segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Mediunato

Todo aquele que consegue exercer a mediunidade com elevação, engrandecendo-se e alçando-a aos nobres cimos da vida, no cumprimento da gloriosa missão de ser instrumento do Divino Pensamento, alcança, na Terra, a excelência do mediunato.

Dever de grande abrangência, a sua desincumbência revela-se difícil pelos impositivos de que se reveste, pelos sacrifícios que impõe e pelas dificuldades a superar.

Poucos discípulos da verdade se hão entregado com a necessária abnegação, graças à qual, ao largo do tempo, o homem se doa em espírito de serviço à humanidade, com tal renúncia de si mesmo, que ultrapassa a sua condição para lograr o apostolado mediúnico, o mediunato.

A princípio, são os fortes apelos para a edificação pessoal, a plenitude psíquica e emocional, acalmando as necessidades materiais e superando as fraquezas delas decorrentes, para depois, experimentando as superiores satisfações do espírito, imolar-se por amor, na execução das atividades a que se sente convocado.

Nesse caminho atulhado de pedrouços, os desafios se sucedem, ameaçadores, ao mesmo tempo ferindo e macerando os audaciosos transeuntes que põem os olhos nas metas à frente e buscam alcançá-las.

Não se trata de um empreendimento fácil ou de curto prazo, antes, de uma realização prolongada, na qual são enfrentados os perigos que procedem da inferioridade, que teima em permanecer, dominadora.

Definido o rumo e aceito o compromisso, torna-se mais factível a vitória, ganhando-se, dia-a-dia, o espaço que medeia entre a aspiração e o objetivo.

Zoroastro, o grande reformador, nascido na Média, não descansou enquanto não concluiu a missão para a qual reencarnou.

Buda, o Sábio e Solitário dos Sákias, entregou-se com total renúncia ao ministério de reformar a religião adulterada pelo formalismo brâmane, e, não se detendo diante dos impedimentos que o afligiam, permanece fiel até o momento final.

Pitágoras, inspirado pelos espíritos, colocou-se a serviço da verdade, tornando-se responsável pela descoberta das matemáticas, geométricas e astronômicas, deixando um rastro luminoso na história.

Sócrates e Moisés, Isaías e Daniel, entre outros, foram exemplos de missionários que, no mediunato, atingiram as mais elevadas expressões do intercâmbio espiritual em favor da humanidade.

Posteriormente, João Batista e João Evangelista se fizeram expoentes da mediunidade gloriosa, demonstrando o poder da imoralidade sobre as vicissitudes humanas.

Acima, porém, de todos eles, Jesus-Cristo fez-se o Médium de Deus e tornou-se insuperável como Fonte Inspiradora para os homens de todos os séculos.

Perseguido e macerado, sob injunções dolorosas mais se ligava ao Pai, em Quem hauria forças para o Messianato a que se ofereceu, preferindo a coroa do martírio à falaciosa grandeza terrena.

Depois dEle, outros servidores da Sua Seara, profundamente vinculados à vida espiritual e aos desencarnados com os quais confabulavam, exerceram o mediunato de forma eloquente, imolando-se todos por amor ao bem geral e certos da vitória final sobre as fugazes condições terrenas.

Com o espiritismo, o exercício do mediunato tornou-se mais acessível, em se considerando as diamantinas claridades que projeta nos emaranhados e sombrios mistérios da vida, especialmente sobre a realidade do além-túmulo, onde nascem as estruturas do ser e se encontram a sua origem e o seu destino final.

Trazendo de volta, à atualidade, o profetismo hebreu e helênico, os fenômenos que constituíram a glória das civilizações passadas, deu-lhes um sentido novo, perfeitamente concorde com as conquistas do hodierno conhecimento, de modo a impulsionar o homem em direção do autodescobrimento e da razão pela qual se encontra no mundo físico.

Em uma ligeira análise, explicam-se, à luz da revelação espírita, a inspiração do Homero, cujos Cantosprocediam de ignotas e nobres regiões espirituais; de Virgílio, sintonizando com as entidades elevadas, e sendo também considerado profeta; de Dante, que demonstrou possuir superiores faculdades mediúnicas, graças às quais manteve permanente contato com os espíritos; de Torquato Tasso, que, em contínuo intercâmbio espiritual e inspirado por Ariosto, aos dezoito anos compôs o seu Renaud, concluindo a célebre Jerusálem Libertada, que é a obra máxima da sua vida extraordinária...

E quantos outros, médiuns inspirados ou psicógrafos, audientes ou sonambúlicos, que se deixaram conduzir pelos guias da humanidade, a fim de apressarem a obra do progresso terrestre?!

Comunicações indiretas como insólitas hão despertado a consciência humana para a realidade espiritual do ser, a todos conclamando para a ação do bem, da justiça e do amor.

No mediunato, entretanto, o servidor atinge o seu momento supremo, deixando de manter a personalidade dominadora, para que o Cristo nele se manifeste e habite, conforme declarou o médium de Tarso, na sua doação total à causa da verdade: - “Já não sou eu o que vivo, mas é o Cristo que vive em mim.”


Espírito: Vianna de Carvalho
Médium: Divaldo P. Franco – Médiuns e Mediunidades.

domingo, 30 de agosto de 2009

A harmonia nos recarrega

A harmonia gera paz, tranqüilidade, serenidade. Os mansos e pacíficos sempre buscarão criar e preservar a harmonia, onde quer que estejam.

Sejamos assim, calmos e tranqüilos, mantendo a serenidade em quaisquer circunstâncias.

Evitemos a discórdia, a maledicência, procurando levar sempre, a paz que nosso Mestre Jesus tão bem nos exemplificou, com suas atitudes e seu amor infinito.

Busquemos a harmonia interior, confiando, aprendendo e perdoando, amando o nosso próximo.

Não deixemos para o amanhã a nossa transformação.Comecemos hoje, agora. Lembremo-nos de que a harmonia nos recarrega de energias benéficas, que nos tornam saudáveis e alegres, contagiando a todos aqueles que nos cercam.

Perseveremos na prática do bem, ainda que muitos de nossos companheiros de jornada, ainda não tenham o entendimento e a compreensão para assimilar, a diferença entre o bem e o mal.

O Bem, a Paz e a Harmonia reinarão vitoriosos no final, pois para isso nos criou o nosso Pai Celestial!

sábado, 29 de agosto de 2009

Somos companheiros

Às vezes, nós outros, os companheiros desencarnados, em solicitando serenidade e confiança aos nossos amigos, emlutas e dificuldades na Terra, assemelhamo-nos , ou melhor, podemos parecer bombeiros tranquilos exortando àpaciência dos irmãos que sofrem na tensão alta de incêndio, mas não é bem assim.

Somos companheiros da mesma construção, colegas da mesma causa.

Espírito: BEZERRA DE MENEZES
Médium: Francisco Cândido Xavier
Livro: "Bezerra, Chico e Você"

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Omissão

As notícias veiculadas pelos meios de comunicação costumam impressionar negativamente. Elas atendem a uma demanda um tanto mórbida das massas, que gostam de saber detalhes de acontecimentos funestos.

Fala-se muito em roubos, fraudes, estupros e assassinatos. Esse contínuo bombardear de manchetes tristes pode produzir resultados bastante negativos no imaginário popular.

Talvez alguém conclua ser virtuoso, apenas porque não comete os desatinos noticiados pela mídia. Ocorre que esse pensamento implica eleger a omissão como conduta desejável. O panorama do mundo é dinâmico e está em constante evolução.

O progresso surge de atos humanos positivos, que são agentes de transformação. Nesse contexto a omissão, enquanto roteiro de vida, é um escândalo. Em um mundo em perpétuo movimento, quem não avança se atrasa.

Assim, não basta deixar de praticar o mal. Importa primordialmente fazer o bem. Os contextos mudam com rapidez e talvez a oportunidade de agir corretamente não se repita facilmente. Se um amigo necessitado cruzar o seu caminho, não hesite.

Auxilie-o como pode, pois a vida é muito dinâmica. Talvez amanhã você não mais consiga vê-lo com os olhos da própria carne. Perante um sofredor que surge à sua frente, evite pensar em excesso antes de estender seu auxílio.

É provável que o abraço de hoje seja o início de um longo adeus. Não adie o perdão e nem atrase a caridade. Abençoe de imediato os que o injuriam. Ampare sem condições os que lhe comungam a experiência terrena.

Se seus pais, velhos e enfermos, parecem um problema, supere-se e apoie-os com mais ternura. Se seus filhos, intoxicados de ilusão, causam-lhe amargas dores, bendiga a presença deles.

Em caso de discórdia, seja o que tenta imediatamente a conciliação. Não hesite perante o trabalho que aguarda suas mãos. Jamais perca a divina oportunidade de estender a alegria.

Tudo o que você enxerga entre os homens, usando a visão física, é moldura passageira de almas e forças em movimento. Faça, em cada minuto, o máximo que puder. Qualquer que seja a dificuldade, não deserte do dever.

Talvez a oportunidade não se repita. É possível que você esteja perante seu familiar, seu amigo ou seu companheiro de jornada pela derradeira vez. É melhor dar o melhor de si, a fim de não ter motivos de arrependimento.

Em termos de vida imortal, não fazer o mal é muito pouco, quase nada. O que dignifica e habilita a novas experiências é o bem que se constrói, dentro e fora de si. Pense nisso.


Redação do Momento Espírita, com base no cap. XIX do livro Justiça Divina, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb. Em 16.07.2009.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

As aflições do mundo

Em conhecida passagem do Evangelho, Jesus diz a Seus discípulos que no mundo eles terão aflições. Os registros bíblicos confirmam a previsão. Todos os companheiros diretos de Jesus enfrentaram grandes padecimentos.

Apenas João Evangelista não foi martirizado. Evidentemente, houve sensível progresso desde aquela época. Os costumes se refinaram e hoje, na ampla maioria dos países, não se cogita mais de matar alguém por sua fé.

Contudo, o alerta do Cristo permanece atual. A mensagem cristã é a da vida reta e fraterna. O cristão deve ser honrado e solidário. Não basta viver retamente, sendo necessário amparar os irmãos de jornada.

Também não adianta apenas ser generoso com o semelhante. É preciso dar a César o que é de César, no sentido de cumprir rigorosamente os próprios deveres. Ocorre que quem se aprimora, em geral, passa a esperar conduta idêntica dos que o rodeiam.

A criatura rigorosamente honesta anseia por viver em um meio honesto. Ao desenvolver uma sensibilidade mais apurada, anela por beleza e suavidade. Entretanto, o mundo segue em seu próprio ritmo.

Um homem pode apenas ditar a cadência de sua evolução. Quanto aos demais, resta-lhe somente influenciar, mais por exemplos do que por palavras. Afinal, o livre-arbítrio é uma dádiva de Deus aos Seus filhos.

Cada um é livre para decidir os seus caminhos e se vai apressar ou retardar o passo rumo à paz. Bem se vê como é delicada a posição do genuíno cristão no mundo. Ele elege um ideal sublime, esforça-se por vivê-lo e deseja que se expanda, no benefício geral.

Contudo, o mundo não corresponde a contento a esse anseio. O cristão necessita ser o sal da Terra e a luz do Mundo. Justamente por isso, não pode se afastar dos irmãos de jornada. Daí vive honradamente em um mundo corrupto.

Por consequência, experimenta contínuas aflições. Aflige-se pelos filhos que não aproveitam a educação recebida e optam por trilhar estranhos caminhos. Angustia-se pelo esposo ou esposa que não lhe partilha o ideal.

Agasta-se por deslealdades que testemunha na vida profissional. Entristece-se pela falta de honestidade de políticos e dirigentes públicos. Entretanto, se a aflição é esperada, o desânimo não se justifica.

O progresso ocorre com vagar, mas é uma lei da vida. As perfeitas Leis Divinas tratam de colocar tudo em seu lugar, no lento ciclo dos séculos. O relevante é a paz de consciência de quem age retamente.

E a inefável certeza de que transita para fases superiores da existência imortal, na condição de agente do progresso. Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.
Em 27.08.2009.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Estratégias mentais

O que você deve fazer de dentro para fora:

1. Pense sempre, de forma positiva. Toda vez que um pensamento negativo vier à sua cabeça, troque-o por outro! Para isso, é preciso muita disciplina mental. Você não adquire isso do dia para a noite; assim como um “atleta”, treine muito.

2. Não tenha medo de nada e ninguém. O medo é uma das maiores causas de nossas perturbações interiores. Tenha fé em você mesmo. Sentir medo é acreditar que os outros são poderosos. Não dê poder ao próximo

3. Não se queixe. Quando você reclama, tal qual um ímã, você atrai para si toda a carga negativa de suas próprias palavras. A maioria das coisas que acabam dando errado, começa a se materializar quando nos lamentamos.

4. Risque a palavra “culpa” do seu dicionário. Não se permita esta sensação, pois quando nos punimos, abrimos nossa retaguarda para espíritos opressores e agressores, que vibram com nossa melancolia. Ignore-os.

5. Não deixe que interferências externas tumultuem o seu cotidiano. Livre-se de fofocas, comentários maldosos e gente deprimida. Isto é contagioso. Seja prestativo com quem presta. Sintonize com gente positiva e alto astral.

6. Não se aborreça com facilidade e nem dê importância às pequenas coisas. Quando nos irritamos, envenenamos nosso corpo e nossa mente. Procure conviver com serenidade e quando tiver vontade de explodir, conte até dez.

7. Viva o presente. O ansioso vive no futuro. O rancoroso, vive no passado. Aproveite o aqui e agora. Nada se repete, tudo passa. Faça o seu dia valer a pena. Não perca tempo com melindres e preocupações, pois só trazem doenças.

O que você deve fazer de fora para dentro:

1. A água purifica. Sempre que puder vá a praia, rio ou cachoeira. Em casa, enquanto toma banho, embaixo do chuveiro, de olhos fechados, imagine seu cansaço físico e mental e que toda a carga negativa está indo embora por água abaixo.

2. Ande descalço quando puder, na terra de preferência. Em casa, massageie seus pés com um creme depois de um longo dia de trabalho. Os escalde em água morna.

3. Mantenha contato com a natureza; tenha em casa um vaso de plantas pelo menos. Cuide dele com carinho. O amor que dedicamos às plantas e animais acalma o ser humano e funciona como relaxante natural.

4. Ouça músicas que o façam cantar e dançar. Seja qual for o seu estilo preferido, a vibração de uma canção tem o poder de nos fazer sentir vivos , aflorando a nossa emoção e abrindo o nosso canal com alegria.

Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo o impeça de tentar. Liberte-se!!! Sempre que puder livre-se da rotina e pegue a estrada, nem que seja por um único dia. Conheça novos lugares e novas pessoas. Viva a Vida!

Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando, porque, “Embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.”

O medo nos afasta das derrotas....mas das vitórias também!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Você é especial

Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não se esqueça de que sua vida é a maiorempresa do mundo.

Só você pode evitar que ela vá à falência. Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você.

É importante que você sempre se lembre de que ser feliz não é ter um céu sem tempestades, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem decepções.

Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.

Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza.

Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos.

Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de você.

É ter maturidade para falar: "eu errei".

É ter ousadia para dizer "me perdoe".

É ter sensibilidade para confessar: "eu preciso de você".

Ser feliz é ter a capacidade de dizer "eu te amo".

Desejo que a vida seja um canteiro de oportunidades para você...

Que nas suas primaveras você seja amante da alegria.

Que nos seus invernos seja amigo da sabedoria.

E, quando você errar o caminho, recomece tudo de novo.

Pois assim você será cada vez mais apaixonado pela vida.

E descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita, mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância.

Aproveitar as perdas para refinar a paciência, as falhas para esculpir a serenidade.

Usar a dor para lapidar o prazer e os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.

Jamais desista de si mesmo.

Jamais desista das pessoas que você ama.

Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um espetáculo imperdível.

Porque você, você é especial pra Deus!!!!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Ante os Espíritos Puros

Os feitos das grandes almas que transitaram pelo planeta costumam impressionar. Eles englobam fenômenos magnéticos ainda misteriosos, como os milagres.

Há também atos grandiosos de renúncia e coragem, de abnegação e disciplina. Muitas vezes o homem, ao refletir sobre eles, anela realizá-los, por sua vez. Pensa nessas almas iluminadas e deseja partilhar-lhes o banquete de luz.

Entretanto, a imensa maioria dos Espíritos vinculados à Terra constitui-se de consciências endividadas. A angelitude persiste como uma meta um tanto distante. Apesar disso, é possível começar, desde logo, a escalada em direção aos planos superiores da existência.

Não lhe é viável, hoje, sustar o curso de uma tempestade com o mero erguer de suas mãos. Contudo, possui meios de asserenar a dor dos companheiros em sofrimento.

Não lhe é possível, de um momento para o outro, transmitir ao mundo mensagens de supremas e confortadoras revelações. No entanto, com reduzido esforço, pode acender a luz do alfabeto em muitos cérebros que tateiam na noite da ignorância.

Não possui meios para, como fez o Cristo no Tabor, materializar seres sublimes da Espiritualidade Excelsa. Todavia, nada o impede de tornar realidade um caldo reconfortante para os doentes abandonados que esmorecem de fome.

Na atualidade, resultaria infrutífero qualquer empreendimento de sua parte para limpar alguém coberto de chagas, pronunciando simples ordem verbal. Mas pode alimentar a esperança e lavar as feridas de seu irmão.

Talvez ainda não consiga sorrir com serenidade para quem o esbofeteia, como fazia Gandhi. Mas seguramente pode relevar quando um colega de trabalho fala algo ríspido. É bom e saudável refletir nos Mensageiros Divinos, respeitar-lhes a missão e admirar-lhes a grandeza.

Também é conveniente pedir-lhes apoio nas dificuldades da jornada terrestre. Mas não se afigura sensato tentar obter de improviso as responsabilidades que lhes pesam nos ombros.

Assim, não reclame para seus braços ainda frágeis o serviço próprio de um gigante. Antes de pretender ser sublime, trate de ser honrado e solidário. Cuide principalmente de cumprir os singelos deveres que lhe competem.

Para isso, não se diga cansado, nem se proclame inútil. Reflita que um mísero verme, muito distante de seu pensamento, é um servo esquecido que aduba a terra. Da terra adubada é que surge o pão, que lhe sustenta a vida e possibilita o seu agir no mundo.

Toda ocupação útil, por simples que se apresente, possui valor. O relevante é bem desempenhar a própria tarefa. Ela constitui uma etapa necessária na elaboração do anjo de luz que você será um dia. Pense nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. LXVIII do livro Justiça Divina, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier,ed. Feb.
Em 20.08.2009.

domingo, 23 de agosto de 2009

Onde encontrar Deus

Certo dia, um homem do povo desejou tornar-se santo. Ansiava encontrar Deus. Adentrou o quarto onde repousava a esposa e o filhinho, olhou-os uma derradeira vez e partiu. Ao cerrar a porta, uma voz íntima lhe disse: Não partas!

É aqui que está Deus. Mas o homem não escutou. Vagou por caminhos desconhecidos e buscou a Divindade em diversos templos. Na sua jornada, passou por lugares onde o incêndio devorara gulosamente as casas, e muitos seres suplicavam auxílio.

Estou aqui. Por que te afastas de mim? - clamou a voz na consciência. Contudo, o homem a sufocou. Buscou o templo real, construído com milhões e milhões de moedas de ouro. Contemplou o rei e sua corte, genuflexos em ricas almofadas.

Vibrou com a beleza e a arte do suntuoso local. Entretanto, por mais permanecesse ali, não sentia a alegria do convívio superior em sua alma. Sua busca não havia chegado ao fim. Retornou às estradas poeirentas.

Então, numa dobra do percurso, encontrou um homem sentado na relva. Ao seu redor se reuniam muitas pessoas como abelhas em torno de uma flor. O homem inquieto observou o outro com vagar.

Durante horas, aquele ser ouviu a dor alheia, enxugou olhos lacrimejantes, limpou feridas, abraçou crianças, socorreu a fome da alma. Vez ou outra, ante um quadro de maior aflição, retirava de um saco de viagem moedas, roupas ou medicamentos.

Durante todo o tempo, falava da paz que é conquista, da paz que é proporcionada pela doação ao outro, pelo dever retamente cumprido. A uma mulher que lhe confessou os dissabores no lar, ante o marido indiferente, ele recomendou maior dedicação no retorno ao lar.

À outra que lhe confessava, envergonhada, os erros cometidos, no tocante à fidelidade, recordou as palavras do Sábio da Galiléia: Vai e não tornes a errar. Finalmente, o homem inquieto se aproximou do outro, chamando-o santo, e indagou-lhe de como poderia encontrar Deus.

Afinal, já se haviam dobrado os anos e ele nada conseguira, senão o acréscimo da angústia e da insatisfação! Não sou santo - respondeu o outro. Apenas alguém que encontrou um Modelo e Guia e O segue. Falo do maior dos Mestres, Jesus.

Seu ensino é de amor. Por isso, retorna ao teu lar, atende a tua esposa, educa teu filho. Socorre teu irmão. Porque Deus se encontra no lavrador que rasga a terra dura e semeia. Deus está no operário que quebra pedras, abrindo veredas novas aos viandantes.

Deus está em todos, nos dias de sol ou de chuva. Deus está onde está o homem, produto do Seu amor. O homem ansioso voltou sobre os próprios passos, adentrou o lar, reencontrou e abraçou os seus deveres.

Foi então que a voz tornou a se fazer ouvir: Estou aqui.Por que não me atendes? Dessa vez, ele escutou e permitiu-se plenificar de felicidade. Sua busca chegara ao fim.

Suportando o fardo das provações e dissabores, padecendo injustiças e aflições superlativas que te desanimam, pensa que estás, mesmo assim, perto de Deus.

Se seguires sem receio, alcançarás a meta da felicidade, sempre perto de Deus.


Verbete Deus do livro Repositório de sabedoria, v.1, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 17.03.2009

sábado, 22 de agosto de 2009

Conquistando a Paz

Existem tribulações e tribulações. Para extinguir aquelas que conturbam a vida, comecemos a cooperar na construção da paz onde estivermos.

Necessitamos, porém, conhecer as farpas que entretecem as inquietações que nos predispõem ao desequilíbrio e ao sofrimento.

Vejamos algumas: a queixa contra alguém; a reclamação agressiva; o palavrão desatado pela cólera a resposta infeliz; a frase de sarcasmo; o conceito depreciativo; o apontamento malicioso; o gesto de azedume; a crítica destrutiva; o grito de desespero; o pensamento de ódio; a lamentação do ressentimento; a atitude violenta; o riso escarninho; a fala da irritação; o cochicho do boato; o minuto de impaciência; o parecer injusto; a pancada verbal da condenação.

Cada espinho invisível a que nos reportamos é comparável à chispa capaz de atear o incêndio da discórdia. E ganhar a discórdia não aproveita a pessoa alguma.

Tanto quanto possível, aceitemos as tribulações que a vida nos reserve e saibamos usar o amor e a tolerância, a paciência e o espírito de serviço para que estejamos realmente conquistando os valores e bênçãos da paz.

Não esperes que o próximo te solicite cooperação. Colabora voluntariamente, na certeza de que estarás realizando valiosas sementeiras de trabalho e de amor, na construção do futuro melhor.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Paciência.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Ouvidos de ouvir

Uma reunião com índios americanos revela um ensinamento importante e urgente. Agrupados os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio.

Todos calados à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que ele julgava essenciais.

Esses pensamentos são estranhos aos demais. É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se alguém falar logo a seguir, são duas as possibilidades que se pode pensar.

Primeira – quem falou está dizendo: Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade não ouvi o que você falou. Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua fala.

Segunda: Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou. Em ambos os casos, está se chamando o outro de tolo. O que é pior do que uma bofetada.

O longo silêncio quer dizer: Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz silêncio dentro, começa-se a ouvir coisas que não se ouvia.

Muitos são os cursos oferecidos pelo mundo afora, pretendendo ensinar a falar. Ter uma boa oratória é fundamental nos dias de hoje. Mas será que apenas saber falar é suficiente? Não estamos esquecendo o que vem antes?

Não estamos esquecendo de aprender a ouvir? Não existem cursos de escutatória, é certo, mas aprender a ouvir corretamente é de suprema importância.

A postura humilde de quem ouve, de quem presta atenção nas palavras do outro, do que o outro diz ou não diz, é a postura do homem de bem. Ninguém se educa, ninguém cresce, se não aprende a escutar.

Alberto Caieiro dizia que não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma. Silêncio dentro da alma significa que os pensamentos devem emudecer de quando em vez.

As ideias preconcebidas, a tal maneira como sempre pensei, devem calar um pouco, e considerar algo distinto, saborear o novo. Todos os grandes da Terra souberam ouvir, souberam se desprender de suas ideias e considerar novas, considerar o algo mais.

Grandes escritores são antes grandes leitores. Sabem escutar outros livros, antes de recitar os seus próprios. Que possamos aprender a ouvir mais, a respeitar mais a opinião do outro, e assim aprender com todos, independente se sabem mais ou menos do que nós.

Exercitemos a tal escutatória e cultivemos o silêncio na alma, nos pensamentos.


Redação do Momento Espírita com base no texto Escutatória,
do livro O amor que acende a lua,
de Rubem Alves, ed. Planeta.
Em 19.08.2009.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Sombra e Luz

Ninguém deve recuar diante das dificuldades e dos desafios, ninguém deve fugir à luta com receio da tentação, ninguém deve se esconder temendo a intempérie da prova...

Todos, sobre a terra, onde estiverem, estarão expostos aos problemas que eles próprios criaram através de seu livre-arbítrio.

Onde o homem estiver e com quem estiver, ele estará sempre consigo mesmo na necessidade inadiável de superar-se. Não adianta que o homem fuja ou que abdique dos seus compromissos.

Todos estão vinculados as suas carências e renasceram ligados uns aos outros, mas, especialmente, àqueles juntos aos quais o compromisso fala mais alto.

É indispensável, portanto, que o homem não deixe a cruz à margem da estrada, imaginando que seus passos haverão de se tornar mais lépidos na caminhada...

Os que alijam nos ombros o madeiro que talharam com as próprias mãos haverão de retomá-lo, e aqueles que dão as costas a determinadas situações expiatória facearão problemas muito mais complexos, porque, em realidade, a batalha que o homem trava não se encontra alhures – o seu campo de batalha é sua própria alma!

Sobre si mesmo o homem deve ansiar a sua maior vitória e a sua maior conquista! Assim pensando, na brevidade da vida física e na transitoriedade das situações sobre o mundo material, onde tudo está sujeito a intermináveis mudanças, que o homem persista no cumprimento do dever, não rompendo com o compromisso assumido diante da consciência.

As dificuldades são inúmeras, embaraçosas, quase intermináveis, permeando a jornada do homem praticamente do berço ao túmulo...

Ninguém espera a paz absoluta, a tranqüilidade inalterável... Enquanto estiver a caminho, sombra e luz haverão de se alternar sobre a entrada em que o homem se movimenta em busca de sua redenção espiritual, mas, além das nuvens espessas que tisnam a claridade solar, brilha o astro-rei no firmamento...

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O poder do pensamento

O maior instrumento de poder de que se tem notícia se encontra dentro de nós: o nosso pensamento.

Como a eletricidade, o pensamento produz resultados de acordo com o uso que se faz dele. O fato é que estamos continuamente interagindo com o cosmos, emitindo e recebendo vibrações, e assim, criando as experiências que vivemos.

Ao tomar consciência do poder do pensamento, conquistamos a chave para abrir as portas que levam à realização dos nossos desejos mais profundos.

Depois de Einstein e da física quântica, não há como negar que, em essência, SOMOS ENERGIA. É essa energia se consubstancia na matéria, se transformando em corpo, mente, emoção.

Se temos bons pensamentos e nos mantemos em sintonia com as correntes vibratórias carregadas de energia positiva, nos tornamos capazes de realizar as ações que nos levarão à felicidade.

Os pensamentos nos fazem sentir emoções variadas. Essas emoções, por sua vez, influenciam a nossa mente, o nosso organismo e a nossa saúde, ajudando a nos manter saudáveis e bem dispostos, quando são positivas, dependendo do cuidado que temos com aquilo que abrigamos em nossas mentes.

Assim, se queremos ter relacionamentos amorosos felizes, o primeiro cuidado a ser adotado é em relação aos nossos pensamentos.

A lei da sintonia, como toda lei espiritual, pode não ser aceita ou compreendida, mas nem por isso deixa de produzir efeitos.

Assim como a gravidade atrai os corpos para o centro da Terra, os nossos pensamentos têm o poder de atrair para nós aquelas realidades que desejamos viver.

É necessário reconhecer as próprias qualidades e a potencialidade que trazemos dentro de nós e que nos torna capazes de crescer, aprender e avançar.

Só é possível dar aquilo que se possui. Apenas quem é capaz de se amar e de se valorizar pode amar e valorizar o outro.

O caminho para uma boa auto-estima está em cultivar bons pensamentos e ter em mente que eles são a nossa companhia mais constante. Temos a opção de escolher, a cada momento, o que abrigamos em nossas mentes.

Com atenção, esforço e responsabilidade é possível detectar um pensamento menos bom na sua origem, e substituí-lo por outro que irá produzir resultados positivos.

O universo funciona como um espelho e tudo aquilo que transmitimos, retorna para nós amplificado.


Autor: JAEL KLEIN COARACY

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Cristãos decididos

(Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, ao final da conferência pública em torno da maternidade, realizada no Grupo Espírita André Luiz, no Rio de Janeiro, na noite de 13 de agosto de 2009.) …

Estamos sendo convocados pelos Espíritos nobres para ser os lábios pelos quais a palavra de Jesus chegue aos corações empedernidos.

Estamos sendo convocados para ser os braços do Mestre, que afaguem, que se alonguem na direção dos mais aflitos, dos combalidos, dos enfraquecidos na luta.

Estamos colocados na postura do bom samaritano, a fim de podermos ser aquele que socorra o caído na estrada de Jericó da atualidade.

Nunca houve na história da sociedade terrena tantas conquistas de natureza intelectual e tecnológica! Nunca houve tanta demonstração de humanismo, de solidariedade, tanta luta pelos direitos humanos!

É necessário, agora, que os cristãos decididos arregacem as mangas e ajam em nome de Jesus. Em qualquer circunstância, que se interroguem: - em meu lugar que faria Jesus? E, faça-o, conforme o amoroso Companheiro dos que não têm companheiros, faria.

Filhos da alma! Estamos saturados de tecnologia de ponta, graças, à qual, as imagens viajam no mundo quase com a velocidade do pensamento, e a dor galopa desesperada o dorso da humanidade em desalinho.

O Espiritismo veio como Consolador para erradicar as causas das lágrimas. Sois os herdeiros do Evangelho dos primeiros dias, vivenciando- o à última hora. Estais convidados a impregnar o mundo com ternura, utilizando-vos da compaixão.

Periodicamente, neste planeta de provas e expiações, as mentes em desalinho vitalizam microorganismos viróticos que dão lugar a pandemias destruidoras.

Recordemo-nos das pestes que assolaram o mundo: a peste negra, a peste bubônica, as gripes espanhola, a asiática e a deste momento de preocupações, porque as mentes dominadas pelo ódio, pelo ressentimento, geram fatores propiciatórios à manifestação de pandemias desta e de outra natureza.

Só o amor, meus filhos, possui o antídoto para anular esses terríveis e devastadores acontecimentos, desses flagelos que fazem parte da necessidade da evolução. Sede vós aquele que ama.

Sede vós, cada um de vós, aquele que instaura o Reino de Deus no coração e dilata-o em direção da família, do lugar de trabalho, de toda a sociedade. Não postergueis o dever de servir para amanhã, para mais tarde.

Fazei o bem hoje, agora, onde quer que se faça necessário. As mães afro-descendentes, as mães de todas as raças, em um coro uníssono, sob o apoio da Mãe Santíssima, oram pela transformação da Terra em Mundo de Regeneração.

Sede-lhes filhos dóceis à sua voz quão dócil foi o Crucificado galileu que, ao despedir-se da Terra, elegeu-a mãe do evangelista do amor, por extensão, a Mãe Sublime da Humanidade. Muita paz, meus filhos. Que o Senhor de bênçãos nos abençoe. O servidor humílimo e paternal de sempre.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Oração Nossa

Senhor ensina-nos a orar, sem esquecer o trabalho.
A dar, sem olhar a quem.
A servir, sem perguntar até quando...

A sofrer, sem magoar, seja quem for.
A progredir, sem perder a simplicidade.
A semear o bem, sem pensar nos resultados...

A desculpar, sem condições.
A marchar para frente, sem contar os obstáculos.
A ver sem malícia...

A escutar, sem corromper os assuntos.
A falar, sem ferir.
A compreender o próximo, sem exigir entendimento...

A respeitar os semelhantes, sem reclamar consideração.
A dar o melhor de nós, além da execução do próprio dever, sem cobrar taxas de reconhecimento...

Senhor, fortalece em nós, a paciência para com as dificuldades dos outros, assim como precisamos da paciência dos outros, para com as nossas próprias dificuldades...

Ajuda-nos para que a ninguém façamos aquilo que não desejamos para nós...

Auxilia-nos, sobretudo, a reconhecer que a nossa felicidade mais alta será, invariavelmente, aquela de cumprir seus desígnios onde e como queiras, hoje, agora e sempre.


Chico Xavier

domingo, 16 de agosto de 2009

A Reencarnação e o Homem de Bem

Filhos, Que Deus abençoe a todos, nesses dias de estudos que a casa oferece aos nossos corações!

Mergulha o espírito na carne e temos o que se chama Reencarnação, que é a oportunidade bendita deste mesmo espírito experimentar, dentro de uma nova perspectiva e novas diretrizes, o chamamento à verdade do espírito imortal.

Mergulha o espírito na carne, espírito esse ainda náufrago, indeciso, inconstante nas suas perspectivas, nos seus conhecimento da vida espiritual, e teremos o homem reencarnado viciado, dúbio, materializado, dentro de um contexto transitório e egocêntrico.

Mergulha o espírito na carne, espírito esse que já traz traços de iluminação espiritual, que já compreende a vida espiritual e que se compraz com o desejo do bem, e teremos o homem terreno que se poderá chamar de trabalhador do bem.

Mergulha o espírito na carne, iluminado, cônscio, com tarefas específicas de realizar um ensino a uma pequena multidão, e teremos, no âmbito terreno, o homem missionário, que projeta, sobretudo, a sua vida em benefício do próximo, a serviço glorioso de Deus.

Mergulha o espírito na carne, único, dentro da esfera humana existencial, para guiar multidões, para transformar sociedades, para mudar certas facetas de um planeta que ainda obedece à Lei de Causa e efeito de modo a ver somente os seus Efeitos, e teremos o homem terreno iluminado, sábio, generoso, que multiplica suas energias para ensinar o verdadeiro caminho a conduzir os espíritos deste planeta à reformulação íntima, com vistas ás esferas celestiais, e teremos um mestre: Jesus, único e verdadeiro Mestre.

A verdadeira face da reencarnação é mostrar as possibilidades de todos progredirem, dentro de um ambiente que pode ser considerado hostil a certos espíritos que ainda não conseguem perceber a vida espiritual como esta é.

No entanto, em face do mesmo progresso, da luz que pela necessidade se fará presente, cedo ou tarde, teremos que caminhar, diante da vida, realçando as características espirituais, valorizando as lutas como meio e impulso para o progresso, necessário e útil, para, enfim, termos, diante da vida, espíritos encarnados e desencarnados, na vida útil deste planeta, capazes de se situarem entre si e de valorizarem não só o espaço individual como o conjunto, para o verdadeiro progresso da humanidade.

Enfim, são estágios que se iniciam e se completam, terminando em um ser melhor, numa vida melhor, num planeta melhor.

Homem de bem não é e nunca será um sonho! É uma realidade a ser alcançada, especialmente porque temos a nosso favor não só o nosso Criador – Deus – mas igualmente este Mestre iluminado que coordena e preside a evolução de nossos destinos, que é Jesus.

A Ele – Jesus – daremos os nossos melhores sentimentos, pois ele nos mostrou como é ser, viver e caminhar, dentro deste ambiente terreno, de forma serena, segura e totalmente iluminada, buscando alcançar uma vida melhor de oportunidades espirituais, donde iniciamos nossa trajetória e onde certamente terminaremos, em face ao estágio evolutivo em que o espírito humano se encontra.

Agradeçamos a oportunidade! Sejamos homens de bem! Sejamos fortes! Sejamos verdadeiros! É o nosso destino! Confiantes sempre em Jesus, em Deus e em toda a humanidade! Paz! Um abraço do Hermann

(Mensagem psicográfica recebida pelo médium Luiz Carlos Dallarosa em 5 de Janeiro de 2008 no CELD.)

sábado, 15 de agosto de 2009

Nos casos de decepção

"É um grande bem esperado que não acontece ou é um grande mal não esperado que acontece".

Ninguém pode descobrir o que se passa no coração do homem. Só Deus é que pode penetrar e conhecer todos os seus segredos e mistérios.

Cada ser humano é um enigma complexoe indecifrável. Geralmente, a decepção que mais dói na alma é a que vem de pessoas que amamos.

A decepção tem provocado em muitas pessoas traumas e revoltas e tem tolhido iniciativas.

Não é raro o caso de pessoas que se fecharam para não acreditar mais em ninguém; é comum o caso de pessoas que vivem recalcadas e cheias de medo;

É comum o caso de pessoas que se deixaram abater pela tristeza e pelo desânimo de tal modo que ficaram sem vontade de empreender mais nada na vida. Tudo isso por causa de uma decepção que veio!

É evidente que se deixar abater por uma decepção que vem pode levar ao fato mais triste ainda
de um esvaziamento interior.

Temos de contar com as misérias humanas e também a decepção está no meio dessas misérias.

Há uma regra para os casos de decepção. É esta: "Se um falhou, um outro pode não falhar".

A ninguém cabe o direito de desconfiar de todo o mundo só porque uma vez confiou em alguém em vão!

Dizes que um amigo te traiu. Creio que Deus não quis que fosses traído e creio que Ele quis que fosses provado.

Olha para a roseira e aprende: Se lhe tiram uma rosa, ela faz florir outras mais, e mais bonitas!

Pense nestas palavras se lhe acontecer um dia o caso de uma decepção, não importa de onde venha nem de quem venha!

Pe. Orlando Gambi

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O poder do pensamento

Como treinar a mente para obter sonhos cada vez mais lúcidos e realizar projeções astrais

A força do pensamento é de vital importância para o nosso dia-a-dia, pois podemos ser felizes ou infelizes, alegres ou tristes, vencer obstáculos ou ser derrotados por eles, obter grandes realizações ou cair em profunda depressão.

Para que possa ter uma idéia dessa energia emanada pelo pensamento, iremos descrever um texto de Allan Kardec, em A Gênese: "Há mais: criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico, como num espelho; toma nele corpo e aí de certo modo se fotografa. Tenha um homem, por exemplo, a idéia de matar a outro: embora o corpo material se lhe conserve impassível, seu corpo fluídico é posto em ação pelo pensamento e reproduz todos os matizes deste último; executa fluidicamente o gesto, o ato que intentou praticar.

O pensamento cria a imagem da vítima e a cena inteira é pintada, como num quadro, tal qual se lhe desenrola no espírito. Desse modo é que os mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma alma pode ler noutra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos do corpo.

Contudo, vendo a intenção, pode ela pressentir a execução do ato que lhe será a conseqüência, mas não pode determinar o instante em que o mesmo ato será executado, nem lhe assinalar os pormenores, nem, ainda, afirmar que ele se dê, porque circunstâncias ulteriores poderão modificar os planos assentados e mudar as disposições.

Ele não pode ver o que ainda não esteja no pensamento do outro; o que vê é a preocupação habitual do indivíduo, seus desejos, seus projetos, seus desígnios bons ou maus". Veja o quanto é importante o estado de vigília, pois podemos nos enganar uns aos outros no mundo material, mas não podemos enganar as entidades do mundo espiritual. A partir do momento que pensamos algo errôneo, criam-se as imagens fluídicas e, mesmo que não venhamos a praticá-las, fica registrado nossos mais íntimos sentimentos e segredos.

O que pensamos durante o dia será fruto de nossos atos durante o momento do sono. Assim, ao mentalizarmos coisas boas, ouvirmos boa música, termos conversas sadias, astral positivo, iremos durante o sono encontrar com espíritos ou encarnados que estejam na mesma sintonia.

Da mesma forma serão os pensamentos viciosos, como a maledicência, o ódio, a ira, as injúrias, o negativismo etc. Além de reverter para si mesmo a energia destes pensamentos, iremos nos encontrar no momento do sono com outros que estão na mesma freqüência. É através dos pensamentos que iremos atrair espíritos elevados ou obsessores que venham agravar a mente de seu emissor.

No mundo espiritual existem falanges que pretendem fazer o mau, muitas vezes, pelo prazer de praticar tal ato. A válvula de escape que eles precisam são os nossos pensamentos. Joanna de Angelis, em Dias Gloriosos, psicografado por Divaldo Pereira Franco, descreve que "muitas vezes enfrentarás campos psíquicos minados por cargas viciadas e perigosas, imantadas por seres espirituais perversos e doentios que se utilizam de outras pessoas para te alcançar e prejudicar.

Somente poderás conduzir-te nessas batalhas com os recursos morais que provêm das tuas energias psíquicas. Como não temem outros recursos, será através das tuas vigorosas emissões vibratórias que a eles escaparás". A televisão e seus programas sensacionalistas são uma fonte inesgotável para o indivíduo se deixar levar pelas más notícias, criando em sua mente imagens fluídicas que irão provocar alguns distúrbios, entre eles, doenças.

Muitas vezes, após ir ao médico, fazer alguns exames, não será diagnosticado a raiz do problema. Por isto, a importância de uma programação sadia, alegre, descontraída. Conforme Joanna de Ângelis, "a sementeira do ódio, do ciúme, da inveja, da ira e de outros anestésicos do espírito, produz vírus e vibriões psíquicos que atacam o próprio, como o organismo daquele que, desprevenido, inspirou a produção dessas ondas devastadoras que a mente produz e direciona conforme a sua estrutura moral.

Ao mesmo tempo, ideoplastias sustentadas pelo pensamento fixo em idéias perturbadoras e agressivas, contribuem para o surgimento de toxinas que invadem o organismo desarticulando-lhe a estrutura vibratória, enfermando-o, e trabalhando para matar-lhe as defesas, os fatores imunológicos".

Sintonia mental A inércia é algo que venha a fortalecer os maus pensamentos. Quando não estamos ativos, sem uma determinada atividade, a mente cria indagações e pensamentos diversos que não levará a nada, pelo contrário, conforme a sintonia poderá trazer vários problemas psíquicos que poderão prejudicar seu emocional, sua vida familiar e social. Alguns estudos revelam que temos em média 50 mil pensamentos por dia. Assim, devemos utilizar a imaginação criativa a todo instante.

O terapeuta transpessoal, Todashi Kadomoto, em seu livro Ninguém Tropeça em Montanha, comenta sobre uma pesquisa feita nos Estados Unidos sobre o tema e revela dados importantes: 40% de nossas preocupações dizem respeito a fatos que jamais acontecerão; 30% relacionam-se com coisas que já aconteceram; 12% referem-se a questões de saúde; 10% são sobre assuntos insignificantes; 8% das preocupações têm base real. São dados realmente impressionantes, afinal constata que dos 50 mil pensamentos diários, apenas 8% são relevantes, por isto, devemos utilizá-lo melhor, reeducá-lo, diariamente, para que possamos cada vez mais aproveitá-los de uma forma útil e prazerosa para nós e todos os que nos cercam.

Grandes cientistas usaram seus pensamentos em prol da humanidade. Graças à forma de seus pensamentos chegamos ao progresso atual e para o futuro ainda iremos progredir muito. Hoje temos todo tipo de informação que precisamos, seja pelos livros, internet, televisão, podemos literalmente conhecer o mundo sem sair do lugar. Usemos essas informações para um aprendizado e conhecimento que venham a engrandecer nosso ser.

Assim, criamos em nossa volta uma energia coesa com nossos pensamentos e nossa conduta moral. Estando em estado de vigília constante saberemos destinar melhor a mente para pensamentos relevantes. Prece e caridade E não devemos esquecer que a melhor forma de nos manter em sintonia com a espiritualidade Maior é através da prece, da reforma íntima, da pratica da caridade, pois assim, estaremos criando sempre bons pensamentos


Este artigo foi publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição 24

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A projeção e as formas-pensamentos

Há alguns anos atrás passei por algumas dificuldades, tanto ná área financeira quanto no campo afetivo. Foi uma fase muito difícil da minha vida, porém, analisando a fundo tudo o que estava passando e buscando despertar minha consciência, soube canalizar forças e superar minhas dificuldades.

Para isso, contei com a ajuda de irmãos espirituais que estiveram ao meu lado, não como “babás espirituais”, mas como amigos dispostos a me orientar e amparar, sem a intenção paternalista de percorrer o caminho que só cabe a mim percorrer. Entre estes espíritos amigos, está um que se apresentou como sendo o exu Sr. Tranca-Ruas. Certa noite, já de madrugada, despertei projetado fora do corpo físico, no corredor da minha casa, que liga a sala com a cozinha. Antes que pudesse pensar em fazer qualquer coisa, algo me chamou a atenção no fundo do corredor.

Era uma forma monstruosa, parecida com aquele fantasma verde do filme Ghostbusters – Os caça-fantasmas! Ela veio voando na minha direção e me atravessou. Olhei para trás e vi outro monstro, parecido com o primeiro, que também voou na minha direção, me atravessando. Pensei, então: – Meu Deus, são espíritos obsessores! Estou sendo assediado. Imediatamente, comecei a rezar o Pai- Nosso, mas não consegui terminar.

Aqueles monstros não paravam de voar, atravessando meu perispírito, fazendo caretas e me provocando no intuito de me assustar. E estavam conseguindo! Recomecei a orar, e nada de conseguir terminar a prece. Então, não tem jeito! – pensei. Preciso pedir auxílio a algum guardião! Iniciei, mentalmente, uma das preces cantadas do exu Sr. Tranca-Ruas. Assim que comecei a entoar seu ponto de evocação, um espírito de estatura mediana, vestindo uma camisa preta, lenço vermelho na cabeça e segurando uma espécie de cajado em uma das mãos, atravessou a porta que sai do terraço para a sala de estar.

Entrou e, antes que me dissesse qualquer coisa, fui logo pedindo socorro. Disse que estava sendo assediado por espíritos obsessores monstruosos. Ele, então, com muita serenidade e confiança me respondeu: – Não são espíritos obsessores. São formas-pensamento. São criações emanadas da sua mente. Todos os seus medos e insegurança estão gerando essas formas que estão te assustando. – E o que posso fazer para acabar com elas? – perguntei ansiosamente. – Autoconfiança! Se você confiar mais em si mesmo, em seus potenciais, bastará dizer “sumam!” e elas desaparecerão para sempre. Quer ver?

Neste momento, ele ergueu seu cajado e bateu com força, mas sem violência, no chão, e imediatamente aquelas formas-pensamento desapareceram. Senti uma força me puxar de volta ao corpo físico e acordei (na verdade já estava acordado, só que fora do corpo), voltando a manifestar minha consciência no plano físico denso. Levantei-me da cama e fui beber um copo d’água, refletindo nos ensinamentos que aquele espírito amigo havia me passado.

Realmente, quantos de nós somos responsáveis pelas dificuldades por que passamos! Quantas vezes, devido a nossa imprudência, atraímos situações que nos causam sofrimento que poderíamos evitar se vivêssemos com maior lucidez espiritual. Quantas vezes geramos pensamentos de medo, acreditando que somos incapazes de superar determinada situação, nos sentindo cada vez mais fracos.

E o que é pior, passamos a usar drogas ou medicamentos na ânsia de acabar com nossa angústia. Isso quando não acreditamos que alguém fez magia negra contra nós ou que estamos sendo obsediados. Na maioria das vezes, nós mesmos é que somos os culpados. Podemos chamar isso de auto-obsessão. E quando determinada idéia é constante em nossa mente (monoideísmo) acabamos gerando as formas-pensamento.

As formas-pensamento irão permanecer em torno do nosso campo mental, “gravitando” ao nosso redor, pois nós as alimentamos com nossa energia. Elas parecem ter vida própria, mas na verdade obedecem automaticamente a determinados padrões de manifestação, alguns, inclusive, que fazem parte do inconsciente coletivo. Muito médiuns clarividentes as confundem com espíritos, mas não são.

No meu caso, bastou que eu tomasse consciência de determinados pensamentos negativos que eram comuns, a ponto de serem gerados inconscientemente, para iniciar o processos de desintegração daquelas formas-pensamento. O processo de autoconhecimento é eterno. Trabalhemos sempre nele para que possamos nos libertar da cadeia de sofrimento em que vivemos, o sansara, como diz a sabedoria oriental. Conheça-te a ti mesmo! Eis a lição libertadora!

Victor Rebelo - Artigo da Revista Espiritismo

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A importância do pensamento na reunião espírita

Estas palavras foram transcritas do Discurso de Abertura pelo Sr. Allan Kardec na Sessão Anual Comemorativa dos Mortos na Sociedade de Paris, em 1º de Novembro de 1868.

"O Espiritismo é uma Religião"A Obsessão - Allan Kardec - Tradução Wallace Leal V. Rodrigues-páginas 263-274

"... Qual a utilidade que pode haver em se reunir assim num dia determinado?"."Jesus no-lo indica pelas palavras citadas em (Mat. XVII, 20) "Onde quer que se encontrem duas ou três pessoas reunidas em meu nome, aí estarei com eles". Esta utilidade está no resultado produzido pela comunhão de pensamentos que se estabelece entre pessoas reunidas com o mesmo objetivo.Mas compreende-se bem toda a expressão: "Comunhão de pensamentos?"

Seguramente, até este dia, poucas pessoas dela tinham feito uma idéia completa. O espiritismo, que nos explica tantas coisas, pelas leis que nos revela, vem ainda nos explicar a causa, os efeitos e o poder desta situação do espírito.Comunhão de pensamento quer dizer pensamento comum unidade de intenção, de vontade, de desejo, de aspiração.

Ninguém pode desconhecer que o pensamento seja uma força; mas é uma força puramente moral e abstrata? Não; do contrário não explicariam certos efeitos do pensamento e, ainda menos, a comunhão do pensamento. Para o compreender é preciso conhecer as propriedades e a ação dos elementos que constituem a nossa essência espiritual, e é o Espiritismo que no-las ensina.O pensamento é o atributo característico do ser espiritual; é ele que distingue o espírito da matéria: sem o pensamento o espírito não seria espírito.

A vontade não é atributo especial do espírito: é o pensamento chegado a um certo grau de energia; é o pensamento tornado força motriz. É pela vontade que o espírito imprime aos membros e ao corpo movimentos num determinado sentido. Mas se ele tem a força de agir sobre os órgãos materiais, como não deve ser maior esta força sobre os elementos fluídicos que nos cercam!

O pensamento age sobre os fluidos ambientes como o som age sobre o ar; esses fluidos nos trazem o pensamento como o ar nos traz o som. Pode, pois, dizer-se com todo a verdade que há nesses fluidos ondas e raios de pensamentos que se cruzam sem se confundir, como há no ar ondas e raios sonoros.Uma assembléia é um foco onde irradiam pensamentos diversos; é como uma orquestra, um coro de pensamentos em que cada um produz sua nota.

Resulta daí uma porção de correntes e de eflúvios fluídicos, cada um dos quais recebe a impressão pelo sentido espiritual, como num coro de música cada uma recebe a impressão dos sons pelo sentido da audição.Mas, assim como há raios sonoros harmônicos ou discordantes, também há pensamentos harmônicos ou discordantes. Se o conjunto for harmônico, a impressão será agradável; se for discordante, a impressão será penosa.

Ora, para isso não é preciso que o pensamento seja formulado em palavras; a radiação fluídica não existe menos, seja ou não expressa; se todas forem benevolentes, todos os assistentes experimentarão um verdadeiro bem-estar e sentir-se-ão à vontade; mas se misturarem alguns pensamentos maus, produzem o efeito de uma corrente de ar gelado num meio tépido.

Tal é a causa do sentimento de satisfação que se experimenta numa reunião simpática; aí como que reina uma atmosfera moral salubre, onde se respira à vontade; daí se sai reconfortado, porque se ficou impregnado de eflúvios fluídicos salutares. Assim se explicam, também, a ansiedade, e o mal-estar indefinível que se sente num meio antipático, em que pensamentos malévolos provocam, por assim dizer, correntes fluídicas malsãs.

A comunhão de pensamentos produz, assim, uma espécie de efeito físico que reage sobre o moral; é o que só o Espiritismo poderia dar a compreender. O homem o sente instintivamente, desde que procure as reuniões onde sabe que encontra essa comunhão. Nas reuniões homogêneas e simpáticas adquire novas forças morais; poder-se-ia dizer que aí recupera as perdas fluídicas que tem diariamente, pela radiação do pensamento, como recupera pelos alimentos as perdas do corpo material.

A esses efeitos da comunhão dos pensamentos junta-se um outro que é a sua conseqüência natural, e que importa não perder de vista: é o poder que adquire o pensamento ou a vontade, pelo conjunto de pensamentos ou vontades reunidas. Sendo a vontade uma força ativa, esta força é multiplicada pelo número de vontades idênticas, como a força muscular é multiplicada pelo número de braços.

Aceito este ponto, concebe-se que nas relações que se estabelecem entre os homens e os Espíritos haja, numa reunião onde reine uma perfeita comunhão de pensamentos, uma força atrativa ou repulsiva, que nem sempre possui o individuo isolado.Para os espíritas a comunhão de pensamentos tem um resultado ainda mais especial.

Vimos o efeito dessa comunhão de homem a homem; o Espiritismo nos prova que não é menor dos homens para os Espíritos, e reciprocamente. Com efeito, se o pensamento coletivo adquire força pelo número, um conjunto de pensamentos idênticos, tendo o bem por objetivo, terá mais força para neutralizar a ação dos maus Espíritos.

Sozinho o homem pode sucumbir, ao passo se sua vontade for corroborada por outras vontades poderá resistir, segundo o axioma: "A união faz a força", verdadeiro tanto no moral quanto no físico. A influência salutar dos bons Espíritos não encontrará obstáculos; seus eflúvios fluídicos não serão detidos por correntes contrárias, espalhar-se-ão sobre todos os assistentes, precisamente por que todos o terão atraído pelo pensamento, não cada um em proveito pessoal, mas em proveito de todos conforme a lei da caridade.

Assim pela comunhão de pensamentos, os homens se assistem entre si e ao mesmo tempo assistem aos Espíritos e são por estes assistidos. As relações entre o mundo visível e o mundo invisível não são mais individuais, são coletivas, e, por isso mesmo, mais poderosas para o proveito da assistência como para o dos indivíduos.

Estabelece-se a solidariedade, que é a base da fraternidade. Ninguém trabalha para si só, mas para todos, e trabalhando por todos cada um aí encontra a sua parte. É o oposto do egoísmo.O Espiritismo faz que compreendamos, então, o poder e os efeitos dos pensamentos coletivos; explicando-nos melhor o sentimento de bem estar que se experimenta num meio homogêneo e simpático; este sentimento também ocorre com os Espíritos, porque eles também recebem os eflúvios de todos os pensamentos benevolentes que para eles se elevam, com uma nuvem de perfume.

Os que são felizes experimentam uma maior alegria por esse concerto harmonioso; os que sofrem sentem um maior alívio.Todas as reuniões religiosas, seja qual for o culto a que pertençam, são fundadas na comunhão de pensamentos; é aí, com efeito, que esta deve e pode exercer todo a sua força, porque o objetivo deve ser o desprendimento do pensamento das garras da matéria.

Devemos, pois ir as reuniões espíritas com o entendimento nas palavras de Jesus: "Quando estiverdes diversos reunidos em meu nome, estarei no meio de vós". Reunidos em meu nome quer dizer com um pensamento comum; mas não se pode estar reunido em nome de Jesus sem assimilar os seus princípios, a sua doutrina que é a Caridade em pensamentos, palavras e obras.

Qual o sentimento no qual se devem confundir todos os pensamentos? È um sentimento todo moral, todo espiritual, todo humanitário: o da caridade para todos, ou, por outras palavras: o amor do próximo, que compreende os vivos e os mortos. A caridade é a alma do Espiritismo: ela resume todos os deveres do homem para consigo mesmo e para com os seus semelhantes. É com este pensamento em todos que devemos ir as reuniões espíritas.

Fonte: http://www.cema.org.br/Artigo18.htm

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Tesouros

Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam e roubam.

Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam.

Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Supérfluo e necessário

Uns queriam um emprego melhor; outros, só um emprego.
Uns queriam uma refeição mais farta; outros, só uma refeição.
Uns queriam uma vida mais amena; outros, apenas viver.
Uns queriam pais mais esclarecidos; outros, ter pais.
Uns queriam ter olhos claros; outros, enxergar.
Uns queriam ter voz bonita; outros, falar.
Uns queriam silêncio; outros, ouvir.
Uns queriam sapato novo; outros, ter pés.
Uns queriam um carro; outros, andar.
Uns queriam o supérfluo; outros, apenas o necessário.
Há dois tipos de sabedoria: a inferior e a superior.
A sabedoria inferior é dada pelo quanto uma pessoa sabe e a superior é dada pelo quanto ela tem consciência de que não sabe.
Tenha a sabedoria superior.
Seja um eteno aprendiz na escola da vida.
A sabedoria superior tolera, a inferior julga;
a superior alivia, a inferior culpa;
a superior perdoa, a inferior condena.
Tem coisas que o coração
só fala para quem sabe escutar!
Que possamos estar sempre atentos aos sinais
e saber o que realmente se faz necessário.

Chico Xavier

domingo, 9 de agosto de 2009

Solidão

Ouçamos com os ouvidos internos, pois ninguém pode assimilar bem uma experiência que não provenha de sua própria orientação interior.

Segundo Pascal, o grande pensador científico-filosófico do século XVII, “a verdadeira natureza do homem, seu verdadeiro bem, sua verdadeira virtude e a verdadeira religião são coisas cujo conhecimento é inseparável.”

Nem sempre a solidão pode ser encarada como dor ou insânia. É, em muitas ocasiões, períodos de preparação, tempos de crescimento, convites da vida ao amadurecimento. De acordo com o pensamento de Pascal, o âmago do ser está intimamente ligado ao bem, à virtude e à religião.

É justamente nas “épocas de solidão” que conseguimos a motivação necessária para estabelecer a verdade sobre esse fato.

Na solidão, é que encontramos sanidade para nosso mundo interior, respostas seguras para nossos caminhos incertos e nutrição vitalizante para os labores que enfrentamos em nossa viagem terrena.

Nestes nossos apontamentos sobre a solidão, não estamos nos referindo à “tristeza de estar só”, mas sim, necessariamente, à “quietude íntima”, tão importante e saudável para que façamos um trabalho de autoconsciência, valorizando as nuances de nossa vida interior.

Muitos indivíduos vivem dentro de um ciclo diário estafante. Realizam suas atividades num ambiente de competitividade, agitação, pressa e rivalidade, vivendo em constante tensão psicológica e, por conseqüência, alterando suas funções fisiológicas.

Por viverem num estado de cansaço e desgaste contínuos, não conseguem fazer uma real interação entre o meio ambiente e seu mundo interno, o que ocasiona sérios problemas de convivência e inúmeros conflitos pessoais.

Nem sempre é possível abandonarmos a vida alvoroçada, os ruídos e as músicas estridentes, talvez seja até mesmo inviável; mas é perfeitamente realizável dedicarmos algum tempo à solidão, retirando-nos para momentos de reflexão.

Nos instantes de silêncio, exercitamos o aprendizado que nos levará a abrir um canal receptivo à Consciência Divina. É nesse momento que ficamos cientes de que realmente não estamos sozinhos e que podemos entrar em contato com a voz da consciência.

A voz de Deus, por assim dizer, começará a “falar em nós”. Inúmeras criaturas criam uma mente agitada por temerem que estão vazias, pensam não haver nada dentro delas que lhes dê proteção, apoio e segurança.

Acreditam que são uma casca que precisa exclusivamente de sustentação exterior; por isso, continuam ocupando a casa mental ansiosamente, obstruindo seu acesso à luz espiritual.

A mente pode ser uma ajuda efetiva, ou mesmo um obstáculo ferrenho na escolha da melhor direção para atingirmos o amadurecimento íntimo. A crença em nossa limitação é que faz com que restrinjamos nossa mente.

Isso se agrava quando envolvemo-la no burburinho de vozes, no tumulto e na agitação do cotidiano, passando assim a não avaliarmos corretamente seu verdadeiro potencial. São muitos os caminhos de Deus, e a solidão pode ser um deles.

“E saindo, foi, como costumava, para o Monte das Oliveiras; e também os seus discípulos o seguiram.” Jesus Cristo, constantemente, se retirava para a intimidade que o silêncio proporciona, pois, entendia que a elevação de alma somente é possível na “privacidade da solidão”.

O Cristo Amoroso sabia que, quando houvesse silêncio no coração e no intelecto, se estabeleceriam as bases seguras da relação entre a criatura e o Criador, proporcionando a percepção de que somos unos com a Vida e unos com todos os seres. “...buscam no retiro a tranqüilidade que certos trabalhos reclamam. (...)

Isso não é retraimento absoluto do egoísta. Esses não se insulam da sociedade, porquanto para ela trabalham.” A Espiritualidade Maior entende que, nos retiros de tranqüilidade, criamos uma sustentação interior, que nos permite sintonizar com as leis divinas e com os valores reais da consciência cristã.

Ouçamos com os ouvidos internos, pois ninguém pode assimilar bem uma experiência que não provenha de sua própria orientação interior. Ninguém é capaz de seguir sua verdadeira estrada existencial, se não refletir sobre sua essência.

Não encontraremos o caminho de que verdadeiramente necessitamos, se nós mesmos não o buscarmos, usando nossos inerentes recursos da alma para perceber as inarticuladas orientações divinas em nós.

Somente cada um pode interpretar as razões da Vida em si mesmo. Adotemos o aprendizado com o Senhor Jesus, exemplificado no Horto das Oliveiras: retiremo-nos para um lugar à parte e cultivemos os interesses de nossa alma.

Se não encontrarmos um recanto externo que facilite a meditação, nem alguma paisagem mais afastada junto à Natureza, onde possamos repousar da inquietação da multidão, mesmo assim poderemos penetrar o nosso santuário íntimo.

Sigamos o Mestre, recolhendo-nos na solidão e no silêncio do templo da alma, onde exclusivamente encontraremos as reais concepções do amor e da justiça, da felicidade e da paz, de que todos temos direito por Paternidade Divina.


Médium: Francisco do Espírito Santo Neto
As dores da alma.

sábado, 8 de agosto de 2009

Isso eu aprendi

Um periódico de circulação nacional promoveu uma pesquisa bastante interessante. Fizeram a seguinte pergunta para pessoas em todo Brasil: O que você aprendeu na sua vida, de mais valioso, até hoje?

As respostas foram, na maioria, bastante ricas, e convidam a muitas reflexões necessárias. Uma delas dizia: Aprendi que, não importa quanto eu queira, nem quanto tente: eu não consigo mudar ninguém.

As pessoas são o que elas são. É preciso amá-las por sua verdade, não pelo que eu gostaria que fossem. Entendi isso aos 70 anos, na missa de minhas bodas de ouro.

A pessoa entrevistada, na época da pesquisa, já contava com 83 anos, e mostrava que nunca é tarde para se aprender algo importante na existência. Nosso compromisso de mudança é conosco mesmo.

Tentar mudar o outro só nos traz frustração profunda, e possível malquerença mútua. Outra pessoa inquirida, dizia: Aprendi que o sorriso é contagiante.

Não espero ninguém me cumprimentar; faço questão de saudar todo mundo com um sorriso, todos os dias. É incrível, mas até as pessoas tímidas ou sisudas sorriem de volta e falam bom dia.

Posturas como essas são posturas que irão salvar o mundo da tristeza, do sofrimento, dos comportamentos depressivos, das doenças. Tomar a iniciativa é fundamental. Não esperar o sorriso do outro e sempre sorrir, nos faz agentes da alegria na sociedade.

Outro entrevistado, ainda, afirmava: Aprendi que as coisas são sempre piores na nossa cabeça do que na realidade. Sofria demais por antecedência, imaginando “e se” isso, “e se” aquilo. Quando acontecia, não era nada demais.

O pior já havia passado, e foi dentro de mim. Quantas vítimas tem feito a nossa ansiedade... Quantas enfermidades geradas pelo comportamento ansioso do mundo moderno. Entender que a preocupação excessiva não resolve, faz-se fundamental para poder se levar uma vida mais leve, mais agradável.

É indispensável confiar em Deus, em Suas Leis, na perfeição do Universo. Fazer a nossa parte, sim, e confiar. Confiar sempre, pois o que é melhor para nós sempre acontece.

De tempos em tempos, precisamos nos perguntar: O que de importante aprendi? O aprendizado precisa ser identificado, catalogado, amadurecido na alma. A existência de quem vive colecionando aprendizados é sempre mais feliz.

Ela tem propósitos, metas, avaliações e resoluções constantemente. A postura de quem realiza tais conquistas, e as identifica, não deve ser a postura exibicionista, vaidosa, não.Essa contabilização é íntima.

A comemoração é do coração. Os que estão à volta poderão identificá-la, claro, mas através de nossas ações no bem, de nossa renovação de valores, que faz brilhar a nossa luz com força e segurança para todos os lados.


Redação do Momento Espírita, com base em matéria da Revista Sorria, de março/abril/2009

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Valor da Meditação

Ao principiante, desabituado, parece difícil a saudável tarefa da meditação. Certamente que todo labor em começo, passado o entusiasmo inicial, se apresenta de complexo prosseguimento.

Acostumado à variedade de pensamentos, especialmente os vulgares, que se alternam com celeridade substituindo-se de modo contínuo, é perfeitamente natural que a fixação de uma idéia edificante se apresente como verdadeiro desafio.

Indispensável, para o êxito do tentame, a motivação, cuja carga emocional canaliza com segurança o interesse do candidato.

O profano que tem as suas atrações nas questões mortas para o espírito, mais estimulado pelas sensações do que pelas emoções, após algumas tentativas infrutíferas, desiste da meditação, decepcionado. Crê ser impossível de conseguir.

No inconsciente está a evadir-se da experiência nova, saudoso dos hábitos fortes a que se acostumara. Bastaria, no entanto, que porfiasse no treinamento e os resultados o surpreenderiam agradavelmente.

Nunca, em qualquer em outro tempo, o homem experimentou tanta necessidade de meditação quanto ocorre em nossos dias. A luta pela sobrevivência, mais exaustiva e violenta, requer caracteres calmos e disciplinados, a fim de não sucumbir ante os fatores que comprimem a vontade ou a levam a explosões temperamentais danosas.

A meditação dulcifica a aspereza da luta, harmoniza o intelecto com o sentimento e acalmando o homem. Não será, porém, por efeito de uma ou outra experiência mágica, de cujos resultados imediatos se beneficiará o indivíduo, antes, através de expressivo esforço.

A disciplina, a freqüência do exercício, o conteúdo de que se reveste a temática, são essenciais ao êxito do empreendimento. Toma de uma página do Evangelho de Jesus, lê pausadamente, digerindo-lhe o significado, e concentra-te nela, fixando-a.

Retira todo o superior contingente de informações e reflexiona em cada mensagem que se te revele. Insiste em evocar-lhe a forma, o sentido e como te poderá ser útil. Analisa-a, sem pressa, após o que, medita em torno do seu conjunto, por fim, no espírito que te apresenta.

Habitua-te a este pequeno mister e estarás iniciando a meditação que te levará à paz de consciência e à alegria de viver.

Meditando com regularidade, age com inteireza moral, sem afronta ao programa interior, assim evitando conflitos e confrontos entre o que constróis na área psíquica com aquilo que realizas no campo físico.

Mesmo que disponhas de pouco tempo, utiliza-o para a meditação, descobrindo, logo depois, que, assim agindo, o tens dilatado, benéfico. A meditação abrir-te-á as portas para a perfeita união com Deus que a oração te facultará.


De “Momentos de Esperança”, de Divaldo P. Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Defenda-se

Não converta seus ouvidos num paiol de boatos. A intriga é uma víbora que se aninhará em sua alma. Não transforme seus olhos em óculos da maledicência.

As imagens que você corromper viverão corruptas na tela se sua mente. Não Faça de suas mãos lanças para lutar sem proveito.

Use-as na sementeira do bem. Não menospreze sua faculdades criadoras, centralizando-as nos prazeres fáceis. Você responderá pelo que fizer delas.

Não condene sua imaginação às excitações permanentes. Suas criações inferiores atormentarão seu mundo íntimo. Não conduza seus sentimentos à volúpia de sofrer.

Ensine-os a gozar o prazer de servir. Não procure o caminho do paraíso, indicando aos outros a estrada para o inferno. A senda para o Céu será construída dentro de você mesmo.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A serviço da mediunidade

A seara mediúnica é largo e expressivo campo a trabalhar, exigindo cuidados especiais e acurada dedicação.

As dificuldades a vencer, desafiadoras, não são poucas, impondo valiosos investimentos da paciência, no exame crítico da sincera análise dos resultados obtidos.

Abstraindo-se os casos de mistificação consciente e irresponsável, que podem e devem ser enquadrados como desarranjos do comportamento moral, há sempre os desavisos e distonias, os problemas da filtragem psíquica e, principalmente, as delicadas colocações da identidade dos Espíritos.

Não sendo o médium senão um Espírito encarnado, em processo de conquista de valores morais e intelectivos, as comunicações de que se torna objeto quase sempre estão em correspondência com a sua própria capacidade, tendo-se em vista a questão da sintonia.

A mediunidade exige esforço, conhecimento, realização, perseverança, a fim de se poderem colher resultados opimos.
Cresça o médium e mais amplas serão as suas possibilidades de registro, de influenciarão, interessando aos Espíritos Superiores o intercâmbio para o qual se coloca espontaneamente.

Nenhum programa de violência por parte dos desencarnados devem esperar os candidatos ao exercício da mediunidade, senão quando provocados pela insensatez ou perversidade daqueles com os quais sincroniza.

Aprimore-se o servidor e mais fáceis ser-lhe-ão as tarefas a executar.

Afastando-se o fantasma do animismo, que tem mutilado admiráveis servidores da mediunidade, que se sentem atormentados pelo receio da fraude inconsciente, surge a difícil colocação da mediunidade lúcida, passível, sem dúvida, de equívocos.

A continuidade, no entanto, dos esforços no exercício da faculdade latentes em todas as criaturas consegue facultar uma superação do aparente prejuízo, em decorrência da facilidade com que o médium, conhecendo as leis dos fluidos, identificará se se trata de uma comunicação anímica ou de Entidades Espirituais.

Muitos gostariam de lograr transmitir dados que identifiquem os comunicantes de modo irrefutável, e assinalam que a lucidez mental perturba-os, impedindo-os de localizar corretamente nomes, datas, detalhes informativos que bem caracterizem as mensagens de que se fazem instrumento.

Ainda aí, o próprio contínuo exercício da faculdade torna maleável o médium, que logra anular a própria personalidade enquanto assomado pela que lhe interfere psiquicamente...

Toda esta problemática pode ser amenizada e até superada por meio de uma perfeita sintonia e, paralelamente, através da conquista dos valores íntimos, da concentração, do equilíbrio, da paz.

A mente em repouso reflete com eficiência as imagens que se lhe projetam.

Neste capítulo, não se descurem os servidores da mediunidade do exame das comunicações retumbantes, anunciadoras de acontecimentos futuros, recheadas de dados tendentes a uma reformulação dos conceitos vigentes da Ciência e que, para melhor impressionarem, trazem firmas de personalidades célebres, de outras que se santificaram, dos Evangelistas e até mesmo do Mestre Galileu...

Examinadas sob criteriosa lógica, não resistem essas mensagens ao bisturi do bom senso, em face da trivialidade, da insensatez e até mesmo do ridículo de que se revestem, traduzindo a intenção irresponsável e infeliz dos frívolos desencarnados, que se utilizam da vaidade dos que os aceitam, a fim de confundirem e amesquinharem com intentos perturbadores.

Não tem maior importância o nome que subscreve uma página mediúnica e sim o conteúdo de que a mesma é portadora.

A mensagem sadia deve sempre colimar o progresso moral da criatura humna, conclamando de forma simples e clara ao auto-aprimoramento e à conquista dos bens espirituais.

Em face da necessidade, às vezes, de uma averiguação de identidade, é imprescindível, quando se trata de personalidades conhecidas, o cotejo do estila, da forma, sem nunca perder-se de vista o conteúdo que deve primar pela qualidade e intencionalidade positiva, objetivando esclarecer, amparar, promover o homem.

É certo que a morte deveste as criaturas dos atavios com que se apresentavam.

Muitos conceitos, hábitos e características que constituíam bens e valores perdem o significado, não mais importando-se os Espíritos por preservá-los, conforme o faziam anteriormente.

Desse modo, em retornando do Mundo Espiritual, alteram-se os caracteres e o modo de se expressarem, seja na literatura, na música, na pintura, na poesia, o que constitui, de certo modo, impedimento para os críticos rigorosos aceitarem-nos.

Já não têm os Espíritos esse tipo de preocupação, esse interesse pela glória terrena...

Mesmo no corpo físico, o fenômeno é equivalente.

Uma pessoa que se transfere de um para outro centro cultural, onde os valores são diversos e outros os hábitos, após uma temporada de largos anos assimilando os novos condicionamentos, ao volver ao local de origem, apresentar-se-á diferente de quando partiu.

Só uma convivência mais próxima com alguém que o conheceu fá-lo-á desvelado.

A nossa questão vincula-se ao cuidado, ao pudor que deve assinalar o médium que, de momento, seja atirado ao redemoinho das comunicações de efeito retumbante, que o bom senso espírito repele, impedindo-se a vaidade – ponte pênsil de acesso à obsessão por fascinação -, que tem levado à queda, ao desequilíbrio e à alucinação os que transitam por esse espaço livre e perigoso.

A humildade real, sem os disparates do fingimento, e a prece ungida de ardor, no trabalho da caridade ao próximo, mediante atos sacrificais e abnegação, constituem, por um lado, a terapêutica curadora e, por outro, a preventiva, a fim de que as futuras florações do bem venham a produzir em abundância, tornando a seara da mediunidade um campo de paz e de esperança com trabalho libertador para todos.



Espírito: Vianna de Carvalho
Médium: Divaldo P. Franco – Enfoques Espíritas.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Viva em paz

Você é membro da família universal. A importância que se atribui ou não, tem a dimensão que você lhe dá.

Porque não é o centro da vida, despreocupe-se em relação aos outros. Não se importe se é ou não amado; se lhe oferecem ou não bondade; se é aceito ou rejeitado.

Quando alguém usar de violência ou de generosidade em relação a você, descarte qualquer merecimento nessa ocorrência. Você é somente pretexto para que o próximo se desvele.

Quando alguém o agrida ou o ame, a si próprio se violenta ou se estima. Você é apenas o móvel daquela manifestação que está latente nele. Não fosse você e aquela exteriorização seria dirigida a outrem. Por isso, não se agaste com ninguém ou coisa nenhuma.

Quando você se irrita ou se pacifica com uma pessoa, ela foi só o motivo da sua realidade íntima, que então se irradia do seu mundo interior. Trabalhe-se intimamente, domando as suas paixões de qualquer espécie. Auto-analise-se com severidade.

O que você vê fora resulta do que você cultiva por dentro. O conceito que você supõe que os outros fazem a seu respeito é o conceito que você faz de si mesmo.

Ao compreender que tudo é conforme a sua própria realidade e que você deve melhorar-se sem a presunção de modificar os outros, você principiará a viver em paz, sem que lhe atinjam o elogio ou a calúnia, o apoio ou a repressão...

Você faz parte da vida e é vida em desdobramento na direção da Vida plena. Assuma o seu papel e execute a sua parte, na esfera do seu autoburilamento espiritual.


De “Luz Viva”, de Divaldo Pereira Franco

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A criança

Levantará o homem o próprio ninho à plena altura, estagiando no tope dos gigantescos edificios de cimento armado...

Escalará o fastigio da ciência, povoando o espaço de ondas múltiplas, incessantemente convertidas em mensagens desom e cor.

Voará em palácios aéreos, cruzando os céus com a rapidez do raio...Elevar-se-á sobre torres poderosas, estudando a natureza e movimento dos astros...

Erguer-se-á , vitorioso, ao cimo da cultura intelectual, especulando sobre a essência do Universo...

Entretanto, se não descer, repleto de amor, para auxiliar a criança, no chão do mundo, debalde esperará pelahumanidade melhor.

Na infância, surge, renovado, o germe da perfeição, tanto quanto na alvorada recomeça o fulgor do dia.Estende os braços generosos e ampara os pequeninos que te rodeiam.

Livra-os, hoje, da ignorância e da penúria, da preguiça e da crueldade, para que, amanhã, saibam livrar-se do crime e dosofrimento.

Filha de tua carne ou rebento do lar alheio, cada criança é vida de tua vida.Aprende a descer para ajudá-la, como Jesus desceu até nós para redimir-nos.

Se a recuperação da infância para a glória do bem, todo o progresso humano continuará oscilando nos espinheiros dailusão e do mal.

Não duvides que, ao pé de cada berço, Deus nos permite encontrar o próprio futuro De nós depende fazê-lo trilhoperigoso para a descida à sombra ou estrada sublime para ascensão à luz.


Médium: Francisco Cândido Xavier
Livro: "Taça de Luz"

domingo, 2 de agosto de 2009

Casamento e Família

Diante das contestações que se avolumam, na atualidade, pregando a reforma dos hábitos e costumes, surgem os demolidores de mitos e de Instituições, assinalando a necessidade de uma nova ordem que parece assentar as suas bases na anarquia.

A onda cresce e o tresvario domina, avassalador, ameaçando os mais nobres patrimônios da cultura, da ética e da civilização, conquistados sob ônus pesados, no largo processo histórico da evolução do homem.

Os aficionados de revolução destruidora afirmam que os valores ora considerados, são falsos, quando não falidos, e que os mesmos vêm comprimindo o indivíduo, a sociedade e as massas, que permanecem jungidos ao servilismo e à hipocrisia, gerando fenômenos alucinatórios e mantendo, na miséria de vários matizes, grande parte da humanidade.

Entre as Instituições que, para eles, se apresentam ultrapassadas, destacam o matrimônio e a família, propondo a promiscuidade sexual, que disfarçam com o nome de "amor livre", e a independência do jovem, imaturo e inconseqüente, sob a justificativa de liberdade pessoal, que não pode nem deve ser asfixiada sob os impositivos da ordem, da disciplina, da educação...

Excedendo-se, na arbitrariedade das propostas ideológicas ainda não confirmadas pela experiência social nem pela convivência na comunidade, afirmam que a criança e o jovem não são dependentes quanto parecem, podendo defender-se e realizar-se, sem a necessidade da estrutura familiar, o que libera os pais negligentes de manterem os vínculos conjugais, separando-se tão logo enfrentam insatisfações e desajustes, sem que se preocupem com a prole.

Não é necessário que analisemos os problemas existenciais destes dias, nem que façamos uma avaliação dos comportamentos alienados, que parecem resultar da insatisfação, da rebeldia e do desequilíbrio, que grassam em larga escala.

A monogamia é conquista de alto valor moral da criatura humana, que se dignifica pelo amor e respeito ao ser elegido, com ele compartindo alegrias e dificuldades, bem-estar e sofrimentos, dando margem às expressões da afeição profunda, que se manifesta sem a dependência dos condimentos sexuais, nem dos impulsos mais primários da posse, do desejo insano.

Utilizando-se da razão, o homem compreende que a vida biológica é uma experiência muito rápida, que ainda não alcançou biótipos de perfeição, graças ao que, é frágil, susceptível de dores, enfermidades, limitações, sendo, os estágios da infância como o da juventude, preparatórios para os períodos do adulto e da velhice.

Assim, o desgaste e o abuso de agora tornam-se carência e infortúnio mais tarde, na maquinaria que deve ser preservada e conduzida com morigeração.

Aprofundando o conceito sobre a vida, se lhe constata a anterioridade ao berço e a continuidade após o túmulo, numa realidade de interação espiritual com objetivos definidos e inamovíveis, que são os mecanismos inalienáveis do progresso, em cujo contexto tudo se encontra sob impositivos divinos expressos nas leis universais.

Desse modo, baratear, pela vulgaridade, a vida e atirá-la a situações vexatórias, destrutivas, constitui crime, mesmo quando não catalogado pelas leis da justiça, exaradas nos transitórios códigos humanos.

O matrimônio é uma experiência emocional que propicia comunhão afetiva, da qual resulta a prole sob a responsabilidade dos cônjuges, que se nutrem de estímulos vitais, intercambiando hormônios preservadores do bem estar físico e psicológico. Não é, nem poderia ser, uma incursão ao país da felicidade, feita de sonhos e de ilusões.

Representa um tentame, na área da educação do sexo, exercitando a fraternidade e o entendimento, que capacitam as criaturas para mais largas incursões na área do relacionamento social. Ao mesmo tempo, a família constitui a célula experimental, na qual se forjam valores elevados e se preparam os indivíduos para uma convivência salutar no organismo universal, onde todos nos encontramos fixados.

A única falência, no momento, é a do homem, que se perturba, e, insubmisso, deseja subverter a ordem estabelecida, a seu talante, em vãs tentativas de mudar a linha do equilíbrio, dando margem às alienações em que mergulha.

Certamente, muitos fatores sociológicos, psicológicos, religiosos e econômicos contribuíram para este fenômeno. Não obstante, são injustificáveis os comportamentos que investem contra as Instituições objetivando demoli-las, ao invés de auxiliar de forma edificante em favor da renovação do que pode ser recuperado, bem como da transformação daquilo que se encontre ultrapassado.

O processo da evolução é inevitável. Todavia, a agressão, pela violência, contra as conquistas que devem ser alteradas, gera danos mais graves do que aqueles que se buscam corrigir. O lar, estruturado no amor e no respeito aos direitos dos seus membros, á a mola propulsionadora do progresso geral e da felicidade de cada um, como de todos em conjunto.

Para esse desiderato, são fixados compromissos de união antes do berço, estabelecendo-se diretrizes para a família, cujos membros se voltam a reunir com finalidades específicas de recuperação espiritual e de crescimento intelecto-moral, no rumo da perfeição relativa que todos alcançarão.

Esta é a finalidade primeira da reencarnação.

A precipitação e desgoverno das emoções respondem pela ruptura da responsabilidade assumida, levando muitos indivíduos ao naufrágio conjugal e á falência familiar por exclusiva responsabilidade deles mesmos.

Enquanto houver o sentimento de amor no coração do homem --- e ele sempre existirá, por ser manifestação de Deus ínsita na vida --- o matrimônio permanecerá, e a família continuará sendo a célula fundamental da sociedade.

Envidar esforços para a preservação dos valores morais, estabelecidos pela necessidade do progresso espiritual, é dever de todos que, unidos, contribuirão para uma vida melhor e uma humanidade mais feliz, na qual o bem será a resposta primeira de todas as aspirações.


Franco, Divaldo Pereira.
Da obra: Antologia Espiritual.

sábado, 1 de agosto de 2009

Eficácia da generosidade

É surpreendente a eficácia da generosidade. Quando deixamos as energias das bênçãos do altruísmo girarem livremente ao nosso redor, podemos comprovar o quanto somos beneficiados em poder ajudar ao nosso próximo.

Sempre que você distribuir generosamente, mesmo o pouco que já tem, muito lhe é acrescido, e mesmo nos momentos difíceis nada irá lhe faltar.

“A quem tem, mais lhe será acrescido, e a quem não tem, mais lhe será tirado”. Esta é a resposta da eficácia da generosidade.

Distribua sorrisos e você verá muitos sorrindo. Distribua abraços e muitos irão te abraçar também.

Quando você distribuir amor, aí então você não pode imaginar quanto amor voltará para você.

Além do que, de tudo que você distribui sempre um pouco ficará contigo, e quando todos aqueles que você deu fizerem o mesmo, na corrente da generosidade, você chegará à conclusão de que valeu a pena.

“Lembre-se de que é dando que se recebe”.


Fonte: Gotas de Paz