona o que possuis e não dás valor.

Resigna-te, pois, e alegra-te com tudo quanto te enriquece a existência neste momento.
Aprende a ser grato à vida e àqueles que te envolvem em ternura, saindo da tristeza pertinaz para o portal de luz, avançando pelo rumo novo.

Jesus, que é o "Espírito mais perfeito" que veio à Terra, sem qualquer culpa, foi incompreendido, embora amando; traído, apesar de amar, e crucificado, não obstante amasse...

Desse modo, sorri e conquista o teu espaço, esquecendo o teu espinho e arrancando aquele que está ferindo o teu próximo.

Oportunamente, descobrirás que, enquanto te esqueceste da própria dor, lenindo a dos outros, superaste-a em ti, conseguindo a plenitude da felicidade, que agora te rareia.


Franco, Divaldo Pereira.
Da obra: Momentos de Coragem.D
itado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

sábado, 29 de novembro de 2008

Com Efeito

"Todos vós, que dos homens
sofreis injustiças, sede
indulgentes para as faltas dos
vossos irmãos, ponderando que
também vós não vos achais
isentos de culpas; é isso
caridade, mas é igualmente
humildade."
(Alan Kardec. E.S.E.Cap.VII. Item 11.)

Exercite a humildade ao lado dos modestos servidores do lar doméstico.
Ser humilde com os superiores, de quem se depende, é muito fácil.

Suporte com resignação as dificuldades da tarefa nova.
Quem muda de clima sofre a modificação da temperatura.

Retorne ao trabalho com ânimo redobrado, no lugar em que o insucesso o magoou.
Nem sempre o triunfo pode ser sentido nas moedas de lucro fácil.

Submeta-se às vicissitudes naturais da luta, mas prossiga na direção do serviço honrado.
Não há repouso justo sem o cansaço haurido nas tarefas da aprendizagem.

Cultive o verbo "cooperar".
O progresso nasce quando todos se ajudam.

Levante-se do erro e siga renovando-se.
Muita correnteza cristalina nasce em lodo.

Seja indulgente com aqueles que ainda se demoram sob as fortes luzes da ilusão.
O perdão que você oferece aos outros funciona como lubrificante nas engrenagens de sua alma. \

Desperte na criança o ardor evangélico, atestando sempre junto a ela a excelência da Mensagem Cristã.

As atitudes hostis que você mantém, supondo que "a criança não entende", anulam quaisquer palavras da pregação apaixonada.

Combata a onda-materialista que domina o mundo, deixando de apoiar as indústrias de perversão dos valores morais.

O prazer do cinema, teatro e televisão, muitas vezes se transforma em "labaredas para o coração".

Empenhe-se na implantação do Evangelho na Terra.
Faça-se, entretanto, um a "carta-viva do Cristo".


Franco, Divaldo Pereira.
Da obra: Glossário Espírita-Cristão.
Ditado pelo Espírito Marco Prisco.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Bem e Mal Sofrer

Quando o Cristo disse: "Bem-aventurados os aflitos, o reino dos céus lhes pertence", não se referia de modo geral aos que sofrem, visto que sofrem todos os que se encontram na Terra, quer ocupem tronos, quer jazam sobre a palha. Mas, ah! poucos sofrem bem; poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzi-los ao reino de Deus.

O desânimo é uma falta. Deus vos recusa consolações, desde que vos falte coragem. A prece é um apoio para a alma; contudo, não basta: é preciso tenha por base uma fé viva na bondade de Deus. Ele já muitas vezes vos disse que não coloca fardos pesados em ombros fracos.

O fardo é proporcionado às forças, como a recompensa o será à resignação e à coragem. Mais opulenta será a recompensa, do que penosa a aflição. Cumpre, porém, merecê-la, e é para isso que a vida se apresenta cheia de tribulações.

O militar que não é mandado para as linhas de fogo fica descontente, porque o repouso no campo nenhuma ascensão de posto lhe faculta. Sede, pois, como o militar e não desejeis um repouso em que o vosso corpo se enervaria e se entorpeceria a vossa alma.

Alegrai-vos, quando Deus vos enviar para a luta. Não consiste esta no fogo da batalha, mas nos amargores da vida, onde, às vezes, de mais coragem se há mister do que num combate sangrento, porquanto não é raro que aquele que se mantém firme em presença do inimigo fraqueje nas tenazes de uma pena moral.

Nenhuma recompensa obtém o homem por essa espécie de coragem; mas, Deus lhe reserva palmas de vitória e uma situação gloriosa. Quando vos advenha uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponde-vos a ela, e, quando houverdes conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, dizei, de vós para convosco, cheio de justa satisfação: "Fui o mais forte."

Bem-aventurados os aflitos pode então traduzir-se assim: Bem-aventurados os que têm ocasião de provar sua fé, sua firmeza, sua perseverança e sua submissão à vontade de Deus, porque terão centuplicada a alegria que lhes falta na Terra, porque depois do labor virá o repouso. - Lacordaire. (Havre, 1863.)


Allan Kardec.
Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Verdade Libertadora

Realizado o estudo do Evangelho no lar
de Josef Jackulack, na noite de 5 de
junho, em Viena, Áustria, o tema foi
Não ponhais a candeia debaixo do
alqueire, capítulo XXIV, de O
Evangelho Segundo o Espiritismo, de
Allan Kardec, após o qual a Mentora
espiritual escreveu a presente
mensagem.

A verdade sempre predomina.

O culto à mentira é dos mais danosos comportamentos a que o indivíduo se submete. Ilusão do ego, logo se dilui ante a linguagem espontânea dos fatos. Responsável por expressiva parte dos sofrimentos humanos, fomenta a calúnia que lhe é manifestação grave e destrutiva - a infâmia, a crueldade...

A maledicência é-lhe filha predileta, por expressar-lhe os conteúdos perturbadores, que a imaginação irrefreada e os sentimentos infelizes dão curso.

Além desses aspectos morais, a mentira não resiste ao transcurso do tempo. Sem alicerce que a sustente, altera a sua forma ante cada evento novo e de tal maneira se modifica, que se desvela.

Por ser insustentável, quem se apóia na sua estrutura frágil padece insegurança contínua.

Porque é exata na sua forma de apresentar-se, a verdade é o inimigo normal da mentira.

Enquanto a primeira esplende ao sol dos acontecimentos e exterioriza-se sem qualquer exagero, a segunda é maneirosa, prefere a sombra e comunica-se com sordidez. Uma é fruto da realidade; a outra, da fantasia, que não medita nas consequências de que se reveste.

A mentira teme o confronto com a verdade. Aloja-se nas sombras, espraia-se, às escondidas, e encontra, infelizmente, guarida.

A verdade jamais se camufla; surge com força e externa-se com dignidade. Não tem alteração íntima, permanecendo a mesma em todas as épocas. Ninguém consegue ocultá-la, porque, semelhante à luz, irradia-se naturalmente. Nem sempre é aceita, por convidar à responsabilidade. Amiga do discernimento, é a pedra angular da consciência de si mesmo, fator ético-moral da conduta saudável.

Enquanto a mentira viger, a acomodação, o crime afrontoso ou sob disfarce, o abuso do poder e a miséria de todo tipo predominarão na Terra exaltando os fracos, que assim se farão fortes, os covardes, que se tornarão estóicos, os astutos, que triunfarão em detrimento dos sábios, dos nobres e dos bons...

Face a tais logros, que propicia, não obstante efêmeros, os seus famanazes e cultuadores detestam e perseguem a verdade. Não medem esforços para impelir-lhe a propagação, por saberem dos resultados que advirão com o seu estabelecimento entre as criaturas.

São baldas, porém, tão insanas atitudes.

A verdade espera... Seus opositores enfermam, envelhecem e morrem, enquanto ela permanece.
A mentira é de breve existência. Predomina por um pouco, esfuma-se e passa...
(...) Jesus, em proposta admirável, afirmou: Busca a verdade e a verdade te libertará.

Ninguém tem o direito de ocultar a verdade, qual se fosse uma luz que devesse ficar escondida.

Onde se encontre, irradia claridade e calor.

O seu conhecimento induz o portador a apresentá-la onde esteja, a divulgá-la sempre. Pelos benefícios que proporciona, estimula à participação, à solidariedade, difundindo-a. (...)


Franco, Divaldo Pereira.
Da obra: Sob a Proteção de Deus.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Realmente

A tempestade espanta. Entretanto, acentuar-nos-á a resistência se soubermos recebê-la.

A dor dilacera. Mas aperfeiçoar-nos-á o coração, se buscarmos aproveitá-la.

A incompreensão dói. Contudo, oferece-nos excelente oportunidade de compreender.

A luta perturba. Todavia, será portadora de incalculáveis benefícios, se lhe aceitarmos o concurso.

O desespero destrói. Diante dele, porém, encontramos ensejo de cultivar a serenidade.

O ódio enegrece. No entanto, descortina bendito horizonte à revelação do amor.

A aflição esmaga. Abre-nos, todavia, as portas da ação consoladora.

O choque assombra. Nele, contudo, encontraremos abençoada renovação.

A prova tortura. Sem ela, entretanto, é impossível a aprendizagem.

O obstáculo aborrece. Temos nele, porém, legítimo produtor de elevação e capacidade.

Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Agenda Cristã.
Ditado pelo Espírito André Luiz.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

O Que Mais Sofremos

O que mais sofremos no mundo -
Não é a dificuldade. É o desânimo em superá-la.
Não é a provação. É o desespero diante do sofrimento.
Não é a doença. É o pavor de recebê-la.
Não é o parente infeliz. É a mágoa de tê-lo na equipe familiar.
Não é o fracasso. É a teimosia de não reconhecer os próprios erros.
Não é a ingratidão. É a incapacidade de amar sem egoísmo.
Não é a própria pequenez. É a revolta contra a superioridade dos outros.
Não é a injúria. É o orgulho ferido.
Não é a tentação. É a volúpia de experimentar - lhes os alvitres.
Não é a velhice do corpo. É a paixão pelas aparências.
Como é fácil de perceber, na solução de qualquer problema, o pior problema é a carga de aflição que criamos, desenvolvemos e sustentamos contra nós.


Xavier, Francisco Cândido.
Ditado pelo Espírito Albino Teixeira.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Nossos Entes Queridos

Um ponto importante, nas relações afetivas: a nossa atitude para com os entes amados. Habitualmente, em nossa dedicação, somos tentados a escolher caminhos que supomos devam eles trilhar.

Inclinação esta mais do que justa, porquanto muito instintivamente desejamos para os outros alegrias semelhantes às nossas.

Urge considerar, entretanto, que Deus não dá cópias.

Dos pés à cabeça e de braço a braço, cada criatura é um mundo por si, gravitando para determinadas metas evolutivas, em órbitas diferentes.

À face disso, cada pessoa possui necessidades originais e tem o passo marcado em ritmo diverso. A vida, como sucede à escola, é igual para todos nos valores do tempo; no entanto, cada aprendiz da experiência humana, qual ocorre no educandário, estagia provisoriamente em determinado caminho de lições.

Aquele companheiro terá tomado corpo na Terra a fim de casar-se e construir a família; outro, porém, ter-se-á incorporado no plano físico para a geração de obras espirituais com imperativos de serviço muito diferentes daqueles da procriação propriamente considerada.

Essa irmã terá nascido no mundo para a formação de filhos destinados à sustentação da vida planetária; aquela outra, todavia, terá vindo ao campo dos homens a fim de servir a causas generosas em regime de celibato.

Cada coração pulsa em faixa específica de interesses afetivos.

Cada pessoa se ajusta a certa função, compreendendo assim, sempre que a nossa ternura se proponha traçar caminhos para os entes amados, saibamos consagrar-lhes, em silêncio, respeitoso carinho, e, se quisermos auxiliá-los, oremos por eles, rogando à Sabedoria Divina os inspire e ilumine, de vez que só Deus sabe no íntimo de nós todos aquilo que mais convém ao burilamento e à felicidade de cada um.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Rumo Certo.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

domingo, 23 de novembro de 2008

Louvado Seja Deus

O velho André era um escravo resignado e sofredor.

Certo dia, ele soube que Jesus nos ensinara a santificar o nome de Deus e prometeu a si mesmo jamais praticar o mal.

Se o feitor da fazenda o perseguia, André perdoava e dizia de todo o coração: - Louvado seja Deus.

Se algum companheiro tentava-o a fugir das obrigações de cada dia, considerando as injustiças que os cercavam, ele dizia contar com a Bondade Divina, indicava o céu e repetia: - Louvado seja Deus.

Quando veio a libertação dos cativos, o dono da fazenda chamou-o e disse-lhe que a pobreza e a doença lhe batiam à porta e pediu-lhe que não o abandonasse. Todos os companheiros se ausentaram, embriagados de alegria, mas André teve compaixão do Senhor, agora humilhado, e permaneceu no serviço, imaginando que Deus estaria satisfeito com o seu procedimento.

O proprietário da terra, pouco a pouco, perdeu o que possuía, arruinado pela enfermidade, mas o generoso servidor cuidou dele, até à morte, afirmando sempre: - Louvado seja Deus.

André estava cansado e envelhecido, quando o antigo patrão faleceu. Quis trabalhar, mas o corpo encarquilhado curvava-se para o chão, com muitas dores.

Esmolou, então, com humildade e paciência e, de cada vez que recebia algum pão para saciar a fome ou algum trapo para cobrir o corpo, exclamava alegremente: - Louvado seja Deus.

Certa noite, muito sozinho, com sede e febre, notou que alguém penetrava em sua choça de palha. Quem seria?

Em poucos instantes, um anjo erguia-se à frente dele.

Acanhado e aflito, quis falar alguma coisa, mas não pôde. O anjo, porém, sorrindo, abraçou-o e exclamou:

André, o nome de Nosso Pai Celestial foi exaltado por seu coração e vim buscar você para que a sua voz possa louvá-lo agora no céu.

No dia seguinte, o corpo do velho escravo apareceu morto na choupana, mas, sobre o teto rústico as aves pousavam, cantando, e muita gente afirmou que os passarinhos pareciam repetir: - Louvado seja Deus!


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Pai Nosso.
Ditado pelo Espírito Meimei.

sábado, 22 de novembro de 2008

O Cooperador

Imagina-te à frente de um violino. Instrumento que te espera sensibilidade e inteligência, atenção e carinho para vibrar contigo na execução da melodia.

Se o tomas de arranco, é possível te caia das mãos, desafinando-se, quando não seja perdendo alguma peça.

Se esquecido em algum recanto, é provável se transforme em ninho de insetos que lhe dilapidarão a estrutura.

Se usado, a feição de martelo, fora da função a que se destina, talvez se despedace.

Entretanto, guardado em lugar próprio e manejado na posição certa, como a te escutar o coração e o cérebro, ei-lo que te responde com a sublimidade da música.

Assim, igualmente na vida, é o companheiro de quem esperas apoio e colaboração.

Chame-se familiar ou companheiro, chefe ou subordinado, colega ou amigo, se lhe buscas o auxílio, a golpes de azedume e brutalidade, é possível te escape da área de ação, magoando-se ou perdendo o estímulo ao trabalho.

Se largado ao menosprezo, é provável se entregue a influências claramente infelizes, capazes de lhe envenenarem a alma.

Se empregado por veículo de intriga ou maledicência, fora das funções edificantes a que se dirige, talvez termine desajustado por longo tempo.

Mas, se conservado com respeito, no culto da amizade, e se mobilizado na posição certa, como a te receber as melhores vibrações do coração e do cérebro, ei-lo que te corresponde com a excelência e a oportunidade da colaboração segura, em bases de amor que é, em tudo e em todos, o supremo tesouro da vida.

Pensemos nisso e concluiremos que é impossível encontrar cooperadores eficientes e dignos, sem indulgência e compreensão.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Caridade.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Aflição Vazia

Ante as dificuldades do cotidiano, exerçamos a paciência, não apenas em auxílio aos outros, mas igualmente a favor de nós mesmos.

Desejamos referir-nos, sobretudo, ao sofrimento inútil da tensão mental que nos inclina à enfermidade e nos aniquila valiosas oportunidades de serviço.

No passado e no presente, instrutores do espírito e médicos do corpo combatem a ansiedade como sendo um dos piores corrosivos da alma. De nossa parte, é justo colaboremos com eles, a benefício próprio, imunizando-nos contra essa nuvem da imaginação que nos atormenta sem proveito, ameaçando-nos a organização emotiva.

Aceitemos a hora difícil com a paz do aluno honesto, que deu o melhor de si, no estudo da lição, de modo a comparecer diante da prova, evidenciando consciência tranqüila.

Se o nosso caminho tem as marcas do dever cumprido, a inquietação nos visita a casa íntima na condição do malfeitor decidido a subvertê-la ou dilapidá-la; e assim como é forçoso defender a atmosfera do lar contra a invasão de agentes destrutivos, é indispensável policiar o âmbito de nossos pensamentos, assegurando-lhes a serenidade necessária...

Tensão à face de possíveis acontecimentos lamentáveis é facilitar-lhes a eclosão, de vez que a idéia voltada para o mal é contribuição para que o mal aconteça; e tensão à frente de sucessos menos felizes é dificultar a ação regenerativa do bem, necessário ao reajuste das energias que desastres ou erros hajam desperdiçado.

Analisemos desapaixonadamente os prejuízos que as nossas preocupações injustificáveis causam aos outros e a nós mesmos, e evitemos semelhante desgaste empregando em trabalho nobilitante os minutos ou as horas que, muita vez, inadvertidamente, reservamos à aflição vazia.

Lembremo-nos de que as Leis Divinas, através dos processos de ação visível e invisível da natureza, a todos nos tratam em bases de equilíbrio, entregando-nos a elas, entre as necessidade do aperfeiçoamento e os desafios do progresso, com a lógica de quem sabe que tensão não substitui esforço construtivo, ante os problemas naturais do caminho.

E façamos isso, não apenas por amor aos que nos cercam, mas também a fim de proteger-nos contra a hora da ansiedade que nasce e cresce de nossa invigilância para asfixiar-nos a alma ou arrasar-nos o tempo sem qualquer razão de ser.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Encontro marcado.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Medicamentos Evangélicos

Ajude sempre.
Não tema.
Jamais desespere.
Aprenda incessantemente.
Pense muito.
Medite mais.
Fale pouco.
Retifique, amando.
Trabalhe feliz.
Dirija, equilibrado.
Obedeça, contente.
Não se queixe.
Siga adiante.
Repare além.
Veja longe.
Discuta serenamente.
Faça luz.
Semeie paz.
Espalhe bênçãos.
Lute, elevando.
Seja alegre.
Viva desassombrado.
Demonstre coragem.
Revele calma.
Respeite tudo.
Ore, confiante.
Vigie, benevolente.
Caminhe, melhorando.
Sirva hoje.
Espere o amanhã.

Xavier, Francisco Candido.
Da obra: Agenda Cristã.
Ditado pelo Espírito André Luiz.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Como Respondeu?

“Perdoar aos inimigos é pedir
perdão para si próprio; perdoar
aos amigos é dar-lhes uma prova
de amizade; perdoar as ofensas é
mostrar-se melhor do que era.”
(Alan Kardec, E.S.E. Cap.X, ltem 15.)

À hora de cólera, você exclamou: “Vingar-me-ei!” E perdeu uma feliz oportunidade de exercitar o perdão.

Escarnecido pela ignorância, você retrucou: “Infeliz perseguidor!” E malbaratou o ensejo de iluminar em silêncio.

Esbofeteado pela agressividade da intolerância, você reagiu: “Nunca mais terás outra ocasião de ferir-me!” E desperdiçou a lição do sofrimento.

Dominado pela preguiça, você justificou: “Amanhã farei a assistência programada.” E esqueceu que agora é a hora da ação editicante.

Acuado pela perseguição geral, você indagou: “Por que Deus me abandonou?” E não enxergou a Divina Presença na linguagem do testemunho que lhe era solicitado.

Aturdido pela maledicência, você desabafou: “Ninguém presta!”. E feriu, sem motivo, muitas almas boas ,generalizando a invigilância e a crueldade.

Esmagado pela pobreza, você inquiriu: “Onde o socorro celeste?” E atestou o apego às coisas terrenas.

Ante a felicidade aparente dos levianos, você disse: “Só os maus vencem!” E desrespeitou a fé cristã que você vive, inspirada na cruz de ignomínia onde Ele pereceu.

Ao impacto de acusações injustas, você baqueou: “Estou perdido!” E não se recordou d'Aquele que é o nosso Caminho.

Entretanto, poderia dizer sempre: “Em ti confio, Senhor, e a Ti me entrego.” E Ele, que nunca abandona os que n'Ele confiam, saberia ajudá-lo incessantemente.


Franco, Divaldo Pereira.
Da obra: Glossário Espírita-Cristão.
Ditado pelo Espírito Marco Prisco.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Autoconscientização

Os dias atuais, caracterizados pelos conflitos psicológicos, em face do tumulto que domina o pensamento da sociedade e as ambições de cada indivíduo, exigem profundas reflexões, a fim de que a harmonia permaneça nos sentimentos humanos e na conduta pessoal em relação a si mesmo.

As admiráveis conquistas da Psicologia profunda, contribuindo para a solução dos muitos distúrbios que se apresentam perturbadores, convidam à meditação em torno da realidade que se é, para que sejam superados os condicionamentos em que se encontra, de forma a situar-se com equilíbrio ante os desafios e as injunções, não raro, penosos, que se apresentam em toda parte exigindo decisões inadiáveis.

Atordoando-se ante o volume das atividades que defronta, o indivíduo percebe-se desequipado de valores que lhe facultem uma boa administração das injunções em que se encontra, não sabendo o rumo que deve seguir.

Convidado, porém, à auto-reflexão, à autoconscientização mediante as quais poderá descobrir a sua realidade essencial, recusa-se por automatismo, receando penetrar-se em profundidade, em razão do atavismo castrador a que se submete.

A sombra que o condiciona ao aceito e determinado ameaça-o de sofrimento, caso busque iluminar o seu lado escuro, permitindo-lhe a autoidentificação que se encarregará de libertá-lo das aflições e conflitos de comportamento, que são heranças ancestrais nele prevalecentes.

Vitimado pelo jogo das paixões sensoriais, anula a própria alma que discerne, e procura não se deixar vencer pelos desejos infrenes que o arrastam ao jogo ilusório do prazer desmedido.

Apresentando-se incapaz, no entanto, de lutar pela libertação interior, permite-se arrastar mais facilmente pelo tumulto dos jogos da sensualidade, naufragando nas aspirações de enobrecimento e de cultura, de beleza e de espiritualidade, temendo perder a oportunidade que a todos é oferecida de desfrutar as facilidades e permissões morais que constituem a ordem do dia.

A estrutura psicológica do ser humano é trabalhada por mecanismos muito delicados, sofrendo os golpes violentos da ignorância, do prazer brutalizado, dos vícios inveterados. Não suportando a alta carga de tensões que esses impositivos lhe exigem, libera conflitos e temores primitivos que estão adormecidos, desequilibrando as emoções, cujos equipamentos sutis geram distonias e depressões.

O desvario do sexo, que se tornou objeto de mercado, transformando homens e mulheres em coisas de fácil aquisição, é também instrumento de projeção social, de conquista econômica, de exaltação do ego, despertando nas mentes imaturas psicologicamente ânsias malcontidas de desejos absurdos, nele centralizando todas as aspirações, por considerá-lo indispensável ao triunfo no círculo em que se movimenta.

Incompleto, por não saber integrar os seus conteúdos psicológicos da anima à sua masculinidade e do animus à sua feminilidade, conseguindo a realização da obra-prima que lhe deve constituir meta, o ser humano deixa-se arrastar pelas imposições de um em detrimento do outro, afligindo-se sem saber por qual motivo.

Procura, então, agônico e insatisfeito, recuperação na variedade dos prazeres, identificando-se mais confuso, a um passo de transtorno sempre mais grave, qual ocorre a todo instante no organismo social e nos relacionamentos inter-pessoais.

A sombra governa-o, e ele se recusa à luz da libertação.

O Apóstolo Paulo afirmou: Não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse eu faço. (Romanos, 7-19.)

Nesse auto-reconhecimento, o nobre servidor do Evangelho de Jesus denunciava a existência do seu lado escuro, impulsionando-o a atitudes que reprovava e não conseguia impedir-se de praticar. Mediante, porém, esforço perseverante e autoconscientização da própria fragilidade psicológica, o arauto da Era Nova conseguiu atingir a culminância do seu apostolado, quando proclamou: (...) E vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim... (Gálatas, 2:20.)

Somente através da coragem para encontrar a consciência mediante uma análise tranqüila das possibilidades de que dispõe é que a criatura humana logrará liberar-se da situação conflitiva que a domina, facultando-se selecionar os valores reais daqueles ilusórios aos quais se atribui significados, mas que sempre deixam frustração e vazio existencial.

A experiência física tem objetivos bem delineados que se apresentam acima da vacuidade dos interesses imediatistas que dominam na moderna sociedade consumista. Esse seu consumismo exterior resulta dos obscuros conflitos internos que projetam para fora e para outrem sua imagem de inquietação, transferindo-a do eu profundo, como necessidade de agitação para fugir de si mesmo.

Sucede que, nessa ansiosa projeção, o ser se torna consumido pelos demais, e por sua vez, destituído dos sentimentos profundos de amor, procura consumir os outros, utilizando dos seus recursos e qualidades reais ou imaginárias para saciar a sede de prazer em que se aturde, e seguir adiante.

Não saciado, porque essas experiências somente mais afligem, surge a necessidade das extravagâncias, pelas libações alcoólicas, pelo uso de substâncias químicas alucinantes, pelas aberrações sexuais intituladas de variedades para o prazer, pela agressividade, pela violência, ou pela queda nos abismos da depressão, da loucura, do suicídio...

A única alternativa disponível, portanto, para o ser humano de hoje, qual ocorreu com o de ontem, é o mergulho interior, a autodescoberta, a conscientização da sua realidade de Espírito imortal em viagem transitória pelo corpo, a fim de adquirir novas realizações, reparando males anteriores e conseguindo harmonia íntima, para que possa desfrutar de todas as concessões que se lhe encontram à disposição, premiando-o pelo esforço de autoconquista e autolibertação.

Naturalmente que, ao ser ativado o mecanismo de identificação do ser real, o hábito da fuga dos compromissos superiores induz à projeção, para poupar-se à dor, o que constitui um grande erro, porquanto o sofrimento se tornará ainda mais penoso.

É óbvio que somente a claridade vence as sombras, e a autoconscientização é o foco de luz direcionado à escuridão que predomina no comportamento psicológico do ser humano.

Jesus asseverou com propriedade ser a luz do mundo, porque a Humanidade se encontrava em profunda escuridão, qual ocorre nos dias presentes.

A Sua é a mensagem de responsabilidade pessoal perante a vida, e de serviço constante em favor de si mesmo e da coletividade.

Trazendo aos homens e mulheres o Seu exemplo de amor e de abnegação, não se propôs carregar o fardo do mundo, a fim de liberá-los de suas responsabilidades, mas ensinou a todos como conduzirem os seus problemas e angústias, solucionando-os com o amor a Deus, a si mesmos e ao próximo, por ser esse sentimento de amor a perene luz de libertação de toda a sombra existente no mundo íntimo e na sociedade em geral.


Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Extinção do Mal

Na didática de Deus, o mal não é recebido com a ênfase que caracteriza muita gente na Terra, quando se propõe a combatê-lo.

Por isso, a condenação não entra em linha de conta nas manifestações da Misericórdia Divina.
Nada de anátemas, gritos, baldões ou pragas.

A Lei de Deus determina, em qualquer parte, seja o mal destruído não pela violência, mas pela força pacífica e edificante do bem.

A propósito, meditemos.

O Senhor corrige:

a ignorância: com a instrução;

o ódio: com o amor;

a necessidade: com o socorro;

o desequilíbrio: com o reajuste;

a ferida: com o bálsamo;

a dor: com o sedativo;

a doença: com o remédio;

a sombra: com a luz;

a fome: com o alimento;

o fogo: com a água;

a ofensa: com o perdão;

o desânimo: com a esperança;

a maldição: com a benção.

Somente nós, as criaturas humanas, por vezes, acreditamos que um golpe seja capaz de sanar outro golpe.

Simples ilusão.

O mal não suprime o mal.

Em razão disso, Jesus nos recomenda amar os inimigos e nos adverte de que a única energia suscetível de remover o mal e extingui-lo é e será sempre a força suprema do bem.


Xavier, Francisco Cândido;
Baccelli, Carlos A..
Da obra: Brilhe Vossa Luz.
Ditado pelo Espírito Bezerra de Menezes.

domingo, 16 de novembro de 2008

Sempre Chamados

O Cristão é chamado a servir em toda parte.

Na casa do sofrimento, ministrará consolação.

Na furna da ignorância, fará consolação.

No castelo do prazer, ensinará a moderação.

No despenhadeiro do crime, sustará quedas.

No carro do abuso, exemplificará sobriedade.

Na toca das trevas, acenderá luz.

No nevoeiro do desalento, abrirá portas ao bom ânimo.

No inferno do ódio, multiplicará bênçãos de amor.

Na praça da maldade, dispensará o bem.

No palácio da justiça, colocar-se-á no lugar do réu, a fim de examinar os erros dos outros.

Em todos os ângulos do caminho, encontraremos sugestões do Senhor, desafiando-nos a servir.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Agenda Cristã.
Ditado pelo Espírito André Luiz.

sábado, 15 de novembro de 2008

Pensamentos

Deus é nosso Pai.

Somos irmãos uns dos outros.

Jesus é o Divino Mestre que Deus nos enviou.

A oração é o meio imediato de nossa comunhão com o Pai Celestial.

Nossos melhores pensamentos procedem da inspiração do Alto.

A presença de Deus pode ser facilmente observada na bondade permanente e na inteligência silenciosa da Natureza que nos cerca.

Devemos amar-nos uns aos outros.

A voz divina pode ser reconhecida nos bons conselhos.

Sempre que ajudarmos, seremos ajudados.

Em nossa terna Mãezinha,Cheia de santa afeição,Sentimos que Deus nos fala No fundo do coração.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Pai Nosso.
Ditado pelo Espírito Meimei.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Instante Divino

Não deixes passar, desapercebido, o teu divino instante de ajudar.

Surge, várias vezes nos sessenta minutos de cada hora, concitando-te ao enriquecimento de ti mesmo.

Repara, vigilante.

Aqui, é o amigo que espera por uma frase de consolo. Ali, é alguém que te roga insignificante favor.

Além, é um companheiro exausto no terreno árido das provas, na expectativa de um gesto de solidariedade.

Acolá, é um coração dorido que te pede algumas páginas de esperança. Mais além, é um velhinho que sofre e a quem um simples sorriso teu pode reanimar.

Agora, é um livro edificante que podes emprestar ao irmão de luta. Depois, é o auxílio eficiente com que será possível o socorro ao próximo necessitado.

Não te faças desatento.

Não longe de tua mesa, há quem suspire por um caldo reconfortante. E, enquanto te cobres, feliz, há quem padeça frio e nudez, em aflitiva expectação.

As horas voam.

Não te detenhas.

Num simples momento, é possível fazer muito.

Ao teu lado, a multidão das necessidades alheias espera por teu braço, por tua palavra, por tua compreensão...

Vale-te, pois, do instante que foge e semeia bênçãos para que o mundo não se empobreça de miséria e, em se fazendo hoje mais rico de amor, possa fazer-te, amanhã, mais rico de luz.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Relicário de Luz.
Ditado pelo Espírito José de Castro.